Tenho câncer no sangue: e agora? Sintomas e tratamentos

Tenho câncer no sangue: e agora? Sintomas e tratamentos

Por: ATUALIZADO EM: 02 jul 2021 | PUBLICADO EM: 15 jun 2021

O câncer no sangue pode ser mais comum do que parece e, por isso, é preciso manter a calma quando o diagnóstico é confirmado.

Como o próprio nome diz, o câncer no sangue é responsável por acometer o sangue, fluido corporal que carrega os diferentes tipos de células sanguíneas e o plasma, líquido que permite o movimento das mesmas pelo organismo.

Por isso, quando o diagnóstico confere câncer no sangue, é possível que o resultado esteja indicando um dos seguintes tipos de câncer: leucemia, linfoma ou mieloma.

Leia o artigo para compreender melhor sobre cada um desses tipos de câncer no sangue, assim como os tratamentos sugeridos e de que forma afetam o organismo do paciente.

Câncer no sangue: leucemia, linfoma e mieloma

É importante considerar que a maioria dos tipos de câncer no sangue têm sua origem na medula óssea, que é um tecido localizado no interior dos ossos e responsável por originar todas as células sanguíneas que compõem o organismo.

Por isso, na via de tratamento para reparar a doença, o transplante de medula óssea pode estar indicado para os casos mais graves.

Leucemia

A leucemia é uma doença maligna que acomete os glóbulos brancos, caracterizadas como células de defesa do sangue. Por isso, esse tipo de câncer no sangue apresenta como principal característica o acúmulo de células anormais na medula óssea e que, à medida que a doença avança, passam a substituir as células saudáveis do sangue.

A leucemia pode se manifestar de forma crônica ou aguda. A fase crônica da leucemia é caracterizada pelo início da doença e as células leucêmicas ainda são capazes de realizar o trabalho de glóbulos brancos saudáveis. Já na fase aguda, o câncer se encontra em seu estágio mais crítico, ou seja, quando as células leucêmicas não conseguem mais fazer o trabalho normal das células sanguíneas.

Geralmente, em sua fase inicial, a leucemia não apresenta nenhum tipo de sintoma, mas conforme acontece o seu avanço pelo organismo, a doença pode apresentar alguns sinais aparentes, como, por exemplo, sangramentos recorrentes e manchas pelo corpo.  

O tratamento da leucemia é feito com objetivo de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte à sua produção normal. 

Geralmente, o tratamento envolve sessões de quimioterapia, assim como o controle de possíveis complicações infecciosas e hemorrágicas. Além disso, dependendo do caso, o transplante de medula óssea é indicado para interromper o desenvolvimento da doença.

Linfoma

Assim como a leucemia, o linfoma é considerado um tipo de câncer no sangue. No entanto, enquanto a leucemia se origina na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, região composta por gânglios linfáticos e vasos, sendo considerada pertencente tantoao sistema circulatório, quanto aosistema linfático.

O mecanismo de atuação do sistema linfático se dá por meio do transporte dos linfócitos, que se caracterizam por um tipo específico de glóbulos brancos, em direção ao sistema circulatório, através dolíquido chamado linfa.

Logo, podemos dizer que o linfoma é um tipo de câncer que acomete precisamente os linfócitos, células específicas de defesa do organismo. Por isso, ao atingir o sistema linfático, o linfoma atua na remoção excessiva dos líquidos do corpo e, consequentemente, na drástica diminuição da imunidade. 

Esse é um tipo de câncer que pode se manifestar de duas formas: linfoma de Hodgkin, responsável por se expandir ordenadamente de um grupo de linfonodos para o outro, por meio de vasos linfáticos; e linfoma não Hodgkin, que se espalha de maneira desordenada pelo organismo.

Para tratar o linfoma, está indicada a quimioterapia,durante a fase inicial da doença, e a radioterapia, destinada posteriormente ao tratamento inicial das sessões de quimio. Caso não haja resposta ao tratamento, o transplante de medula óssea pode atuar como uma opção complementar e bastante eficaz.

Mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que acomete células especificas da medula óssea, chamada plasmócito. Essa célula atua na produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias e, no caso do mieloma múltiplo, essas células não conseguem realizar a sua função plenamente.

Isso acontece, pois, há uma anormalidade nos plasmócitos, além de uma multiplicação acelerada e descontrolada, o que compromete diretamente as outras células do sangue.

Embora o seu estágio inicial, frequentemente, possa ser assintomático, quando há presença de sintomas, estes podem se manifestar por: fraturas; fadiga e cansaço; dor nos ossos; aumento de infecções e redução do volume da urina.

O tratamento do mieloma múltiplo permite que o paciente viva com mais qualidade de vida, mesmo quando não há chances de cura para a doença. De toda forma, a escolha do procedimento depende das condições gerais do paciente para passar pelo processo. 

Além disso, é importante considerar que em todos os casos, a quimioterapia está indicada, com a introdução de medicamentos imunomoduladores, quando se fizerem necessários. 

A radioterapia também é indicada para os pacientes que tiveram os ossos severamente danificados pela doença ou mesmo para aqueles que sintam dores ósseas extremas. Juntamente, o transplante de medula óssea está indicado para depois das sessões de quimioterapia.

Nesses casos a cirurgia oncológica serve como procedimento de suporte via alimentar, biópsias, colocação de cateter de quimioterapia.

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Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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