O risco de câncer de boca é maior em quem têm contato com, pelo menos, um destes três fatores: tabagismo, etilismo e infecção pelo HPV. Aliás, sabe-se que quando há o consumo de álcool e tabaco associados, a probabilidade de desenvolver uma neoplasia bucal aumenta consideravelmente.
Neste artigo, explicamos como cada um desses fatores pode influenciar o surgimento de um tumor maligno na região da cavidade oral. Mostramos, também, o que pode ser feito para prevenir sua ocorrência e quando é necessário procurar ajuda médica. Continue a leitura e confira!
Como esses fatores são associados ao risco de câncer de boca?
Dados sobre a doença revelam um predomínio do risco de câncer de boca em homens tabagistas e etilistas com mais de 40 anos de idade. Além disso, descobriu-se que a infecção pelo papilomavírus humano, mais conhecido como HPV, também está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe. Entenda melhor a seguir.
Tabaco e álcool versus risco de câncer de boca
Quanto maior o tempo de tabagismo e a quantidade de tabaco consumida por dia, maior o risco de câncer de boca. Isso é válido para quem fuma cigarro comum, de palha, de cravo, charuto, cachimbo, narguilé, entre outros.
Já o consumo abusivo de bebidas alcoólicas interrompe a síntese e o reparo do DNA, favorecendo o desenvolvimento de células cancerígenas. Ao mesmo tempo, o álcool aumenta a produção de oxigênio com potencial reativo e genotóxico, induzindo às células ao estresse oxidativo. Fora isso, comprovou-se que pessoas etilistas tendem a ter dietas carentes de nutrientes essenciais, tornando-se mais suscetíveis aos efeitos carcinogênicos do álcool.
Mas, o que seria consumo excessivo? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),considera-se como tal a ingestão de 60 g ou mais de álcool, em uma única ocasião, em um intervalo de 30 dias. Para fazer o cálculo, considere que um copo de 330 ml de cerveja, uma taça de 100 ml de vinho ou 30 ml de destilado têm entre 10 e 12 g de álcool.
HPV versus risco de câncer de boca
Estudos mostram que o HPV — uma infecção sexualmente transmissível (IST), considerada relativamente comum — está relacionada a um maior risco de câncer de boca e garganta. Ele ocorre quando o vírus, principalmente, do subtipo16, entra no corpo através de uma lesão ou de um pequeno corte, levando ao aparecimento de verrugas.
Acontece que, se o HPV infectar a boca, surgem lesões que, se não tratadas, podem evoluir para malignidades na parte posterior da garganta, base da língua e amígdalas. Tal ocorrência, vale destacar, também é mais frequente em homens.
Como reduzir as chances de ocorrência da doença?
Para reduzir o risco de câncer de boca e garganta é preciso adotar algumas medidas preventivas, relacionadas ao estilo de vida. As principais são:
- não fumar ou mascar tabaco;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- usar preservativo (camisinha) no sexo oral;
- tomar a vacina contra o HPV;
- ter uma alimentação equilibrada;
- manter o peso corporal saudável;
- ir às consultas médicas periódicas e fazer os exames recomendados.
Quando é necessário procurar um/a médico/a?
Recomenda-se procurar ajuda médica sempre que perceber sinais ou sintomas que não desaparecem após alguns dias. É o caso, por exemplo:
- de um nódulo ou massa palpável no pescoço;
- de um nódulo ou inchaço na parte interna da bochecha;
- da dor na cavidade oral;
- de alguma ferida com sangramento;
- de manchas (esbranquiçadas ou avermelhadas) no interior da boca;
- da sensação de que algo está preso na garganta;
- da dificuldade para mastigar, engolir e/ou falar;
- da rouquidão contínua ou alteração na voz;
- da dor no ouvido; entre outros.
Apesar de, na maioria das vezes, essas manifestações estarem relacionadas a condições benignas, elas também podem ser sinais de alerta para doenças graves. Por isso, é preciso investigá-las.
Considerando que o câncer bucal tende a se agravar rapidamente, é melhor não perder tempo e procurar um/a profissional da área da saúde para avaliar o quadro. Isso pode ser feito pelo clínico geral, estomatologista, otorrinolaringologista ou mesmo um/a dentista. Se for diagnosticado um tumor maligno, um/a oncologista cirúrgico/a assume o caso, definindo o estágio da doença e dando início ao tratamento.
Em suma, ainda que o tabagismo e o etilismo sejam os principais potencializadores do risco de câncer de boca, o HPV também pode provocar a doença. Sendo assim, em caso de suspeita da doença, procure ajuda médica.
Caso precise consultar um/a cirurgião/ã oncológico/a, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Nossos membros estão localizados em diferentes regiões do país!