Tabagismo, álcool e HPV: fatores que aumentam o risco de câncer de boca

Tabagismo, álcool e HPV: fatores que aumentam o risco de câncer de boca

Por: PUBLICADO EM: 24 maio 2025

risco de câncer de boca é maior em quem têm contato com, pelo menos, um destes três fatores: tabagismo, etilismo e infecção pelo HPV. Aliás, sabe-se que quando há o consumo de álcool e tabaco associados, a probabilidade de desenvolver uma neoplasia bucal aumenta consideravelmente.

Neste artigo, explicamos como cada um desses fatores pode influenciar o surgimento de um tumor maligno na região da cavidade oral. Mostramos, também, o que pode ser feito para prevenir sua ocorrência e quando é necessário procurar ajuda médica. Continue a leitura e confira!

Como esses fatores são associados ao risco de câncer de boca?

Dados sobre a doença revelam um predomínio do risco de câncer de boca em homens tabagistas e etilistas com mais de 40 anos de idade. Além disso, descobriu-se que a infecção pelo papilomavírus humano, mais conhecido como HPV, também está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe. Entenda melhor a seguir.

Tabaco e álcool versus risco de câncer de boca

Quanto maior o tempo de tabagismo e a quantidade de tabaco consumida por dia, maior o risco de câncer de boca. Isso é válido para quem fuma cigarro comum, de palha, de cravo, charuto, cachimbo, narguilé, entre outros.

Já o consumo abusivo de bebidas alcoólicas interrompe a síntese e o reparo do DNA, favorecendo o desenvolvimento de células cancerígenas. Ao mesmo tempo, o álcool aumenta a produção de oxigênio com potencial reativo e genotóxico, induzindo às células ao estresse oxidativo. Fora isso, comprovou-se que pessoas etilistas tendem a ter dietas carentes de nutrientes essenciais, tornando-se mais suscetíveis aos efeitos carcinogênicos do álcool.

Mas, o que seria consumo excessivo? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),considera-se como tal a ingestão de 60 g ou mais de álcool, em uma única ocasião, em um intervalo de 30 dias. Para fazer o cálculo, considere que um copo de 330 ml de cerveja, uma taça de 100 ml de vinho ou 30 ml de destilado têm entre 10 e 12 g de álcool.

HPV versus risco de câncer de boca

Estudos mostram que o HPV — uma infecção sexualmente transmissível (IST)considerada relativamente comum — está relacionada a um maior risco de câncer de boca e garganta. Ele ocorre quando o vírus, principalmente, do subtipo16, entra no corpo através de uma lesão ou de um pequeno corte, levando ao aparecimento de verrugas.

Acontece que, se o HPV infectar a boca, surgem lesões que, se não tratadas, podem evoluir para malignidades na parte posterior da garganta, base da língua e amígdalas. Tal ocorrência, vale destacar, também é mais frequente em homens.

Como reduzir as chances de ocorrência da doença?

Para reduzir o risco de câncer de boca e garganta é preciso adotar algumas medidas preventivas, relacionadas ao estilo de vida. As principais são:

  • não fumar ou mascar tabaco;
  • evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • usar preservativo (camisinha) no sexo oral;
  • tomar a vacina contra o HPV;
  • ter uma alimentação equilibrada;
  • manter o peso corporal saudável;
  • ir às consultas médicas periódicas e fazer os exames recomendados.

Quando é necessário procurar um/a médico/a?

Recomenda-se procurar ajuda médica sempre que perceber sinais ou sintomas que não desaparecem após alguns dias. É o caso, por exemplo:

  • de um nódulo ou massa palpável no pescoço;
  • de um nódulo ou inchaço na parte interna da bochecha;
  • da dor na cavidade oral;
  • de alguma ferida com sangramento;
  • de manchas (esbranquiçadas ou avermelhadas) no interior da boca;
  • da sensação de que algo está preso na garganta;
  • da dificuldade para mastigar, engolir e/ou falar;
  • da rouquidão contínua ou alteração na voz;
  • da dor no ouvido; entre outros.

Apesar de, na maioria das vezes, essas manifestações estarem relacionadas a condições benignas, elas também podem ser sinais de alerta para doenças graves. Por isso, é preciso investigá-las.

Considerando que o câncer bucal tende a se agravar rapidamente, é melhor não perder tempo e procurar um/a profissional da área da saúde para avaliar o quadro. Isso pode ser feito pelo clínico geral, estomatologista, otorrinolaringologista ou mesmo um/a dentista. Se for diagnosticado um tumor maligno, um/a oncologista cirúrgico/a assume o caso, definindo o estágio da doença e dando início ao tratamento.

Em suma, ainda que o tabagismo e o etilismo sejam os principais potencializadores do risco de câncer de boca, o HPV também pode provocar a doença. Sendo assim, em caso de suspeita da doença, procure ajuda médica.

Caso precise consultar um/a cirurgião/ã oncológico/a, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Nossos membros estão localizados em diferentes regiões do país!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
Buscar Especialista