Existe uma relação direta entre alimentação e prevenção do câncer. Isso porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA),a nutrição inadequada é a segunda principal causa prevenível da doença (atrás apenas do tabagismo). A orientação é: manter uma dieta rica em alimentos de origem vegetal e evitar os ultraprocessados.
Neste artigo, mostramos como ter uma alimentação preventiva, detalhamos quais alimentos e indicamos, ainda, outros hábitos importantes. Vale a pena conferir!
Alimentação e prevenção do câncer
A associação entre alimentação e prevenção do câncer é inegável. Sabe-se que uma dieta rica em legumes, verduras, frutas, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e oleaginosas fortalece o organismo, protegendo-o da doença.
Isso ocorre porque seus nutrientes ajudam a inibir a chegada de compostos cancerígenos às células. Na prática, eles atuam como antioxidantes, fornecendo substâncias para o organismo combater os radicais livres. Além disso, são capazes de restaurar o DNA danificado, devido a agressões em andamento, ou de promover a sua morte, interrompendo sua multiplicação (possivelmente relacionada a um futuro câncer).
Já suas fibras ajudam na “limpeza” do organismo, eliminando substâncias consideradas agentes promotores do câncer por meio das fezes. Tudo isso faz com que cerca de 35% dos casos de câncer possam ser evitados, apenas, por meio de melhorias na alimentação.
Na hora de escolher o que comer, opte por alimentos regionais, dando preferência aos frescos (os chamados alimentos da época). Procure variá-los no dia a dia, fazendo deles a base da sua alimentação.
A recomendação dos/as especialistas é ingerir, pelo menos, cinco porções de frutas, legumes e verduras por dia (cerca de 400 gramas). Quando ao arroz e feijão, saiba que a combinação tipicamente brasileira contém proteínas, fibras, vitaminas e minerais essenciais, devendo fazer parte da rotina alimentar.
Já as nozes, castanhas, avelãs, amêndoas, macadâmias, pistaches e outras oleaginosas, assim como sementes (de girassol, abóbora, gergelim, entre outras),podem ser acrescentadas às saladas. Na hora de temperá-las, adicione, moderadamente, azeite de oliva extravirgem.
A composição do prato ideal é a seguinte:
- 50% de vegetais (crus e/ou cozidos);
- 25% de proteínas de origem vegetal (como feijão, soja, lentilha etc) e animal (ovo, peixe, carne vermelha ou branca);
- 25% de carboidratos (como arroz, trigo, aveia, entre outros, de preferência, integrais).
Alimentos e bebidas que devem ser evitados
O consumo de produtos ultraprocessados é um fator de risco importante para a ocorrência do câncer. Isso inclui salgadinhos, biscoitos recheados, fast foods, alimentos congelados prontos para aquecer e consumir, sucos de caixinha, refrigerantes e outras bebidas industrializadas e por aí vai.
O problema ocorre porque esses alimentos têm altas quantidades de gorduras, açúcares e sal, bem como elevado valor calórico. Em contrapartida, são pobres em nutrientes, fornecendo poucas (ou nenhuma) vitaminas, fibras e minerais. Assim, consumi-los rotineiramente eleva o peso corporal (levando ao sobrepeso e obesidade) e provoca carência de nutrientes essenciais (causando desnutrição).
Fora isso, esses alimentos contêm uma quantidade elevada de conservantes, corantes e outros aditivos, os quais podem afetar o padrão de replicação do DNA. Como mencionado, esse processo pode ser o precursor da transformação de uma célula saudável em cancerígena.
Veja também: Sedentarismo e câncer: entenda a relação
Sabe-se que o principal tipo de câncer associado à má alimentação são os tumores do trato intestinal. Estima-se que o consumo de 50 gramas diárias de alimentos ultraprocessados é suficiente para aumentar o risco de câncer colorretal em 18%.
Saiba mais em: A influência da alimentação no câncer colorretal
Outro dado interessante é que o consumo frequente de carnes processadas (bacon, linguiça, salsicha, entre outros embutidos) tem forte relação com o surgimento de tumores malignos. Isso levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificá-las no mesmo grupo de carcinogenicidade do tabaco.
Alimentos milagrosos X alimentos cancerígenos
A ideia de alimentos que causam câncer ou que impedem sua ocorrência é mito ou, no mínimo, exagero. Como se sabe, essa é uma doença multifatorial e, como tal, tudo o que puder ser feito para evitá-la é válido. Dessa forma, é o conjunto de hábitos que ajuda a prevenir ou aumentar as chances de desenvolvê-la.
Hábitos complementares importantes
Ainda em relação à alimentação e prevenção do câncer, alguns hábitos fazem toda a diferença. É o caso do cuidado com a temperatura, evitando alimentos e bebidas muito quentes, da restrição ao álcool e da ingestão adequada de água.
Ao mesmo tempo, nada de tomar suplementos (vitamínicos e minerais) por conta própria. Cada organismo tem suas necessidades e somente o/a médico/a responsável pode indicar, quando necessário, essas alternativas.
Por fim, esperamos que suas dúvidas sobre alimentação e prevenção do câncer tenham sido esclarecidas. Lembre-se: cozinhar favorece a manutenção de uma dieta saudável. Programe sua rotina e não tenha preguiça de encarar o fogão — ou terceirize a tarefa, mas coma comida de verdade!
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