A hepatectomia é a cirurgia realizada para a retirada, parcial ou total, do fígado. Indicada com objetivo curativo, ela serve para tratar alterações graves, que são capazes de comprometer o funcionamento do órgão. É o caso, por exemplo, de tumores (benignos ou malignos).
Neste artigo, explicamos quando o procedimento é indicado e de quais maneiras pode ser feito. Continue a leitura e saiba mais a respeito!
Quando a hepatectomia é indicada?
A hepatectomia costuma ser realizada para o tratamento de cistos, nódulos ou tumores hepáticos primários (que se desenvolvem a partir do próprio fígado). Além disso, pode ser indicada para o tratamento de metástases hepáticas, ou seja, tumores secundários (que se disseminaram para o órgão, mas têm origem em outro local).
Para saber mais, recomendamos a leitura deste artigo: Como é o tratamento cirúrgico para metástases hepáticas?
No entanto, não é porque uma pessoa apresenta algum desses quadros que tem, necessariamente, recomendação cirúrgica. Isso porque, além do quadro clínico geral, a indicação para o procedimento depende do volume e da porção do fígado que precisa ser removida.
Como a cirurgia de fígado é realizada?
Para entender como a hepatectomia pode ser realizada, é preciso conhecer um pouco sobre a anatomia do fígado. Este órgão é formado pelos lobos direito e esquerdo. Cada um desses, por sua vez, se divide em oito segmentos — os quais são independentes entre si.
Sendo assim, a cirurgia para ressecção (remoção de um ou mais segmentos) ou para transplante (remoção total e substituição por outro fígado) pode ser feita por meio de diversas técnicas. Entenda melhor a seguir.
Hepatectomia parcial
Trata-se de um procedimento no qual remove-se apenas a parte do órgão que está comprometida. A cirurgia pode ser realizada:
- por via aberta, por meio de uma incisão na parte superior do abdômen;
- ou de forma minimamente invasiva, por videolaparoscopia ou cirurgia robótica (o que permite que um procedimento com menor incisão e menos dor).
Para conhecer os diferenciais da cirurgia robótica, sugerimos este artigo: Mais de 500 hepatectomias robóticas com menos de 1% de conversão para aberta
Dessa forma, dependendo do local onde a alteração se encontra, pode-se realizar diferentes abordagens, removendo partes específicas do fígado. É o caso, por exemplo, da:
- hepatectomia esquerda, para a retirada do lobo esquerdo;
- hepatectomia direita, para a ressecção do lobo direito;
- segmentectomia, para a remoção de apenas um segmento do órgão;
- trisegmentectomia direita, para a ressecção do lobo direito e de parte do esquerdo;
- lobectomia lateral esquerda, para a remoção de metade do lobo esquerdo.
Vale destacar, ainda, que a cirurgia de remoção parcial do fígado é indicada para pacientes com um bom estado de saúde geral, que apresentam a função hepática preservada. É o caso, por exemplo, de portadores de tumores pequenos e localizados, diagnosticados em estágios iniciais. Muitas vezes, o procedimento é associado a outras terapêuticas, como a quimioembolização (injeção de medicamentos quimioterápicos no local).
Vale destacar que, em pacientes com bom estado clínico, é possível remover até 70% do fígado sem comprometer sua função, pois o órgão tem capacidade regenerativa. Com isso, o processo de reconstrução (hipertrofia e regeneração) natural da porção retirada começa logo após a cirurgia, por meio da multiplicação das suas células.
Hepatectomia total
Pacientes com estado clínico complicado, como portadores de cirrose hepática ou de câncer de fígado avançados, não têm indicação para realizar a hepatectomia parcial. Isso porque, além da capacidade de regeneração ficar comprometida, existe um alto risco de disseminação ou de recidiva pós-cirúrgica.
Dessa maneira, nesses casos indica-se a hepatectomia total, ou seja, a remoção completa do órgão. Em seguida, realiza-se o transplante de fígado, o qual pode ser proveniente de um doador com morte encefálica ou de um doador vivo submetido à cirurgia parcial.
Como é o prognóstico do paciente após o procedimento?
O prognóstico do paciente submetido à hepatectomia varia conforme o quadro clínico individual. Mas, graças aos avanços, principalmente, na cirurgia robótica, a recuperação após o procedimento tem sido cada vez melhor. Para tanto, é imprescindível contar com um especialista na área — o que garante a assertividade na indicação da abordagem e sua correta execução!
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Entretanto, em caso de dúvidas sobre como a hepatectomia pode ser empregada no tratamento do câncer de fígado, especificamente, converse com um/a cirurgião/ã oncológico! Para encontrar um especialista perto de você, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)!