O cérebro é o nosso processador. Ele responde pelos estímulos e controles de funções vitais como respirar, enxergar, se alimentar, pensar e se comunicar. Assim, quando se fala em câncer no cérebro, é praticamente inevitável conter a apreensão. No entanto, ao conhecer mais sobre a doença, conseguimos estar mais atentos para perceber seus sinais e dar início ao tratamento.
É por essa razão que decidimos preparar um artigo exclusivo sobre a incidência dos tumores cerebrais, seu diagnóstico e o papel do especialista em Cirurgia Oncológica e a equipe multidisciplinar para a eficácia e segurança do tratamento. Confira tudo a partir de agora.
O que é o câncer de cérebro?
O câncer de cérebro é caracterizado pelo desenvolvimento de tumores em algum ponto dessa importante e vital estrutura. O INCA (Instituto Nacional de Câncer) o classifica, junto com a ocorrência na medula espinhal, como um tipo de câncer do sistema nervoso central.
A doença também pode ser dividida em:
- Câncer de cérebro primário — quando o tumor é originado nas células do cérebro;
- Câncer secundário — tem origem a partir de células tumorais de outro órgão – normalmente mama, rim ou pulmão. É a chamada metástase à distância.
Os tumores de baixo grau costumam ter maior chance de cura porque crescem lentamente e não são tão infiltrativos. Já os de alto grau apresentam comportamento oposto. Assim, as células malignas podem chegar ao local por onde circula o liquor (líquido que banha o sistema nervoso central) e invadir as meninges, que se estendem do cérebro até a parte mais inferior da medula espinhal.
O câncer de cérebro é comum no Brasil?
Sem considerar os cânceres de pele, os tumores cerebrais ocupam, de acordo com o INCA, a décima posição entre os tipos mais comuns da doença no Brasil. Atualmente, o país registra cerca de 11 mil novos casos todos os anos.
Ainda que pareça um número relativamente baixo, sobretudo tendo em conta o total da nossa população, o índice de mortes em decorrência do câncer de cérebro é muito alto: mais de 9 mil pessoas evoluem para óbito. Isso corresponde a mais de 84% dos casos.
Por essa razão, é fundamental estar atento aos fatores de risco, as formas de prevenir e aos sinais da doença.
Quais os fatores de risco para o câncer de cérebro?
As causas que levam ao desenvolvimento dos tumores cerebrais ainda não são totalmente esclarecidas. Da mesma forma que ocorre com outros tipos de câncer, ele pode resultar de uma combinação de agentes internos e externos.
De acordo com a American Cancer Society, mudanças genéticas hereditárias e adquiridas estão no centro desses fatores. Entre as principais hipóteses levantadas, estão;
Fatores hereditários
- neurofibromatose;
- esclerose tuberosa;
- síndrome de Li-Fraumeni;
- síndrome de von Hippel-Lindau.
Fatores externos
- radiação (raios-x e gama);
- exposição a arsênico, chumbo, mercúrio, óleo mineral e HPA;
- trabalho na indústria petroquímica e de agrotóxicos, com exposição excessiva a componentes químicos agressivos, como os comuns em refinarias, telefonia e energia;
- campos magnéticos de muito baixa frequência (podem ter relação com a doença em homens).
O tabagismo, apesar de não ter relação direta com os tumores cerebrais, é um fator fortemente associado a inúmeros tipos de câncer. O de pulmão, fígado e mama, por exemplo, podem evoluir e atingir o cérebro e a medula espinhal.
Quais os sintomas da doença?
O desenvolvimento do câncer de cérebro pode variar de acordo com o tipo de tumor e o local onde ele está instalado. Por isso, pode ser uma doença silenciosa, que progride sem manifestar sintomas.
No entanto, há alguns sinais que estão presentes em grande parte das pessoas com tumores cerebrais e merecem atenção:
Dor de cabeça com alarmes
Por “alarmes”, entenda-se a presença de alguma manifestação incomum na dor de cabeça comum. Alguns exemplos são o surgimento de uma dor de cabeça nova (para quem nunca sente esse tipo de dor),mudança do tipo de dor de cabeça ou piora da intensidade (quando já se tem uma dor rotineira e ela fica mais forte com o passar do tempo.
Além disso, são considerados sinais de alerta:
- o aumento da frequência, quando a dor aparece mais vezes ou
- quando a dor é fixa, aparecendo sempre no mesmo ponto.
Epilepsia
Quando uma pessoa nunca passou por um episódio de epilepsia ou outras crises convulsivas — e nunca teve diagnóstico de doenças nesse sentido — e apresenta essa manifestação repentinamente, é preciso investigar a origem dessa ocorrência.
Perda de funções neurológicas
Os chamados déficits focais — quando há perda de força ou do tato nos membros, por exemplo, ou, ainda, perda de visão ou de audição, podem ser sinais de alerta para um tumor comprimindo ou infiltrado em alguma área do cérebro.
As alterações da fala ou da capacidade intelectual também devem ser investigados o mais rapidamente possível. Alguns exemplos são:
- dificuldade de compreensão, raciocínio, escrita, cálculo e/ou reconhecimento de pessoas;
- alterações de comportamento (apatia, agitação ou agressividade).
Saiba mais: Cirurgia oncológica segura com o tratamento multidisciplinar
Como é o tratamento do câncer de cérebro?
O câncer do cérebro tem um tratamento complexo que varia de acordo com o local e o estágio da doença. Para ser bem definido, deve contar com profissionais especializados como neurologistas, neurocirurgiões, cirurgião oncológico e uma equipe multidisciplinar formada por vários profissionais de saúde (fisioterapeuta, enfermeiro, fonoaudiólogo e nutricionista).
De acordo com o diagnóstico inicial, a equipe define os rumos do tratamento, que pode ou não começar com a cirurgia oncológica para a remoção do tumor ou de fragmentos de tecido para biópsia. Todos os passos do tratamento — e a sua evolução — vão depender do tipo específico do tumor. É comum que a cirurgia seja combinada com sessões de quimioterapia e radioterapia.
Se você deseja saber mais sobre este assunto ou receber mais orientações sobre a especialidade de Cirurgia Oncológica, entre em contato com a nossa equipe de atendimento. Estamos prontos para auxiliar.