O câncer no útero, também chamado de câncer do colo do útero e câncer cervical, é considerado o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, ficando atrás apenas docâncer de mamae do câncer colorretal, segundo dados (2021) do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Ainda de acordo com o mesmo levantamento, foi constatado que o câncer no útero representa a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, afetando cerca de mais de 16 mil casos em 2020.
Esse tipo de câncer é causado pela infecção persistente de alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV),os chamados tipos oncogênicos do vírus. Ou seja, a infecção pelo HPV é bastante comum, mas apenas nos casos em que há alteração celular do vírus é que pode haver uma evolução para o câncer de colo do útero.
Felizmente, quando descobertos precocemente, quase a totalidade dos casos são curáveis. Por isso, é muito importante manter a atenção da saúde em dia e realizar o exame preventivo com regularidade.
Câncer no útero: como é feito o diagnóstico?
Por ser uma doença de lento desenvolvimento, é muito provável que o câncer no útero não apresente sinais no início da doença.
No entanto, quando a situação já está agravada, sintomas como sangramento vaginal intermitente e após o ato sexual, assim como secreção vaginal anormal e dor no abdômen seguida de queixas urinárias ou intestinais podem surgir como identificação da doença.
Exatamente por ser um tipo de câncer silencioso, é muito importante que toda mulher faça exames regulares para detectar o problema com antecedência, já que no momento em que os sinais começam a surgir, é muito provável que o quadro já esteja grave.
Dessa forma, os testes que confirmam o diagnóstico do câncer no útero são aqueles solicitados de forma rotineira pelo ginecologista, especialista em saúde feminina:
- Exame preventivo (Papanicolau): realizado por um instrumento chamado espéculo, que é introduzido na vagina para a coleta de material. Sinaliza a saúde do interior da vagina e do colo do útero.
- Exame pélvico: testes que visualizam o útero, ovário e reto.
- Colposcopia: realizada por meio de um aparelho chamado colposcópio, o exame é capaz de visualizar a vulva, vagina e colo do útero no intuito de detectar possíveis lesões anormais nessas regiões.
- Biópsia: feita a partir da retirada de uma pequena amostra de tecido para análise microscópica, sendo indicada quando as células identificadas no exame preventivo demonstrarem alteração.
Além disso, é importante sempre considerar o histórico clínico da paciente, assim como antecedentes familiares de câncer no útero, a fim de obter maiores indicações sobre a regularidade dos exames e outras informações importantes.
Tratamento para câncer no útero
O tratamento para o câncer no útero vai depender do estágio da doença, muito embora na maioria das vezes seja indicada a cirurgia, radioterapia e quimioterapia, sendo possível utilizar esses meios separadamente ou em conjunto, dependendo do caso.
É válido considerar também que o meio escolhido para o tratamento leva em consideração o desejo futuro da paciente em ter filhos, assim como outros fatores pessoais, além das características do tumor, como tamanho e estágio de evolução.
No entanto, quase sempre a via mais recomendada é o procedimento cirúrgico, que exerce atuação de diversas formas. Enquanto algumas cirurgias consistem apenas em remover a lesão, outras abordagens competem a remoção total do útero.
A chamada histerectomia radical trata-se da retirada do útero com seus ligamentos, assim como da parte superior da vagina, juntamente com os gânglios linfáticos pélvicos. Já na exenteração pélvica, órgãos como bexiga e reto também podem ser removidos juntamente com a retirada do colo do útero, útero e os gânglios linfáticos.
Outro procedimento indicado para o câncer no útero é a salpingooforectomia bilateral, que também envolve a remoção de ovários e trompas uterinas.
É importante orientar que de toda forma, a cirurgia para tratar esse tipo de câncer pode ser realizada de forma convencional ou por métodos minimamente invasivos, como a cirurgia robótica ou por laparoscopia.
Além disso, quando o quadro da paciente não envolve invasão de outros tecidos adjacentes, um procedimento chamado conização é indicado para a retirada de uma fração do colo do útero em forma de cone.
A escolha do profissional faz toda a diferença
Felizmente, as chances de cura do câncer no útero são bastante animadoras. No entanto, as cirurgias para tratar a doença são extremamente delicadas e exigem cuidado antes, durante e após o procedimento, assim como todo um acompanhamento individualizado pelo profissional.
Por isso, certifique-se que está fazendo a escolha certa no momento de optar pelo cirurgião ou cirurgiã oncológica. Faça perguntas para esclarecer suas dúvidas e opte por um atendimento totalmente humanizado.
A SBCO conta com uma área de “busca por um especialista”, a qual reúne cirurgiões e cirurgiãs oncológicas estão sempre à disposição para cuidar da saúde das mulheres brasileiras.