Se o sedentarismo aumenta o risco de câncer, praticar uma atividade física com regularidade ajuda a reduzi-lo. Ainda que essa correlação não valha para todas as neoplasias, sabe-se que vários tipos são particularmente suscetíveis. É o caso dos cânceres de cólon, mama, útero, ovário, rins, fígado, pulmão, gástrico, entre outros.
Neste artigo, explicamos como ser fisicamente ativo contribui para a prevenção da doença, assim como favorece os tratamentos e a recuperação dos/as pacientes. Continue a leitura e saiba mais!
A atividade física regular ajuda a reduzir o risco de câncer?
Sim. Diversos estudos comprovam a associação entre atividade física (qualquer forma de movimento corporal no dia a dia) e exercício físico (forma estruturada e planejada de atividade física) com a redução do risco de câncer. Mas, você deve estar se perguntando, como isso ocorre?
Considere que essa doença é resultado da mutação em uma célula, que passa a se dividir e multiplicar descontroladamente. A prática de atividades físicas regulares, por sua vez, ativa o sistema imunológico, ajudando-o a eliminar eventuais células que sofreram mutação, reduzindo o risco de desenvolver certas neoplasias.
Além disso, os benefícios também têm a ver com diversos fatores protetores, decorrentes do estilo de vida dos desportistas. Nesse sentido, pode-se dizer que a prevenção do câncer também se deve à alimentação saudável, ao sono de qualidade, à redução do estresse e à regulação hormonal.
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Quais são os benefícios da prática esportiva para pacientes oncológicos?
Ao contrário do que diz o senso comum, o repouso, geralmente, não é a melhor estratégia para os pacientes oncológicos. Na verdade, a atividade física ajuda tanto na recuperação, como no alívio de sintomas associados à doença e/ou ao tratamento.
Além disso, a prática esportiva também melhora estado psicossocial, pois favorece o convívio social, o bem-estar emocional, a autoestima e a saúde mental. E ainda existem outros benefícios, tais como:
- manutenção e/ou melhora da capacidade física;
- promoção do equilíbrio e, consequentemente, redução do risco de quedas;
- prevenção à atrofia muscular;
- diminuição de comorbidades, como doenças cardíacas e osteoporose;
- melhora da circulação sanguínea;
- promoção da independência nas atividades cotidianas;
- redução do cansaço;
- controle do peso corporal;
- melhora da qualidade de vida como um todo.
Como acertar na escolha e na frequência da atividade física?
O esporte ideal é aquele que lhe dá prazer e, principalmente, se adequa à realidade do/a paciente. Para isso, considera-se, além do seu condicionamento físico, o tipo e estadiamento da doença e os possíveis efeitos adversos do tratamento.
Portanto, a escolha deve se basear nas suas preferências, mas respeitando as condições individuais atuais. Dessa forma, o/a médico/a que o/a acompanha é quem deve sugerir as modalidades viáveis e quando podem ser iniciadas.
Na maioria dos casos, é comum combinar exercícios de força, capacidade aeróbica e flexibilidade. Se preciso, procure um/uma profissional da área (educador/a físico/a ou fisioterapeuta) para receber toda a orientação necessária.
Quanto à frequência, as diretrizes da American Cancer Society recomendam que adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana. Outra possibilidade para se manterem fisicamente ativos é praticar entre 75 e 150 minutos semanais de uma atividade vigorosa.
Já para crianças e adolescentes, orienta-se praticar, pelo menos, 1 hora de atividade física (moderada ou vigorosa) por dia. Em contrapartida, o comportamento sedentário deve ser desestimulado e limitado — por exemplo, reduzindo as formas de entretenimento baseadas em telas.
Mas, vale lembrar que todo movimento conta. Por isso, quando não atingir o tempo recomendado nos treinos, procure se movimentar mais no dia a dia. Você pode trocar o elevador pela escada, descer um ponto de ônibus antes, estacionar o carro mais longe, levar o cachorro para passear mais vezes, entre outras medidas.
Como evitar problemas ao se exercitar durante e após o tratamento oncológico?
Para se exercitar com segurança, o oncologista responsável irá solicitar alguns exames de sangue. Em caso de anemia, deve-se adiar o início do treinamento; já se os glóbulos brancos estiverem baixos, recomenda-se evitar treinos em locais coletivos.
Fora isso, não pratique atividades físicas quando estiver com dor, náuseas ou outros sintomas incômodos. No mais, comece devagar e vá aumentando o ritmo gradualmente, evitando quaisquer modalidades com riscos de quedas ou lesões.
Para concluir, a prática de atividade física não apenas ajuda a prevenir, combater e superar o câncer, como a melhorar a saúde geral. Mas, para ser segura e efetiva, deve-se realizá-la após a liberação da equipe médica responsável e, de preferência, com o acompanhamento de profissionais especializados.
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