Você sabia que o surgimento de manchas, feridas ou outros sinais, que não melhoram em poucos dias, podem ser sintomas de câncer de boca? Essas manifestações ocorrem em qualquer parte da cavidade oral, incluindo lábios, língua, gengivas, bochecha interna, palato (céu da boca) e garganta.
Neste artigo, citamos 16 possíveis sintomas da doença, explicamos quando procurar ajuda médica e mostramos como é o processo de diagnóstico. Confira!
Como é a incidência do câncer de boca?
O câncer de boca, também chamado de câncer de cavidade oral, é um dos principais tipos de câncer de cabeça e pescoço. Ainda que possa acometer pessoas de todos os gêneros e idades, trata-se de uma neoplasia prevalente em homens com mais de 40 anos.
Entre esses, registra-se um predomínio de casos da doença entre os tabagistas e etilistas. Outros fatores de risco relacionados são a infecção pelo HPV (papilomavírus humano),a imunossupressão e a exposição constante ao sol sem o uso de filtro solar.
Quais são os sintomas da doença?
Os sinais e sintomas de câncer de boca são diversos e variam conforme o tipo, a localização e o estágio do tumor. São exemplos:
- dor na cavidade oral que nunca melhora;
- ferida com sangramento que não cicatriza;
- nódulo ou inchaço na parte interna da bochecha;
- manchas (esbranquiçadas ou avermelhadas) na língua, gengivas, amígdalas, céu da boca e/ou mucosas bucais;
- sensação de estar com algo preso na garganta;
- dificuldade para movimentar a mandíbula e mastigar;
- dificuldade para movimentar a língua e engolir;
- dormência na língua ou em outras estruturas da cavidade oral;
- inchaço na mandíbula (o que provoca desconforto ao usar dentadura, por exemplo);
- sensação de próteses dentárias mal ajustadas e, consequentemente, desconfortáveis;
- enfraquecimento dos dentes;
- dor ao redor dos dentes;
- rouquidão permanente ou alterações no tom de voz;
- nódulo ou massa palpável no pescoço;
- perda de peso sem motivação aparente;
- dor no ouvido.
O que fazer em caso de suspeita?
Pode-se notar que a imensa maioria dos sinais e sintomas de câncer de boca são, também, comuns a muitas outras condições — a maioria delas, benignas. Por isso, apresentar uma ou mais manifestação não significa estar com a doença.
Trata-se, no entanto, de um importante sinal de alerta, que precisa ser investigado. Vale lembrar, aliás, que o câncer bucal tende a se agravar rapidamente.
Por isso, se apresentar qualquer um desses incômodos por mais do que 15 dias, não perca tempo e procure um médico (como clínico geral, estomatologista ou otorrinolaringologista) ou um dentista. Dessa forma, pode-se diagnosticar a origem do problema e, se necessário, dar início ao tratamento o mais precocemente possível, favorecendo o prognóstico.
Como é feito o diagnóstico da doença?
A descoberta pode se dar “por acaso”, como quando o médico ou o dentista identifica alguma alteração na cavidade oral, em uma consulta padrão, e solicita sua análise. No entanto, na maioria das vezes o diagnóstico parte da investigação motivada pelos sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
Assim, quando o exame físico e o histórico clínico levantam a suspeita de câncer de boca, o médico responsável irá solicitar uma série de exames voltados à região da cabeça e pescoço. São eles:
- laringoscopia e faringoscopia indireta, com o auxílio de pequenos espelhos, para visualizar a base da língua, a garganta e parte da laringe (feitas no próprio consultório médico);
- laringoscopia e faringoscopia direta, também feitas no consultório, com o uso de um endoscópio flexível inserido via boca ou nariz, para avaliar regiões que não podem ser observadas no exame indireto;
- panendoscopia, um procedimento realizado em centro cirúrgico, que combina laringoscopia, esofagoscopia e, por vezes, broncoscopia, permitindo examinar a cavidade oral, a região da orofaringe, o esôfago, a traqueia e os brônquios.
Caso os exames revelem lesões ou outros achados suspeitos, realiza-se uma biópsia. A coleta da amostra que irá para a análise laboratorial pode ser por meio de uma:
- citologia esfoliativa, com a raspagem da superfície da área suspeita;
- biópsia incisional, através da ressecção de pequenas porções de tecido;
- biópsia aspirativa por agulha fina (PAAF),por vezes, guiada por tomografia computadorizada (TC).
Ao término do estudo histopatológico, pode-se descartar ou confirmar a suspeita. No último caso, identifica-se, também, o tipo de tumor e seu estadiamento (grau de disseminação pelo organismo).
A boa notícia é que, quando precocemente diagnosticado e adequadamente tratado — geralmente, com cirurgia —, as chances de cura do câncer de boca aumentam consideravelmente. Por isso, por mais generalistas que sejam os sintomas, caso os apresente e não perceba uma melhora rápida, procure ajuda médica o mais breve possível!
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