Você sabe o que é carcinoma hepatocelular?

Você sabe o que é carcinoma hepatocelular?

Por: PUBLICADO EM: 21 abr 2025

O carcinoma hepatocelular (ou hepatocarcinoma) é o câncer de fígado mais comum. Trata-se de uma neoplasia prevalente em pessoas com cirrose hepática associada ao consumo excessivo de álcool ou à hepatite crônica. Apesar de grave, suas chances de cura aumentam se diagnosticado e tratado precocemente.

Neste artigo, explicamos as causas da doença, seus possíveis sintomas e como é o diagnóstico e o tratamento. Para saber mais, continue a leitura!

O que é o carcinoma hepatocelular?

O fígado pode apresentar tumores malignos primários, originados no próprio órgão, ou secundários, devido a metástases de outros cânceres (principalmente, colorretal). Os tumores primários são menos frequentes, sendo o carcinoma hepatocelular o mais comum entre eles. Outros tipos são o colangiocarcinoma, o angiossarcoma e o hepatoblastoma, que somam menos de 20% dos casos de cânceres hepáticos primários.

Considerado agressivo, o carcinoma hepatocelular é prevalente em adultos, ocorrendo em ambos os sexos. Existem vários subtipos desse tumor, sendo o fibromelar (raro, respondendo por menos de 1% dos hepatocarcinomas) o que apresenta o melhor prognóstico.

O que aumenta o risco de desenvolvê-lo?

Sabe-se que alguns hábitos de vida, como o tabagismo e o uso de esteroides anabolizantes, potencializam as chances de desenvolver neoplasias de fígado em geral. Já em relação ao carcinoma hepatocelular, especificamente, o fator de risco mais importante é a cirrose hepática associada ao alcoolismo ou à hepatite crônica.

Além disso, há outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença. É o caso:

  • da esquistossomose (barriga d’água);
  • do contato com aflatoxina (substância cancerígena, produzida por um fungo encontrado em grãos e cereais armazenados inadequadamente);
  • do excesso de gordura corporal (sobrepeso ou obesidade);
  • da hepatite viral crônica (causada pelos vírus da hepatite B ou C);
  • da exposição laboral à radiação ionizante, arsênio, cloreto de vinila, solventes, fumos de solda ou bifenil policlorado.

Quais são os sintomas da doença?

Na maioria dos casos, o carcinoma hepatocelular só apresenta sintomas em estágios avançados da doença. As manifestações costumam incluir:

  • dor abdominal;
  • presença de massa palpável na parte superior direita do abdômen;
  • perda de peso sem motivação aparente;
  • agravamento inesperado da cirrose;
  • por vezes, febre.

Como é o diagnóstico do hepatocarcinoma?

O diagnóstico do hepatocarcinoma se baseia no exame físico, na anamnese detalhada e nos resultados dos exames laboratoriais e de imagem. Uma vez que a doença costuma ser, inicialmente, assintomática, é difícil detectá-la precocemente.

Dessa forma, a descoberta em estágio inicial tende a ocorrer por acaso, em meio a investigações por outros motivos. Outra possibilidade relativamente comum é quando o/a médico/a suspeita da doença em pacientes com cirroses de longa data, iniciando o rastreamento.

Dessa forma, para investigar a suspeita de carcinoma hepatocelular, o/a médico/a solicita:

  • dosagem dos níveis de alfa-fetoproteína (AFP) no sangue;
  • uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética do abdômen, com contraste;
  • biópsia do fígado, para confirmar a doença e determinar seu estadiamento (subtipo de tumor e extensão).

Aprofunde seus conhecimentos neste artigo: Qual exame detecta câncer no fígado? Saiba mais sobre o diagnóstico

Como é o realizado o tratamento?

O tratamento do hepatocarcinoma é indicado pelo/a cirurgião/ã oncológico/a e varia conforme o estadiamento do tumor e as condições clínicas como um todo. Em geral, tumores pequenos e localizados são tratados por meio da remoção cirúrgica (hepatectomia parcial) ou do transplante de fígado — objetivando a cura do/a paciente.

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Existe, ainda, a possibilidade de associar uma terapêutica complementar à hepatectomia parcial, visando potencializar o resultado da cirurgia. Nesse caso, costuma-se indicar a quimioembolização.

Pode-se, da mesma maneira, recorrer aos tratamentos complementares pós-transplante. Nessas situações, costuma-se recomendar a ablação por radiofrequência ou a embolização.

No entanto, quando a cirurgia para ressecção tumoral não é possível ou enquanto se aguarda o transplante, também é possível optar por outros tratamentos. É o caso da ablação por radiofrequência, da quimioembolização, da radioterapia interna, da quimioterapia e/ou da imunoterapia. Todas essas terapêuticas, ainda que não sejam curativas, ajudam a controlar o crescimento da doença, assim como a aliviar seus sintomas.

Para concluir, é importante reforçar que, graças aos avanços nas técnicas cirúrgicas e nos tratamentos complementares, o prognóstico do/a paciente com carcinoma hepatocelular vem melhorando. Mas vale ressaltar que, para ter acesso ao que há de mais efetivo na área, deve-se contar com o apoio de um/a especialista em cirurgia oncológica.

Caso necessite de ajuda para encontrar um/a profissional, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) pode ajudar. Faça uma busca no nosso site e encontre os/as cirurgiões oncológicos/as credenciados/as na sua região!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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