O peritônio é uma fina membrana que reveste o abdômen internamente. O câncer de peritônio ocorre quando essa membrana é comprometida por tumores primários do próprio peritônio. Além disso, ela também pode ser sítio de metástase originada em outro órgão.
Neste artigo, trouxemos uma visão geral sobre a doença, incluindo suas principais causas, bem como sinais e sintomas que podem estar relacionados. Para saber mais, continue a leitura!
O que é o câncer de peritônio?
O câncer peritoneal é o desenvolvimento de um tumor maligno no peritônio. Esse, por sua vez, é a maior membrana do corpo humano e reveste os músculos abdominais anteriores, o assoalho pélvico e os diafragmas.
A função do peritônio é proteger os órgãos da cavidade abdominal, como estômago, intestino, fígado, bexiga, útero, ovários, entre outros, atuando como uma barreira às infecções. Para tanto, tem duas camadas: parietal, a qual cobre a parede abdominal, e visceral, a qual reveste os órgãos internos.
A maior parte dos tumores peritoneais primários se desenvolve na região da pelve, ou seja, na porção mais inferior do abdômen. Nesses casos, muitas vezes, comportam-se de forma semelhante ao câncer de ovário (carcinoma seroso ovariano).
Aliás, vale ressaltar que 75% das mulheres com câncer de ovário podem se apresentar com metástases peritoneais já ao diagnóstico. Este cenário é considerado mais frequente do que um carcinoma primário do peritônio.
Outro tumor peritoneal primário é o mesotelioma peritoneal maligno que tem origem no mesotélio do peritônio.
Quais são as principais causas para a sua ocorrência?
As principais causas ligadas ao seu desenvolvimento primário são mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 (também relacionados aos cânceres de ovário, mama e pâncreas). Por isso, o histórico familiar de câncer peritoneal é um fator de risco importante da doença.
Outros possíveis contribuintes são idade avançada, ter feito terapia de reposição hormonal pós-menopausa, ter índice de massa corpórea (IMC) alto ou ter tido endometriose.
O mesmo ocorre com a exposição ocupacional ao asbesto (amianto),substância que foi muito utilizada na construção e algumas atividades industriais e está associada ao mesotelioma maligno.
Quais são os estágios da doença?
O câncer seroso peritoneal primário é frequentemente diagnosticado em estágios mais avançados. Tratam-se, especificamente, do estágio 3, quando tumor ainda está restrito à cavidade abdominal, e do estágio 4, quando se espalhou para outras regiões.
É comum que o mesotelioma peritoneal se apresente com múltiplos pontos de comprimento. Neste caso, a extensão é a gravidade da doença tem sido avaliada pelo índice de carcinomatose peritoneal. Trata-se de escore que avalia 13 locais na cavidade peritoneal, os tamanhos dos nódulos e soma até 39 pontos.
Quais são os tipos de tumores peritoneais primários?
Existem diversos tipos de tumores peritoneais primários. De acordo com sua etiologia, pode se tratar de um mesotelioma, um adenocarcinoma, um leiomiossarcoma, um tumor desmoplásico de células redondas pequenas, entre outros.
Vale destacar que o carcinoma seroso peritoneal é prevalente em mulheres com mais de 60 anos, enquanto os mesoteliomas malignos são mais frequentes em homens.
Quais sinais e sintomas servem de alerta?
O câncer peritoneal costuma passar bastante tempo assintomático. Quando sintomático, o paciente pode apresentar manifestações inespecíficas, comuns a diversas outras doenças, tais como:
- redução do apetite
- perda de peso sem causa aparente;
- dor abdominal constante;
- ascite (acúmulo de líquido) abdominal;
- distensão (inchaço) abdominal;
- hérnias umbilicais ou inguinais;
- constipação ou diarreia;
- náuseas;
- sensação de empanzinamento;
- indigestão;
- falta de ar;
- fadiga aparentemente injustificável;
- dor nas costas;
- sangramento vaginal anormal;
- aumento da frequência urinária.
Para concluir, as causas, assim como os sinais e sintomas possivelmente ligados ao câncer de peritônio, são genéricos. Portanto, caso perceba alterações no seu organismo, procure sempre ajuda médica.
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