Você já se perguntou qual exame detecta câncer no fígado? Na verdade, o diagnóstico da doença não é obtido por meio de um, mas pela realização de diversos exames. Esses incluem, além da avaliação dos sintomas e dos exames físicos, uma série de análises laboratoriais, exames de imagem e biópsia.
Neste artigo, mostramos como é o caminho da suspeita à confirmação da neoplasia. Veja, também, quais são as possibilidades de tratamento existentes. Boa leitura!
Qual exame detecta câncer no fígado?
Não existe um exame de rastreamento específico para o diagnóstico do câncer no fígado. O que existem são vários exames que, juntos, levam à confirmação da doença, bem como à determinação do seu tipo e estadiamento (extensão).
Como é o diagnóstico da doença?
A investigação de suspeita de câncer no fígado é feita pelo oncologista, seja ele o cirurgião oncológico ou o oncologista clínico. Para isso, ele parte da análise dos sinais e sintomas e dos exames físicos, realizados no próprio consultório. Considera, também, o histórico clínico pessoal e familiar, bem como os hábitos de vida do paciente.
Baseado nas hipóteses levantadas, solicita exames complementares. Confira os principais a seguir.
Exames de laboratório
Os exames laboratoriais são, comumente, indicados para diagnosticar problemas hepáticos de qualquer natureza. Eles revelam se o fígado está funcionando normalmente e permitem avaliar o estado de saúde geral do paciente.
Em caso de suspeita de câncer de fígado, costuma-se solicitar:
- exames de hepatites virais (B e C);
- provas de função hepática;
- fatores de coagulação sanguínea;
- provas de função renal (dosagens de ureia e creatinina);
- hemograma completo;
- bioquímica sanguínea.
- Dosagem da Alfafetoproteína (AFP)
Exames de imagem
Além dos exames de laboratório, solicitam-se exames de imagem. Nesse caso, objetiva-se precisar a localização da lesão e determinar o estadiamento. São frequentes:
- ultrassonografia do abdômen;
- tomografia computadorizada do abdômen e, por vezes, do tórax (para investigar se houve disseminação para os pulmões);
- ressonância magnética do abdômen;
- angiografia (exame radiográfico que permite visualizar os vasos sanguíneos do órgão);
- laparoscopia (procedimento cirúrgico minimamente invasivo, indicado para avaliar o fígado, ductos biliares, vesícula biliar e outros órgãos abdominais);
- cintilografia óssea (para verificar se houve disseminação para os ossos).
Biópsia
A biópsia é a melhor resposta para a pergunta “qual exame detecta câncer no fígado?”. Isso porque, o diagnóstico definitivo e a determinação do tipo e do estágio do tumor são dados, apenas, após a sua realização.
Trata-se de um procedimento cirúrgico no qual se remove pequenas amostras de tecidos para estudo em laboratório. Existem três forma de realizá-lo:
- biópsia com agulha fina, guiado por ultrassonografia ou tomografia computadorizada;
- biópsia laparoscópica, no qual amostras são coletadas durante a laparoscopia;
- biópsia cirúrgica incisional, na qual se remove apenas uma porção do tumor, ou excisional, na qual se resseca todo o tumor e a margem de segurança (tecidos circundantes).
Se confirmada a neoplasia, como é o tratamento?
Concluída a etapa de qual exame detecta câncer no fígado, as opções terapêuticas variam em função do tipo do tumor, localização, tamanho, estágio e condições clínicas do paciente. Na maioria dos casos, os especialistas (cirurgião oncológico, oncologista clínico, gastroenterologista, hepatologista, rádio-oncologista, entre outros) optam por combinar um ou mais tratamentos, tais como:
- cirurgia para remoção do tumor (hepatectomia parcial) ou transplante de fígado;
- ablação (por radiofrequência, por micro-ondas, por crioablação ou por injeção percutânea de etanol);
- embolização (transarterial, quimioembolização transarterial, quimioembolização de esferas farmacológicas e radioembolização);
- radioterapia (uso de radiações ionizantes para destruir ou interromper o crescimento do tumor);
- terapia alvo (uso de inibidores de tirosina quinase capazes de identificar e atacar, especificamente, as células tumorais);
- imunoterapia (uso de medicamentos, geralmente, inibidores de PD-1, que estimulam o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas);
- quimioterapia (uso de medicamentos administrados de modo sistêmico ou regional, geralmente, associados no mesmo esquema, para destruir as células malignas).
Como mencionado, conforme o estágio da doença, pode-se indicar um ou mais tratamentos associados. Dessa maneira:
- tumores pequenos e localizados, categorizados como potencialmente ressecáveis, costumam ser submetidos à hepatectomia parcial, por vezes, associada à quimioembolização;
- tumores pequenos e localizados, mas com o restante do fígado não saudável, costumam exigir a realização de um transplante hepático, muitas vezes, precedido pela ablação ou embolização;
- tumores localizados, mas que não podem ser removidos, costumam ser tratados com ablação, embolização ou ambas, por vezes, associada(s) à terapia alvo, imunoterapia, quimioterapia e/ou radioterapia;
- tumores disseminados, mas com fígado funcionando bem, costumam ser tratados com imunoterapia associada à terapia alvo.
Como se dá a indicação terapêutica?
As possibilidades terapêuticas devem ser discutidas com o/a médico(a) responsável, abordando suas chances de eficácia e possíveis efeitos colaterais. Dessa forma, pode-se optar pela estratégia de tratamento que melhor atenda às necessidades e preferências do paciente.
Agora que você sabe qual exame ajuda na detecção do câncer no fígado e como a doença deve ser tratada, o passo seguinte é procurar um(a) especialista em cirurgia oncológica. Isso porque, o procedimento é indicado em boa parte dos casos e pode fazer toda a diferença no prognóstico do paciente.
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