O carcinoma hepatocelular (ou hepatocarcinoma) é o câncer de fígado mais comum. Trata-se de uma neoplasia prevalente em pessoas com cirrose hepática associada ao consumo excessivo de álcool ou à hepatite crônica. Apesar de grave, suas chances de cura aumentam se diagnosticado e tratado precocemente.
Neste artigo, explicamos as causas da doença, seus possíveis sintomas e como é o diagnóstico e o tratamento. Para saber mais, continue a leitura!
O que é o carcinoma hepatocelular?
O fígado pode apresentar tumores malignos primários, originados no próprio órgão, ou secundários, devido a metástases de outros cânceres (principalmente, colorretal). Os tumores primários são menos frequentes, sendo o carcinoma hepatocelular o mais comum entre eles. Outros tipos são o colangiocarcinoma, o angiossarcoma e o hepatoblastoma, que somam menos de 20% dos casos de cânceres hepáticos primários.
Considerado agressivo, o carcinoma hepatocelular é prevalente em adultos, ocorrendo em ambos os sexos. Existem vários subtipos desse tumor, sendo o fibromelar (raro, respondendo por menos de 1% dos hepatocarcinomas) o que apresenta o melhor prognóstico.
O que aumenta o risco de desenvolvê-lo?
Sabe-se que alguns hábitos de vida, como o tabagismo e o uso de esteroides anabolizantes, potencializam as chances de desenvolver neoplasias de fígado em geral. Já em relação ao carcinoma hepatocelular, especificamente, o fator de risco mais importante é a cirrose hepática associada ao alcoolismo ou à hepatite crônica.
Além disso, há outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença. É o caso:
- da esquistossomose (barriga d’água);
- do contato com aflatoxina (substância cancerígena, produzida por um fungo encontrado em grãos e cereais armazenados inadequadamente);
- do excesso de gordura corporal (sobrepeso ou obesidade);
- da hepatite viral crônica (causada pelos vírus da hepatite B ou C);
- da exposição laboral à radiação ionizante, arsênio, cloreto de vinila, solventes, fumos de solda ou bifenil policlorado.
Quais são os sintomas da doença?
Na maioria dos casos, o carcinoma hepatocelular só apresenta sintomas em estágios avançados da doença. As manifestações costumam incluir:
- dor abdominal;
- presença de massa palpável na parte superior direita do abdômen;
- perda de peso sem motivação aparente;
- agravamento inesperado da cirrose;
- por vezes, febre.
Como é o diagnóstico do hepatocarcinoma?
O diagnóstico do hepatocarcinoma se baseia no exame físico, na anamnese detalhada e nos resultados dos exames laboratoriais e de imagem. Uma vez que a doença costuma ser, inicialmente, assintomática, é difícil detectá-la precocemente.
Dessa forma, a descoberta em estágio inicial tende a ocorrer por acaso, em meio a investigações por outros motivos. Outra possibilidade relativamente comum é quando o/a médico/a suspeita da doença em pacientes com cirroses de longa data, iniciando o rastreamento.
Dessa forma, para investigar a suspeita de carcinoma hepatocelular, o/a médico/a solicita:
- a dosagem dos níveis de alfa-fetoproteína (AFP) no sangue;
- uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética do abdômen, com contraste;
- a biópsia do fígado, para confirmar a doença e determinar seu estadiamento (subtipo de tumor e extensão).
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Como é o realizado o tratamento?
O tratamento do hepatocarcinoma é indicado pelo/a cirurgião/ã oncológico/a e varia conforme o estadiamento do tumor e as condições clínicas como um todo. Em geral, tumores pequenos e localizados são tratados por meio da remoção cirúrgica (hepatectomia parcial) ou do transplante de fígado — objetivando a cura do/a paciente.
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Existe, ainda, a possibilidade de associar uma terapêutica complementar à hepatectomia parcial, visando potencializar o resultado da cirurgia. Nesse caso, costuma-se indicar a quimioembolização.
Pode-se, da mesma maneira, recorrer aos tratamentos complementares pós-transplante. Nessas situações, costuma-se recomendar a ablação por radiofrequência ou a embolização.
No entanto, quando a cirurgia para ressecção tumoral não é possível ou enquanto se aguarda o transplante, também é possível optar por outros tratamentos. É o caso da ablação por radiofrequência, da quimioembolização, da radioterapia interna, da quimioterapia e/ou da imunoterapia. Todas essas terapêuticas, ainda que não sejam curativas, ajudam a controlar o crescimento da doença, assim como a aliviar seus sintomas.
Para concluir, é importante reforçar que, graças aos avanços nas técnicas cirúrgicas e nos tratamentos complementares, o prognóstico do/a paciente com carcinoma hepatocelular vem melhorando. Mas vale ressaltar que, para ter acesso ao que há de mais efetivo na área, deve-se contar com o apoio de um/a especialista em cirurgia oncológica.
Caso necessite de ajuda para encontrar um/a profissional, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) pode ajudar. Faça uma busca no nosso site e encontre os/as cirurgiões oncológicos/as credenciados/as na sua região!