Câncer de testículo: do diagnóstico ao tratamento

Câncer de testículo: do diagnóstico ao tratamento

Por: PUBLICADO EM: 03 abr 2024

O diagnóstico do câncer de testículo — uma neoplasia considerada rara — é determinado por meio de exames físicos, de sangue e de imagem. Se confirmado, o tratamento exige a realização de cirurgia e, dependendo do tipo e estágio do tumor, de terapêuticas complementares, como quimioterapia ou radioterapia.

Neste artigo, detalhamos como se dá esse processo. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que é e qual é a importância do autoexame do testículo?

O chamado autoexame do testículo permite identificar um eventual tumor em estágio inicial, quando as chances de cura são mais altas. Por conta disso, alguns(mas) especialistas em saúde masculina recomendam que os homens examinem a região, mensalmente, a partir da entrada da puberdade.

A avaliação consiste, basicamente, na palpação e observação de cada testículo e pode ser feita durante ou após o banho. O objetivo é verificar se existem nódulos e/ou outras alterações, como mudança no tamanho, formato e/ou consistência, bem como pontos de dor.

Caso encontre um ou mais achados suspeitos, deve-se procurar um médico o mais brevemente possível. Afinal, se confirmada a doença, quanto mais precoce o diagnóstico, mais simples tratá-la e maiores as chances de cura!

Como é feito o diagnóstico do câncer de testículo?

A descoberta do tumor testicular costuma se dar em duas ocasiões:

  • quando o homem busca um médico, por conta dos sintomas apresentados (geralmente, um nódulo rígido na região);
  • quando o tumor é descoberto “por acaso”, em meio a investigações de outros problemas, como em quadros de infertilidade.

Para investigar a suspeita da doença, o médico considera o histórico clínico e familiar do paciente. Além disso, solicita exames de imagem dos testículos e do abdome, procurando possíveis alterações e sinais de que a neoplasia possa ter se disseminado.

O diagnóstico, por sua vez, é confirmado por meio de exames de sangue e de imagem. São eles:

  • dosagens de alfa-fetoproteína (AFP) e gonadotropina coriónica humana (GCH), proteínas que servem como marcadores tumorais;
  • ultrassonografia dos testículos, indicado para distinguir condições benignas (como hidrocele e varicocele) de tumores sólidos — os quais podem ser malignos.

Ao contrário da maioria dos tipos de câncer, a biópsia raramente é solicitada no diagnóstico do câncer de testículo. Isso porque, o procedimento para realizá-la muda a drenagem linfática habitual, favorecendo o surgimento de outros sítios de metástases.

Dessa maneira, a confirmação do quadro se baseia na ultrassonografia e nos marcadores tumorais. Quando os resultados sugerem a presença da doença, o(a) médico(a) indica a cirurgia para remoção tumoral o mais breve possível.

Quando a cirurgia para retirada do tumor é indicada?

cirurgia para retirada do tumor é o tratamento de primeira escolha para o câncer de testículo. Para realizar a ressecção, o(a) cirurgião(ã) oncológico(a) faz uma incisão na parte inferior do abdome, do mesmo lado do testículo acometido. O procedimento exige a retirada dos vasos sanguíneos aos quais o testículo acometido está ligado, além do cordão espermático. Vale destacar que a ligadura desses deve ser alta, na altura em que eles penetram no abdome.

A partir de então, o material coletado segue para o laboratório, onde será feita sua biópsia (análise histopatológica). Posteriormente à cirurgia, conforme a necessidade constatada pelo(a) médico(a) e à disponibilidade dos recursos no local, realizam-se alguns exames complementares, os quais podem incluir:

  • uma nova dosagem de marcadores tumorais;
  • tomografias computadorizadas de tórax e de abdome total, para investigar se a doença se espalhou para os linfonodos próximos ou outros órgãos;
  • radiografia (raio-x),quando há limitação para o uso da tomografia, para verificar se houve disseminação para os pulmões.

Além desses, outros exames podem ser solicitados, embora não sejam rotineiros. É o caso da ressonância magnética, do PET scan e da cintilografia óssea.

Quais são os possíveis tratamentos para a doença?

Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o(a) médico(a) responsável indicará as opções terapêuticas mais adequadas para cada paciente. Na maioria das vezes, o câncer de testículo é tratado com cirurgia associada, ou não, à quimioterapia ou à radioterapia.

Leia também: Cirurgia oncológica segura com o tratamento multidisciplinar

Como mencionado, a cirurgia, geralmente, é o primeiro tratamento. O procedimento pode ser feito por meio das seguintes técnicas:

  • orquiectomia inguinal radical, para retirada completa do testículo que contém o tumor — o que não interfere na fertilidade ou na função sexual masculina;
  • dissecção linfonodal retroperitoneal por via convencional ou minimamente invasiva (laparoscopia ou robótica),para remoção dos gânglios linfáticos do abdome.

Por fim, vale lembrar que o câncer de testículo costuma afetar homens em plena idade reprodutiva. Dessa forma, realizar o tratamento com um(a) cirurgião(ã) experiente e devidamente capacitado(a) aumenta as chances de cura, bem como reduz o risco de eventuais sequelas.

No site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO),você encontra os melhores especialistas em oncologia cirúrgica atuantes no Brasil. Caso precise de ajuda para encontrar um(a) profissional perto de você, utilize nossa ferramenta de busca!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
Buscar Especialista