SBCO lamenta a perda de Marcos Moraes, um dos maiores expoentes da Oncologia brasileira

SBCO lamenta a perda de Marcos Moraes, um dos maiores expoentes da Oncologia brasileira

Por: ATUALIZADO EM: 18 maio 2021 | PUBLICADO EM: 04 maio 2020

Na manhã desta segunda, dia 4, morreu o cirurgião oncológico, Marcos Moraes, presidente e membro fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO),diretor do INCA entre 1990 e 1998 e presidente da Academia Nacional de Medicina de 2007 a 2009 e 2011 a 2013

A Oncologia brasileira amanheceu de luto. Morreu na manhã desta segunda, dia 4, o cirurgião oncológico Marcos Fernando de Oliveira Moraes, 83 anos, um dos maiores expoentes das políticas de combate ao câncer no país. Marcos Moraes foi diretor do Instituto Nacional de Câncer entre 1990 e 1998, presidiu a Academia Nacional de Medicina em dois mandatos (2007/2009 e 2011/2013),foi responsável pela criação da Fundação do Câncer, em 1991, além de ter sido presidente e membro fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Destaque como médico e gestor, respeitado por toda a comunidade científica nacional, foi um dos maiores nomes do mundo na elaboração e execução da política de combate ao tabagismo. Foi o responsável por trazer para o Brasil o Congresso Mundial de Câncer da Union for International Cancer Control (UICC),em 1998 e o Mundial de Cirurgia Oncológica da World Federation of Surgical Oncology Society (WFSSO),em 2006, sendo o único brasileiro a presidir a entidade.

FORMAÇÃO – Filho de Osório Accioly de Moraes e Djanira de Oliveira Moraes, Marcos Moraes nasceu na cidade de Palmeiras dos Índios, em Alagoas, em 10 de agosto de 1936. De origem humilde, a família se mudou para o Rio de Janeiro quando tinha 12 anos. Ganhador de uma bolsa, estudou no conceituado Colégio Pedro II, concedida anualmente a cada estado brasileiro. Graduou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Após se especializar em cirurgia no sexto ano de Medicina da UERJ, complementou sua formação nos Estados Unidos, onde se tornou “master of Science Surgery” pela Universidade de Ilinois, tendo apresentado o estudo “Role of the sympathetic nervous system in experimental duodenal ulceration”. Posteriormente, foi “fellow” do Serviço de Oncologia Cirúrgica da mesma instituição.

UM GESTOR DO COMBATE AO C NCER – De volta ao Brasil, Marcos Moraes foi Professor Titular de Cirurgia e chefe do Departamento de Cirurgia da Universidade Gama Filho; presidente e membro fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e da American Trauma Society, em Chicago; membro da Sociedade Latino-americana de diretores de Institutos Nacionais do Câncer; Membro do Executive Council da World Federation of Surgical Oncology Society; representante oficial do Brasil na Organização Mundial de Saúde para o National Cancer Control Programmes (NCCN).

Quando chefiava o Departamento de Cirurgia do Hospital da Universidade Gama Filho, em 1989, recebeu um convite do recém eleito presidente da República, Fernando Collor, para integrar a equipe que elaboraria o programa nacional para a área da saúde. Em 1991, já ocupando o cargo de diretor geral do INCA, foi criador da Fundação do Câncer ao lado dos também médicos Jayme Brandão de Marsillac, Ulpio Paulo de Miranda e Magda Cortês Rodrigues Rezende.

O objetivo era buscar alternativas econômico-financeiras para ampliar o atendimento do Inca aos portadores de câncer e intensificar as ações de prevenção e controle da doença. A criação da Fundação abriu um novo canal para o recebimento de recursos da iniciativa privada e também de órgãos públicos e instituições internacionais. “Nascia assim, sob o comando de Marcos Moraes, a fase de maior celeridade da história do INCA, quando foram estabelecidas as estratégias mais eficazes e ágeis de controle do câncer no país”, enaltece o cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Alexandre Ferreira Oliveira.

Ao dirigir o INCA por oito anos consecutivos, Marcos Moraes participou da elaboração do Programa Nacional de Câncer, na década de 90, contribuindo para a orientação da política de câncer no Brasil. Foram várias iniciativas de sucesso, com destaque para a política de controle do tabagismo. Durante sua gestão, ampliaram-se ações focadas em diagnóstico precoce do câncer e foram incorporadas ao Inca unidades como o Hospital de Oncologia (ex-Inamps),o Hospital Luíza Gomes de Lemos (da Associação das Pioneiras Sociais) e o Pro-Onco (da Campanha Nacional de Combate ao Câncer).

Posteriormente, participou da criação da Fundação Ary Frauzino para Pesquisa e Controle do Câncer (FAF) para apoiar financeiramente o Inca e pesquisas contra o câncer. Foi o presidente do Conselho de Curadores da FAF. Foi coordenador do Programa Interinstitucional de Pesquisa, Ensino e Extensão na Biologia do Câncer da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Organizou e chefiou, no Hospital de Ipanema, o Serviço de Tumores de Partes Moles e a Comissão de Oncologia, bem como administrou o programa de residência médica do mesmo. Outro importante mérito, enquanto cirurgião oncológico, foi a apresentação da “Padronização Técnica da Gastrectomia Radical”.

O extenso currículo de Marcos Moraes inclui ter sido presidente da Sociedade Latino-americana de Diretores de Institutos Nacionais de Câncer e da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (ABIFCC),assim como coordenador do Programa Interinstitucional de Pesquisa, Ensino e Extensão na Biologia do Câncer da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

Recebeu o Prêmio de excelência em pesquisa concedido pela Kroc Foundation da Califórnia e foi, em 2010, o vencedor da primeira edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, criado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) para reconhecer anualmente uma personalidade de destaque no combate ao câncer no Brasil.

 

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