Muito se fala sobre como a mudança de hábitos pode ajudar a prevenir os mais diversos tipos de câncer. Por isso, neste artigo vamos falar da influência da alimentação no câncer colorretal e como este hábito saudável pode contribuir com sua prevenção.
Este câncer é o terceiro mais frequente no Brasil, com o registro de mais de 40 mil novos casos no país em 2020, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A boa notícia é que já se sabe quais as principais causas deste tipo de câncer e como algumas práticas cotidianas podem ajudar na prevenção.
O que é o câncer colorretal?
Também conhecido como câncer de cólon ou de intestino, este tipo da doença atinge a parte do intestino grosso chamada cólon, o reto e o canal anal. Geralmente, ele tem origem na mucosa intestinal, onde existem pólipos adenomatosos ou em áreas de displasia, como as da retocolite ulcerativa.
Ao crescer, as células cancerosas chegam à espessura da parede do cólon ou do reto. Assim, podem chegar ao nível muscular e à camada serosa. É quando atingem os linfonodos regionais, atingindo os órgãos periféricos.
Quais as causas conhecidas deste tipo de câncer?
Como todos os outros tipos de câncer, a origem da doença na região intestinal também é multifatorial. Isso quer dizer que sua incidência pode estar relacionada a uma série de condições, que variam de pessoa para pessoa.
O que se pode afirmar é que, de acordo com o Inca, existem fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino. Entre eles, destacamos:
- excesso de peso corporal e alimentação não saudável;
- idade (igual ou acima de 50 anos);
- consumo de carnes processadas e ingestão excessiva de carne vermelha;
- histórico familiar de câncer de intestino;
- histórico pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, relacionado a síndromes familiares (Lynch);
- doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn;
- tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Leia também: O que causa e tipos de tratamentos para o câncer colorretal
Como a alimentação influencia na prevenção do câncer colorretal?
O excesso de peso está no topo da lista das causas do câncer colorretal. E não é por acaso. Segundo um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há fortes evidências sobre a influência da alimentação no câncer colorretal.
A publicação destaca que o alto consumo de carnes vermelhas, bebidas alcoólicas e gorduras está associado ao aumento da incidência do câncer de intestino. Por outro lado, pessoas com hábito de consumir frutas, verduras, fibras e ácido fólico correm menos risco de desenvolver a doença.
A seguir, apresentamos um resumo dos destaques apresentados neste estudo sobre os grupos de alimentos que podem auxiliar na prevenção do câncer colorretal:
Frutas, verduras e legumes
Em uma projeção, na estimativa de prevenção proporcionada pelo consumo de vegetais, pode-se supor que o aumento na ingestão de frutas e verduras pode reduzir a incidência global de câncer em até 31%.
Esse benefício tem relação com os efeitos de compostos presentes nesses alimentos como a vitamina A, E, C, os carotenoides, os antioxidantes, além de selênio, folato tocoferois, flavonoides e ácido fólico.
Quantidade recomendada: Segundo o Ministério da Saúde, o consumo mínimo recomendado de frutas, legumes e verduras é de 400 gramas/dia, para pessoas em idade adulta.
Gorduras
Elas são essenciais para o organismo, mas precisam ser bem selecionadas. Dependendo do tipo de gordura que se consome, o risco da incidência de inúmeras doenças — entre elas o câncer de intestino — é muito elevado.
Isso ocorre porque o consumo de gorduras em excesso estimula uma maior secreção da bile. Os sais biliares, que exercem uma função detergente, podem gerar danos à mucosa intestinal, o que pode estar associado a uma proliferação celular aumentada e desordenada.
Quantidade recomendada: de acordo com o Hospital do Coração, o consumo diário não deve ultrapassar os 66 gramas de gorduras totais, para uma pessoa que consome 2000 calorias por dia, por exemplo.
Fibras alimentares
As fibras alimentares, presentes sobretudo nas frutas, verduras, grãos, tubérculos e raízes, exercem diversas funções no trato gastrintestinal que podem ter relação com a proteção contra o câncer colorretal.
As principais delas são a aceleração do trânsito intestinal — que reduz o contato direto entre eventuais agentes carcinogênicos fecais e a mucosa intestinal — e a absorção dos sais biliares, considerados agentes de surgimento e desenvolvimento da doença.
Além disso, a fermentação das fibras alimentares pelas bactérias da flora intestinal é um processo que leva à produção de ácidos graxos que diminuem o pH do órgão, criando um ambiente menos propício para o desenvolvimento da doença.
Quantidade recomendada: a orientação da ANAD (Associação Nacional de Atenção ao Diabetes) é de 34 gramas diárias para os homens e 28 gramas por dia, no caso das mulheres.
Como adotar uma dieta preventiva deste tipo de câncer?
A mudança nos hábitos alimentares e o combate ao sedentarismo são duas ferramentas poderosas contra o câncer colorretal. No entanto, antes de fazer qualquer alteração na dieta, é importante se consultar com um especialista em nutrição.
Com uma avaliação individual, apoiada por exames que possam identificar possíveis carências nutricionais, o(a) nutricionista será capaz de formular a dieta ideal.
O fundamental é ter sempre em mente que a prevenção e a informação são essenciais para diminuir os fatores de risco. Por isso, sempre que tiver quaisquer dúvidas, entre em contato conosco pelo WhatsApp.
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