Junho Vermelho: A importância da doação de sangue para o paciente oncológico

Junho Vermelho: A importância da doação de sangue para o paciente oncológico

Por: PUBLICADO EM: 03 jun 2022

Uma das grandes preocupações de hospitais e serviços especializados de saúde ao redor de todo o mundo é a possibilidade de esgotarem-se os estoques de sangue. Por isso, existem campanhas e iniciativas constantes para conscientização sobre a importância da doação de sangue.

O que muitas pessoas nem sequer imaginam é que o paciente com câncer também precisa receber doações em diversas circunstâncias. É sobre isso que falamos neste artigo. Se você chegou até aqui, junte-se a nós para saber mais a respeito das especificidades desse tipo de transfusão de sangue.

Qual é a importância da doação de sangue para as pessoas com câncer?

Em diversos procedimentos médicos e hospitalares, pode ser necessário que o paciente receba uma transfusão de sangue. No caso das pessoas em tratamento contra algum tipo de câncer essa necessidade se mantém — ou até se intensifica.

Isso porque algumas condutas terapêuticas, específicas para o combate aos tumores e seu desenvolvimento, tendem a prejudicar a reprodução celular. Esse déficit também se estende às células sanguíneas. Com isso, a doação de sangue é ainda mais importante sob o ponto de vista da pessoa em tratamento oncológico.

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Em quais situações o paciente oncológico precisa de sangue?

Como dissemos, existem alguns procedimentos que podem interferir na multiplicação das células. Além disso, há outros que podem ocasionar a perda acentuada de sangue e, portanto, a necessidade de transfusão. Isso quer dizer que a atitude de doar sangue pode ajudar a curar um paciente com câncer, que necessita desse fluido em situações como:

  • realização de cirurgias para remoção do tumor ou para reconstrução de órgãos;
  • tratamento da leucemia — como a doença se origina na medula óssea, órgão no qual o sangue é produzido, o tratamento atinge especificamente a medula. Com isso, o bloqueio na fabricação é ainda maior;
  • quimioterapia – o método tradicional do tratamento bloqueia o crescimento da maioria das células de desenvolvimento rápido, categoria que engloba as do sangue. Assim, há um bloqueio parcial da produção de sangue pelo organismo;
  • auxílio após o transplante de medula óssea — até que o organismo retome a produção normal das células sanguíneas, o paciente continua a precisar desse auxílio para manter a quantidade ideal de sangue.

Quais os componentes sanguíneos mais necessários?

Na maioria dos casos, o paciente oncológico necessita em maior quantidade transfusão de plaquetas —  componente do sangue responsável pela coagulação. Isso porque as pessoas acometidas pela doença, como citamos, sofrem com bloqueio na produção das células sanguíneas. Esse déficit acontece mais intensamente em relação às plaquetas.

Como consequência de uma contagem muito baixa de plaquetas, o paciente pode apresentar hematomas e desenvolver sangramentos. Além disso, a quantidade insuficiente desse componente pode atrasar os ciclos de quimioterapia e o resultado final do tratamento.

Outro elemento sanguíneo que pode ser necessário em maior escala para pessoas com câncer são as hemácias. Em geral, a queda desse componente pode estar ligada a condições como insuficiência renal e inflamação do corpo. Esses são alguns dos efeitos colaterais esperados durante o tratamento com quimioterapia.

É possível doar somente plaquetas?

Sim, é possível doar somente as plaquetas. Na realidade, isso é muito importante especificamente quando se pensa nas necessidades das pessoas em tratamento oncológico. Para esse tipo de doação, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer),o processo segue basicamente os mesmos passos. O que muda é que o sangue passa por uma máquina que retém as plaquetas e devolve o fluido para o organismo do doador.

Por esta razão, a doação de plaquetas deve ser feita em um posto de coleta devidamente equipado para tal procedimento. Em geral, esse tipo de doação é feita mediante agendamento prévio.

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Após coletadas, as plaquetas podem ser transfundidas para o paciente com câncer pelo período de 5 dias. Essa particularidade faz com que a doação constante seja ainda mais relevante.

Quem pode doar sangue?

Seja para a doação de sangue, plaquetas ou medula óssea, existem alguns critérios de saúde e condições físicas que devem ser atendidos para poder ser doador. Assim, podem doar sangue todos aqueles que:

  1. têm entre 16 e 69 anos (até 18 anos, é preciso autorização formal de um dos responsáveis);
  2. pesar mais de 50kg.

Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o doador deve estar com bom estado de saúde e seguir os seguintes passos:

  • Estar bem alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação);
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
  • Não ultrapassar a frequência máxima de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três para as mulheres.

As campanhas nacionais de doação de sangue mobilizam profissionais de saúde e a sociedade para lembrar sobre a importância desta ação. A necessidade se estende por todo o ano e a doação faz a diferença na recuperação e até na sobrevida de muitas pessoas, sobretudo aquelas em tratamento oncológico.

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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