Como funciona a cirurgia para câncer de colo de útero?

Como funciona a cirurgia para câncer de colo de útero?

Por: ATUALIZADO EM: 12 dez 2023 | PUBLICADO EM: 20 set 2022

O diagnóstico de câncer é sempre um motivo de apreensão e dúvidas, especialmente por se tratar de uma doença tão complexa, que se desenvolve de forma diferente de pessoa para pessoa. Assim também ocorre com o tratamento. No entanto, embora varie de acordo com o caso — ele geralmente está amparado sobre três pilares: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. 

Neste artigo, vamos tratar de um tipo específico da doença e, ainda, um dos recursos para o tratamento: a cirurgia para o câncer de colo de útero. Aqui, vamos mostrar os tipos mais adotados, como eles são realizados e qual o prognóstico diante de uma intervenção cirúrgica. Siga conosco para ver os detalhes.

O que é o câncer de colo de útero?

Recentemente, publicamos um artigo detalhado sobre a doença, explicando o que é e quais os sintomas do câncer de colo de útero (atualizar o link após publicar o artigo em questão). Ainda assim, consideramos importante relembrar algumas informações básicas sobre este assunto.

O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, se manifesta pelo desenvolvimento indiscriminado de células cancerosas no tecido que reveste o órgão. Depois de instalado, o tumor pode migrar para outros órgãos e tecidos, mesmo que distantes do útero.

Por ser uma doença que tem mais chances de cura quanto mais cedo for detectada, as medidas preventivas e o diagnóstico precoce são os principais aliados para o tratamento, que se baseia, na maioria dos casos, na cirurgia oncológica.

Quando é indicada a cirurgia?

Como dissemos na introdução deste artigo, o tratamento da doença varia de acordo com o estágio em que ela foi detectada, o nível de disseminação do tumor e as condições de saúde da paciente. Assim, a cirurgia oncológica pode ser indicada em diversas situações, mas, sobretudo, quando o carcinoma está no colo do útero.

Ainda de acordo com o desenvolvimento da doença, ela pode ser combinada com outros tratamentos, que formam, juntamente com a cirurgia, a base tríplice do combate ao câncer: quimioterapia e radioterapia.

Como se pode ver, a avaliação individual e o exame meticuloso do padrão do câncer é que serão os fatores decisivos para a escolha da melhor conduta de tratamento. Por essa razão, é crucial contar com especialistas em cirurgia oncológica, além de outros profissionais com experiência no tratamento do câncer, para a condução desse processo.

Saiba mais: Tipos de cirurgia oncológica para o tratamento do câncer

Como é a cirurgia para câncer de colo de útero?

Assim como a definição da conduta adequada, a escolha do procedimento cirúrgico também deve ser avaliada caso a caso. No que diz respeito ao câncer de colo de útero, essa determinação envolve, ainda, os objetivos da paciente. Isso porque alguns tipos de cirurgia podem levar à esterilização. Desta forma, se a mulher ainda pretende ter filhos, por exemplo, a conduta deve ser modulada a este desejo.

De modo geral, o procedimento varia de acordo com o tipo de cirurgia para o câncer de colo de útero. Estes costumam ser os mais adotados:

Histerectomia

Consiste na remoção do útero (corpo do útero e colo do útero). O procedimento se divide, ainda em outras modalidades de cirurgia:

  • simples – quando são removidos o útero e o colo do útero, preservando as estruturas próximas ao órgão, como os ovários, a vagina e os linfonodos pélvicos;
  • radical – trata-se da retirada do útero com seus ligamentos, assim como da parte superior da vagina.
A histerectomia pode ser realizada por via minimamante invasiva ( laparoscopia ou robótica )  ou pelos métodos convencionais, a chamada cirurgia aberta.

Salpingooforectomia bilateral

Este procedimento é realizado juntamente com — ou em complemento à — histerectomia, como medida profilática e preventiva ao desenvolvimento do câncer nos ovários. Ela envolve a remoção de ovários e trompas uterinas.

Exenteração pélvica

Também realizada em combinação com a histerectomia, a exenteração pélvica pode, além do colo do útero, útero ,remover órgãos como bexiga, reto, vagina e parte do cólon.

Além desse procedimentos, existem dois tipos de cirurgia realizados para o tratamento de lesões pré-malignas, que poderiam dar origem ao câncer:

Criocirurgia

Realizada diretamente no colo do útero, essa técnica destrói as células anormais, por congelamento. Em geral, é utilizada no tratamento da neoplasia intraepitelial ( lesões pre-malignas) do colo do útero e pode ser realizada em consultório médico ou clínica.

Cirurgia a laser

Um feixe de laser, aplicado diretamente no tecido lesionado, é utilizado para queimar essas células pré-cancerosas. O procedimento é simples, pouco invasivo, e pode ser realizado no consultório médico, com anestesia local.

Leia também: Como é o diagnóstico do câncer de colo de útero? (atualizar o link após publicar o artigo em questão)

O que esperar desta etapa do tratamento?

Na maioria dos casos de câncer de colo de útero, a cirurgia oncológica é a primeira indicação. Os resultados, assim como a recuperação e eventuais consequências, estão ligados à técnica aplicada e ao estágio da doença. Em alguns casos avançados de disseminação, ela pode ser apenas uma medida paliativa, para melhorar a qualidade de vida da paciente, sem efeitos de cura ou extirpação do tumor.

Sendo assim, nada melhor do que o diálogo transparente entre médico e paciente, esclarecendo os procedimentos, resultados esperados e prognóstico da doença. Neste sentido, contar com um profissional qualificado e idôneo vai fazer total diferença no avanço do tratamento. Se estiver à procura de um(a) cirurgião(ã) oncológico, pode utilizar a nossa ferramenta de busca por especialistas. Temos uma lista atualizada em nosso site, com profissionais sempre perto de você!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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