Para muitos tipos de câncer, citamos as doenças pré-existentes como fatores de risco para o surgimento de tumores. Por isso, muitas mulheres se perguntam se o cisto no ovário pode virar câncer, futuramente. As duas condições, apesar de serem localizadas no mesmo órgão, são bem distintas.
Para esclarecer essa dúvida, preparamos um material mostrando a diferença entre o câncer e o cisto no ovário, destacando os sintomas e tipos desta formação, além de orientar para o diagnóstico e formas de tratamento de acordo com cada caso.
Fique com a gente para saber mais detalhes a este respeito.
O que é e quais os tipos de cisto no ovário?
O cisto ovariano é uma espécie de bolsa repleta de líquido, que se forma dentro ou sobre um dos ovários. Essas formações são relativamente comuns, sobretudo para mulheres entre os 15 e os 35 anos.
Na maioria dos casos, o cisto desaparece naturalmente, sem a necessidade de qualquer intervenção médica. Os chamados cistos funcionais, em geral, tem causa hormonal e podem ser classificados da seguinte forma:
- cistos foliculares: se desenvolvem mais em ovários de mulheres jovens, que não rompeu ou quando um folículo imaturo não reabsorve líquido após a ovulação;
- cisto de corpo lúteo: ocorrem depois da ovulação, sendo causados por uma secreção aumentada de progesterona, resultando em um aumento de líquido no corpo lúteo;
- cisto de Teca-luteína: são bastante incomuns e estão associados a estimulação prolongada dos ovários (quando a mulher tomou medicamento para indução da ovulação, na gestação, quando há presença de uma placenta grande ou quando a mulher tem diabetes).
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Qual a diferença entre cisto no ovário e câncer?
Como adiantamos no início deste artigo, o cisto no ovário e o câncer são duas condições diferentes. Os cistos são benignos e se formam a partir das cavidades repletas de líquido (folículos) nos ovários e podem se desfazer naturalmente ao fim do ciclo menstrual, genericamente falando.
Já o câncer de ovário é a reprodução desordenada das células de tecido que reveste o ovário, das que formam os óvulos ou ainda daquelas que produzem a maior parte dos hormônios femininos.
Sobre a incidência, os cistos ocorrem com mais frequência nas mulheres em idade fértil. O câncer no ovário, por sua vez, atinge mais mulheres entre 50 e 70 anos.
Pode virar câncer?
Essa é a notícia que mais gostamos de trazer! A presença de cistos no ovário não é fator de risco para o surgimento do câncer na região. O cisto é, em geral, benigno e não configura uma lesão pré-câncer.
Portanto, se for diagnosticada com cisto no ovário, não precisa ficar assustada. Ainda assim, isso não dispensa a rotina de cuidados preventivos, a que todas as mulheres precisam estar atentas.
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Quais os sintomas de cisto no ovário?
Em geral, o cisto no ovário desaparece naturalmente e pode sequer apresentar sintomas. No entanto, quando ocorrem sinais da condição, os mais comuns são:
- menstruação irregular;
- fluxo menstrual intenso;
- sangramento fora do período menstrual;
- dor no ovário, durante o período de ovulação;
- dor pélvica antes ou durante a menstruação;
- sensação de barriga inchada ou dolorida;
- dores intestinais;
- dor ou desconforto nas relações sexuais;
- náuseas e vômitos.
Como é realizado o diagnóstico?
Ao analisar os sintomas, seu médico pode solicitar exames ginecológicos de rotina. Em alguns casos, após de determinado período, os cistos podem desaparecer.
Em outros, será necessário a realização de exames de imagem, os quais garantem um diagnóstico mais detalhado, que podem ser:
Ultrassonografia pélvica transvaginal
É o exame mais utilizado, no qual avalia todo o órgão reprodutor feminino, realizado através de um aparelho de ultrassom que emite ondas sonoras de alta frequência, capazes de formar imagens que podem identificar o tamanho do cisto e sua composição. Pode ser realizado via endovaginal ou abdominal.
A ultrassonografia consegue mostrar se o cisto está preenchido com líquido, denominado cisto simples, ou sólido, chamado de cisto complexo — esse pode exigir mais testes, uma vez que pode ser uma suspeita de malignidade. Nesse caso, é solicitada uma ressonância magnética.
Ressonância nuclear magnética da pelve
É um exame que consegue determinar com maior precisão de detalhes, permitindo observar com mais clareza tamanho, quantidade de lesões, alterações fisiológicas e metabolismo celular.
Após o diagnóstico de cisto, o tratamento dependerá do seu tipo da formação. Na maioria dos casos, pode ser indicado um acompanhamento regular, para ter a certeza de que o cisto diminuiu ou desapareceu ao longo do tempo. Em outras situações, o(a) médico(a) pode indicar o uso de anticoncepcionais, para regular os níveis hormonais.
Ao identificar a presença de um cisto que pode ser de alto risco , deverá ser iniciada uma investigação minuciosa. Sendo, muitas vezes, necessária a solicitação de exame de sangue que mede a proteína antígeno cancerígeno 125 (CA-125). No entanto, como sempre destacamos, toda conduta de supervisão e tratamento varia de acordo com as condições individuais de cada paciente. Por essa razão, apenas depois da consulta e com os resultados dos exames que é possível dizer qual é o melhor tratamento.
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