Recidivas do câncer: entenda como acontece

Recidivas do câncer: entenda como acontece

Por: PUBLICADO EM: 01 ago 2021

Todas as pessoas que passam por um tratamento oncológico, ficam apreensivas com a possibilidade de sofrer com as chamadas recidivas do câncer. Este é o nome dado quando o câncer e seus sinais voltam após algum tempo da finalização do tratamento.

Mas como sempre gostamos de destacar, a informação é uma grande ferramenta para trabalhar contra o câncer e todas as outras doenças. Por isso, buscamos, com este artigo, esclarecer como ocorrem as recidivas e como seguir com o acompanhamento médico é importante para prevenir, diagnosticar e tratar as recidivas do câncer.

O que são, exatamente, as recidivas do câncer?

As recidivas do câncer são caracterizadas pelo reaparecimento da doença, que pode ser no mesmo local ou em outros órgãos. Quando o câncer se espalha para outras partes do corpo, ele ainda é nomeado pelo local onde a doença foi detectada pela primeira vez.

Por exemplo: uma pessoa teve câncer na próstata, passou pelo tratamento e entrou em remissão — ou seja, teve “alta”. Tempos depois, se há a descoberta de um câncer em outro órgão, ainda assim ele é nomeado como câncer na próstata.

Como e por quê ocorrem as recidivas do câncer?

A recidiva do câncer ocorre quando pequenas áreas tumorais permanecem no corpo após o tratamento. Trata-se de micro metástases, que são indetectáveis por exames de imagens, mesmo os mais modernos.

Com o passar do tempo — que pode ser meses ou anos — essas células podem se multiplicar indiscriminadamente, levando ao desenvolvimento de um novo câncer.

Um tumor de 1 cm³ pode abrigar até 1 bilhão de células cancerosas. Por essa informação, é possível perceber como se torna impossível a detecção de poucas células tumorais no local atingido.

Quais os tipos de recidivas do câncer?

Como citamos, o câncer em recidiva pode reaparecer no mesmo local onde foi diagnosticado inicialmente ou em outras regiões do corpo. De acordo com essa localização é que se costuma classificar os diferentes tipos de recidiva. Assim, temos:

  • recidiva local: é quando o câncer volta no mesmo lugar onde houve a primeira ocorrência da doença;
  • recidiva regional: o câncer volta nos linfonodos próximos à região do primeiro câncer;
  • recidiva metastática distante ou metástase à distância: quando o câncer volta em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez. É quando uma paciente, a princípio com câncer de mama, desenvolve a doença nos pulmões, fígado ou câncer nos ossos, por exemplo.

Há como prever a possibilidade de recidiva?

Infelizmente, não existe uma forma exata que torna possível prever a probabilidade de que, após a remissão da doença, haja o ressurgimento do câncer, isto é, a recidiva. Existem para alguns tipos de câncer alguns algoritmos para estimar uma probabilidade de recidiva, contudo ainda sim, é uma forma inexata de calcular essa probabilidade de recidiva.

O que se tem conhecimento, porém, é que quanto mais difícil de tratar um câncer, mais possibilidades ele tem de reincidir, especialmente se:

  1. teve crescimento acelerado;
  2. já se disseminou para outras regiões.

Cada tipo de câncer apresenta um padrão tipo de recidiva. Por isso, é fundamental seguir as orientações do cirurgião oncológico para o seguimento após a finalização do tratamento. Com o acompanhamento regular com o oncologista, e uma rotina de exames periódicos, qualquer indício de retorno da doença pode ser mais facilmente identificado.

Como fatores nutricionais e psicológicos podem ajudar na prevenção?

O que já se sabe sobre a influência dos alimentos na prevenção do câncer — seja na primeira ocorrência ou em recidivas — ainda é muito inconclusivo. No entanto, está comprovado que as consequências da má alimentação, sobretudo a obesidade e o sobrepeso, estão entre os principais fatores de risco para a recidiva do câncer.

Ao mesmo tempo, o organismo de pessoas com déficit nutricional pode ter mais dificuldade em combater a doença, prejudicando a evolução do tratamento. Por isso, a dieta equilibrada é uma das chaves para prevenir as manifestações da doença.

Aliada à alimentação, a prática de atividades físicas atenua os efeitos colaterais da quimioterapia, ajuda a melhorar a imunidade e controlar o sobrepeso. Além disso, se adotadas práticas como ioga, meditação, os exercícios melhoram o estado psicológico e emocional do paciente. Sob menos estresse e ansiedade, os riscos de desenvolvimento de doenças fica ainda menor.

Neste sentido, contar com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (com a presença de nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, educadores físicos e outros profissionais que apoiem a melhora na qualidade de vida), tem impacto positivo na recuperação do paciente e na prevenção de novas ocorrências.

Como é o diagnóstico e tratamento das recidivas do câncer?

O diagnóstico das recidivas do câncer normalmente se dá em uma das consultas de retorno ao oncologista. A detecção é feita da mesma forma que ocorreu da primeira vez, em geral por exames de imagem.

Os protocolos de tratamento são muito variados, já que depende de qual é o tipo de recidiva. Além disso, pode ser que as células da recidiva tenham resistência aos medicamentos utilizados na primeira vez. Neste caso, será preciso mudar de estratégia de abordagem.

Por essa razão, reforçamos a necessidade de manter a vigilância e contar sempre com uma equipe qualificada. Se você tem dúvidas sobre os tipos de câncer, pode encontrar mais conteúdo de orientações aos pacientes aqui mesmo em nosso site.

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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