O tratamento do câncer no ovário, assim como outros tipos da doença, está baseado em três pilares — como já citamos em outros momentos aqui em nossos artigos. A depender do estágio da doença, existirá uma forma de tratamento capaz de trazer os melhores resultados. No entanto, na maioria dos casos, o combate ao câncer de ovário começa com a cirurgia oncológica.
Esse é o assunto que vamos abordar a partir de agora. Além de mostrar os tipos de tratamento mais comuns para o câncer ovariano, explicaremos as técnicas cirúrgicas mais utilizadas, comentando sobre as etapas que se sucedem a essa intervenção, de acordo com cada caso. Siga conosco para saber mais detalhes a respeito do tratamento do câncer no ovário e os cuidados necessários no pós-cirúrgico.
Como é o tratamento de câncer no ovário?
O tratamento do câncer de ovário só é definido a partir da realização de uma série de análises, baseadas em exames laboratoriais e de imagem. De posse desses resultados, a equipe multidisciplinar que atende a paciente consegue chegar ao entendimento sobre cada etapa deste processo.
Em geral, pode-se dizer que a maioria das mulheres é submetida à cirurgia e à quimioterapia. No caso específico do câncer ovariano, a radioterapia é raramente utilizada como recurso terapêutico. Assim, o tratamento pode ser:
- local: tanto a cirurgia e a radioterapia são considerados tratamentos locais. Os dois procedimentos visam remover ou destruir o câncer no ovário. Quando a doença atinge outras zonas do organismo, este tratamento local pode ser utilizado para controlar a doença em áreas específicas;
- quimioterapia intraperitoneal: esse tipo de quimioterapia pode ser administrada diretamente no abdômen e/ou na pélvis, por meio de um cateter fino na região.
- quimioterapia sistêmica: essa terapia é designada como sistêmica pelo fato de que, uma vez que o medicamento entra na corrente sanguínea, podem chegar a todas as células.
Leia também: Tipos de cirurgia oncológica para o tratamento do câncer
Quando a cirurgia é recomendada?
Como citamos há pouco, a cirurgia costuma ser o principal tratamento para a maioria dos casos de câncer de ovário. Deste modo, o procedimento cirúrgico dependerá de quanto à doença já se desenvolveu e/ou se disseminado para outras regiões. A decisão por uma intervenção depende, também, do estado de saúde geral da paciente.
Muitas mulheres em idade fértil, quando têm o diagnóstico da doença ainda em seu estágio inicial, podem ser tratadas sem a necessidade de remoção de dos ovários e/ou do útero.
Como é feita a cirurgia para tratamento do câncer de ovário?
Há diversos tipos de cirurgias para retirar o tumor. Cada uma das técnicas pode ser adotada em mais de uma situação. Geralmente, a forma de intervenção está diretamente relacionada à extensão do tumor. As técnicas de cirurgia oncológica para o câncer de ovário são:
Laparoscopia
Quando o tumor está localizado apenas no ovário, é possível realizar a cirurgia através de laparoscopia. Ela se dá com o emprego de um sistema de câmeras, introduzido por uma pequena sonda pelo umbigo, com mais dois ou três pequenos cortes acima das virilhas.
A vantagem da laparoscopia é a recuperação costuma ser mais rápida, com um a dois dias de internação. Em cerca de três semanas, já é possível retornar às atividades habituais.
Cirurgia tradicional
Nos casos mais avançados, geralmente quando há comprometimento de outras estruturas abdominais, é necessário que a remoção do tumor seja feita por meio de uma cirurgia tradicional, com uma incisão na região mediana do abdômen.
Nestas pacientes, além da retirada dos ovários, das trompas e do útero, poder ser preciso remover os gânglios da região. Esse procedimento é realizado apenas quando eles se mostram comprometidos. Ainda, de acordo com a extensão do tumor, a cirurgia oncológica pode atingir parte do peritônio e, às vezes, remover fragmentos de intestino.
Como é a vida no pós-operatório de câncer no ovário?
Após a cirurgia, a maioria das mulheres com câncer de ovário menos agressivo não precisa de tratamento adicional. Se for um caso mais avançado, pode ser preciso passar pela quimioterapia para garantir a destruição de pequenas áreas do câncer que possam ter permanecido.
Depois do procedimento, a vida pode seguir normalmente, com algumas mudanças, sobretudo sob o ponto de vista reprodutivo, como mostramos abaixo:
Remoção de um dos ovários
Quando o câncer ainda está em estágio inicial, costuma ser recomendada a remoção tanto do ovário afetado quanto da Trompa de Falópio. Após este tipo de cirurgia, a mulher ainda pode ter filhos, se essa for a intenção da família.
Retirada dos dois ovários
Quando o câncer está presente nos dois ovários, o(a) cirurgião(ã) irá retirar os dois ovários e as Trompas de Falópio. Como o procedimento mantém o útero, ainda é possível engravidar e levar a gestação a termo. No entanto, a fecundação deverá ser por meio de inseminação artificial.
Remoção dos ovários e do útero
Caso o câncer comece a se espalhar, será necessário remover os ovários, o útero e os gânglios linfáticos. Neste tipo de cirurgia, a capacidade de reprodução é afetada. Isso é, torna-se impossível gerar filhos após o procedimento.
Cirurgia de câncer avançado
Adotada nos casos onde a doença já se espalhou pelo corpo e está em estágio avançado. O(a) cirurgião(ã) retira os órgãos afetados — ou parte deles, quando se tratar de fígado, baço ou intestino.
Se você tem alguma pergunta sobre o tratamento do câncer de ovário e como e a recuperação especificamente em cada caso, pode entrar em contato com a SBCO, faremos o possível para auxiliar em suas dúvidas. Estamos sempre à disposição!