Infecções em pacientes oncológicos

Infecções em pacientes oncológicos

Por: PUBLICADO EM: 08 jun 2022

Enquanto vivermos em sociedade, estaremos sempre expostos a vírus e bactérias que podem causar desde uma gripe fraca até doenças mais preocupantes. Quando há uma situação em que as defesas já estão comprometidas, isso pode ser mais recorrente. As infecções em pacientes oncológicos, por exemplo, podem ser mais frequentes do que se imagina.

Se você busca informações sobre como prevenir ou identificar uma infecção em pessoas com câncer, neste artigo vai encontrar o que procura. Aqui, falamos sobre as causas dessa ocorrência e a importância de recorrer à atenção médica diante de suspeita de infecções. Acompanhe.

As infecções em pacientes oncológicos são comuns?

As infecções em pacientes oncológicos podem ser mais ou menos frequentes. Isso porque a suscetibilidade às infecções está ligada à imunidade de cada pessoa.

Sendo assim, os pacientes com câncer, em decorrência do próprio tratamento, estão mais propensos a contrair infecções oportunistas. Isto é, germes que se aproveitam do estado de imunossupressão do organismo para se instalar e produzir doença.

O que preocupa é que, em pessoas com a imunidade debilitada, uma simples gripe pode ser responsável por desencadear uma síndrome respiratória grave ou uma infecção generalizada, eventualmente fatal. Por isso, é muito importante esclarecer as recomendações acerca da prevenção dessas doenças nessa população.

Quais as causas de infecções em pessoas com câncer?

Os tratamentos aplicados para o combate do câncer, sejam eles com medicamentos (como a quimioterapia, a terapia alvo ou a hormonioterapia),cirúrgicos ou radioterápicos, podem provocar efeitos colaterais que variam de pessoa para pessoa. Uma das reações a estes procedimentos é a imunossupressão. 

Isso significa que o tratamento do câncer pode interferir no funcionamento do sistema imunológico de várias maneiras:

  • pela doença, propriamente — o fato de o sistema imunológico estar lutando contra o câncer pode fazer com que ele deixe de se proteger contra possíveis infecções;
  • reações físicas relacionadas ao tratamento, como falta de sono, estresse, má alimentação e outros efeitos colaterais;
  • mau funcionamento da medula óssea, reduzindo a produção de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. Essa condição pode ser um dos efeitos da quimioterapia e também da radioterapia — especialmente se a radiação atingir áreas extensas do corpo, como região pélvica, pernas, tórax ou abdome;
  • cânceres que afetam ou têm origem na medula óssea como o câncer de sangue ou, ainda, aqueles que se disseminam para os ossos. Eles podem comprimir as células da medula óssea, diminuindo a produção dos glóbulos brancos.

Como prevenir infecções em pacientes oncológicos?

De maneira geral, os cuidados contra infecções são os mesmos recomendados a todas as pessoas. Evidentemente, no caso de pacientes oncológicos, que têm mais propensão à contaminação, a atenção deve ser redobrada.

Neste sentido, é indicado que a pessoa com câncer procure evitar situações que possam ser porta de entrada para vírus e bactérias. Assim, é importante sempre:

  • fazer repouso e manter uma dieta balanceada;
  • evitar lugares aglomerados e o contato com pessoas doentes;
  • não compartilhar copos de bebidas, utensílios e itens pessoais, como escovas de dente;
  • lavar as mãos frequentemente, especialmente após usar o banheiro e antes de comer;
  • tomar banho diariamente e usar produtos cosméticos capazes de impedir o ressecamento e a descamação da pele;
  • não manusear objetos pontiagudos e cortantes, como tesouras, facas e barbeadores, para evitar cortes;
  • evitar a ingestão de alimentos crus, como carnes, mariscos e ovos;
  • higienizar cuidadosamente frutas e vegetais antes do consumo;
  • evitar o contato com detritos dos animais domésticos;
  • escovar dentes e gengivas com escova macia para não correr o risco de lesões na região.
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Pacientes em quimioterapia podem perguntar ao médico quando se estima que os glóbulos brancos estarão mais baixos. Sabendo quando é esse período em que o corpo fica mais propenso a infecções, é possível reforçar as medidas de prevenção.

Quais os sintomas de infecção em pacientes oncológicos?

As infecções podem iniciar-se em qualquer parte do corpo. No entanto, os locais mais comuns são boca, pele, pulmões, trato urinário, reto e áreas genitais. Assim, além dos sinais locais de infecção, há sintomas que podem ser indicativos que é preciso buscar atendimento especializado. Os principais são:

  • febre — sinal mais importante de infecção;
  • calafrios ou suor excessivo;
  • dor de garganta ou estomatite;
  • dor abdominal;
  • dor ou ardência ao urinar;
  • diarreia ou feridas ao redor do ânus;
  • tosse ou falta de ar;
  • vermelhidão, inchaço ou dor, especialmente ao redor de um corte ou ferida;
  • corrimento anormal ou coceira vaginal.

Como proceder caso haja febre ou outros sinais de infecção?

A febre pode ser o único sinal de infecção, especialmente durante o tratamento de quimioterapia. E uma infecção nesse período pode ser, muitas vezes, fatal. Por essa razão, é fundamental estar atento a esse sintoma.

Sempre que se sentir quente, corado ou tiver calafrios, monitore a temperatura corporal. Se registrar mais de 38 graus por um intervalo superior a uma hora, é preciso comunicar o seu médico.

Além da febre, se algum outro sintoma parecer persistente, não hesite em procurar ajuda. Isso vai ser fundamental para iniciar a contenção do processo infeccioso mais cedo.

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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