O câncer de boca, conhecido também como câncer de cavidade oral e câncer de lábio, representa um conjunto de tumores malignos que afetam as estruturas bucais, como gengivas, céu da boca, bochechas, lábios e língua.
A estimativa de casos para 2020 no Brasil foi de, aproximadamente, 11 mil homens e 4 mil mulheres, totalizando mais de 15 mil casos no total.
Embora seja mais comum acometer homens acima de 40 anos, o câncer de boca pode atingir ambos os sexos. Mas quando diagnosticado precocemente, há chances de cura da doença, caso o tratamento seja realizado da forma correta.
Câncer de boca: o que aumenta o risco de desenvolvê-lo?
Tabagismo
Um dos maiores fatores de risco para a doença é o tabagismo, que aumenta consideravelmente as chances do surgimento do tumor, principalmente se o tempo de exposição ao fumo e o número de cigarros consumidos por dia for acima da média.
Independentemente do vício do fumo apresentar relação ao cigarro comum ou a qualquer outro derivado do tabaco, como cigarro de palha, charuto, cachimbo, narguilé ou mesmo o tabaco mascado, as pessoas que fumam apresentam uma predisposição muito maior de desenvolver tumores na boca e faringe, quando comparadas às não fumantes.
Consumo elevado de bebidas alcoólicas
Junto ao tabagismo, outro fator de risco alarmante é o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, que muitas vezes é acompanhado do hábito de fumar.
Sobre o etilismo, é constatado, pelo INCA (2018),que o acetaldeído, principal metabólito do álcool, interrompe a síntese e o reparo do DNA, favorecendo o aparecimento de células cancerígenas.
Além disso, pessoas que consomem bebidas alcoólicas em quantidades elevadas tendem a ter dietas carentes de alguns nutrientes importantes, o que aumenta a susceptibilidade dos tecidos-alvo aos efeitos carcinogênicos do álcool.
Outros fatores
Outros fatores que aumentam a predisposição para a doença é a exposição ao sol sem proteção; a imunossupressão; infecção pelo vírus HPV, gênero e idade, já que os homens acima de 40 anos competem a maioria dos casos.
Por isso, é importante reforçar a necessidade de combater os maus hábitos relacionados ao desenvolvimento do câncer de boca, já que assim, estamos prevenindo também as chances elevadas do surgimento da doença.
Sinais e sintomas
Como o câncer de boca tende a se agravar rapidamente, é de extrema importância manter a atenção aos sinais e sintomas da doença, que surgem como um verdadeiro alerta.
A presença de nódulos no pescoço; manchas vermelhas ou esbranquiçadas nas bochechas internas, gengivas, céu da boca ou língua; rouquidão persistente e lesões na cavidade oral que não cicatrizam por mais de 15 dias e apresentam sangramentos são os principais sintomas indicativos da doença.
Em casos mais agravados, o paciente pode sentir dificuldade para engolir, falar e movimentar a língua, assim como a sensação presente de que há algo preso na garganta – sinais de urgência que denotam casos mais severos.
Dessa maneira, ao notar esses sinais e qualquer outra mudança significativa na coloração ou no aspecto da boca, procure imediatamente um médico, o qual pode ser um clínico geral ou um estomatologista.
Tratamento cirúrgico para o câncer de boca
Na maioria das vezes, para tratar o câncer de boca, é necessário o procedimento cirúrgico. A cirurgia oncológica atua tanto nas lesões menores, quanto para os tumores maiores, que necessitam de ressecções mais profundas
Normalmente, a cirurgia para esse tipo de câncer consiste em retirar uma ou mais áreas da cavidade oral, juntamente com a remoção ou não dos linfonodos do pescoço, seguida ainda de alguma técnica de reconstrução, quando faz-se necessário.
Além disso, nas cirurgias de grande porte, é possível que seja recomendado também a ressecção de segmentos ósseos. De toda forma, é importante lembrar que dependendo do quadro de cada paciente, outros procedimentos devem ser incluídos para o restabelecimento da área atingida.
Para os casos mais simples, apenas a remoção da lesão será suficiente. Entretanto, nos casos em que a cirurgia não é mais viável, por apresentar-se como uma opção agressiva demais ao paciente, o tratamento inclui radioterapia e quimioterapia.
De qualquer forma, para decidir sobre o melhor a ser feito em cada caso, o cirurgião oncológico deverá avaliar o estágio da doença, juntamente com a solicitação de exames específicos, para indicar a técnica mais assertiva.
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