O que causa o câncer de garganta e como tratar a doença

O que causa o câncer de garganta e como tratar a doença

Por: ATUALIZADO EM: 17 jun 2021 | PUBLICADO EM: 30 maio 2021

O câncer de garganta, também denominado câncer orofaríngeo, tende a acometer toda a região da orofaringe, como a parte de trás da língua, o palato mole, as amígdalas, os pilares, as paredes laterais e a parte posterior da garganta.

Embora a doença apresente uma relação direta com determinados hábitos nocivos à saúde, como o tabagismo e alcoolismo, é importante considerar outros fatores de risco que podem parecer distantes de qualquer relação com o câncer de garganta, como por exemplo o contágio com o papilomavírus humano (HPV). 

Por isso, é fundamental manter-se informado para prevenir e tratar corretamente o câncer de garganta, infelizmente, uma doença pouco discutida entre a população, atualmente.

Câncer de garganta: como identificar os sintomas

Assim como a boca, a garganta também apresenta participação no processo da fala, respiração e deglutição dos alimentos. Dessa forma, todas as células e tecidos que compõem a região da garganta estão suscetíveis ao desenvolvimento de um tumor maligno. 

Por isso, embora a garganta como um todo possa ser acometida por uma massa tumoral, é muito importante compreender alguns sintomas iniciais que podem indicar a presença da doença, como por exemplo:

  • tosse;
  • dificuldade para respirar e para engolir;
  • alterações na voz;
  • sensação de que há algo preso na garganta;
  • garganta irritada com frequência;
  • caroço no pescoço;
  • dor de ouvido;
  • perda de peso sem motivo aparente.

Além disso, existem outros sintomas de ordem mais específica, que também sinalizam o câncer de garganta, emitindo sinais que se relacionam mais propriamente com laringe e faringe. 

No caso do câncer de laringe, além dos sintomas gerais, é necessário incluir qualquer sinal persistente de rouquidão e mudança de voz que persistem por mais de 15 dias. 

Já para o câncer de faringe, os sinais específicos da doença se estendem para engasgos com alimentos; tosse com sangue; alteração na fala e sensação de congestão nasal que pode ser seguida de secreção ou sangramento nasal.

Mas o que causa o câncer de garganta?

Fatores de risco para o câncer de garganta

Para prevenir o câncer de garganta é muito importante compreender os motivos relacionados com o desenvolvimento da doença e evitá-los. 

Essa é uma questão muito esclarecedora e que pode realmente salvar vidas, caso a população se conscientize dos principais fatores de risco para o câncer de garganta.

Gênero, histórico familiar e envelhecimento

Os homens devem dispor de maior atenção para o câncer de garganta. Além disso, as chances de desenvolver a doença também aumentam quando há histórico familiar do problema. 

Embora as pessoas acima de 65 anos também estejam mais vulneráveis a desenvolver a doença, é importante considerar que o câncer de garganta pode acometer pessoas de qualquer idade.

Tabagismo e alcoolismo

O ato de fumar é um dos principais fatores de risco para o câncer de garganta. No entanto, além do tabagismo em si, quando o hábito é combinado com o consumo frequente de bebidas alcoólicas, o risco de adquirir a doença se multiplica consideravelmente.

De toda forma, é preciso lembrar que o alcoolismo isoladamente também favorece o aparecimento do câncer de garganta.

HPV

Uma das causas para o câncer de garganta é a transmissão do papilomavírus humano (HPV), desencadeada pelo ato sexual desprotegido.

Conforme pesquisa realizada pelo Journal of Clinical Oncology (2018),a incidência do HPV no organismo aumenta consideravelmente o risco de desenvolver câncer de garganta. Isso acontece principalmente quando os pacientes que já tiveram algum tipo de câncer e adquirem o papilomavírus humano. Ou seja, as chances de desenvolvimento de um tumor na garganta é mais alta. Por isso, o uso de preservativos é indispensável na prevenção da doença.

Qual é a melhor forma de tratar o câncer orofaríngeo?

Para tratar o câncer de orofaringe, é preciso avaliar cada caso individualmente. Isso significa que as indicações de tratamento vão depender das características do tumor, como tipo, tamanho e extensão, além da idade do paciente e relação com HPV.

Por isso, dependendo de cada quadro, o tratamento poderá incluir quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo, imunoterapia, cirurgia e/ou cuidados paliativos. De toda forma, o intuito final do tratamento sempre está voltado para melhorar a qualidade de vida do paciente, assim como maximizar as chances de cura da doença.

A cirurgia para o câncer de garganta é um dos caminhos de maior êxito para tratar a doença, dependendo do caso. Hoje em dia, os procedimentos cirúrgicos utilizados são garantidos pela eficácia tecnológica, além de serem minimamente invasivos e altamente precisos em sua atuação, proporcionando uma recuperação rápida e amenizando o quanto possível os efeitos posteriores na deglutição e na fala do paciente.

Além disso, caso a quantidade de tecido retirada seja significativa, será necessário realizar uma cirurgia reconstrutora para amparar a região da garganta e pescoço, no caso de tumores grandes. Vale ressaltar que um cirurgião ou cirurgiã oncológicos estão aptos a realizarem a cirurgia reconstrutora, inclusive com o auxílio de um cirurgião plástico.

Em casos ainda mais graves, onde o tumor bloqueia a garganta e passa a ser inviável sua remoção, é necessário que o paciente faça uma traqueostomia para melhorar a capacidade respiratória.

Para saber a melhor via de tratamento, é necessário uma conversa profunda com o médico, que tem o dever de apresentar todas as opções favoráveis para a eliminação da doença.

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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