Você sabia que a metástase no fígado é mais comum do que o câncer hepático primário? Um tumor diagnosticado no órgão tem elevada possibilidade de ter se disseminado de outras regiões. Entre os principais responsáveis pela sua ocorrência, destacam-se os cânceres originados nos pulmões, mamas, pele e trato gastrointestinal.
Neste artigo, fornecemos uma visão geral sobre esse tipo de neoplasia, abordando, brevemente, suas possíveis causas e os principais sinais e sintomas relacionados. Continue a leitura e saiba mais a respeito.
O que é uma metástase no fígado?
A metástase no fígado é um câncer que se disseminou do seu local de origem para o órgão em questão. Dessa forma, um câncer de pulmão com metástase no fígado, por exemplo, não é um câncer hepático, mas um câncer de pulmão metastático, devendo ser tratado como tal.
Como mencionado no início do artigo, os tumores hepáticos metastáticos são mais frequentes do que os tumores hepatocelulares primários. Tanto que a detecção da metástase no fígado, muitas vezes, é o primeiro diagnóstico de câncer que o paciente recebe.
O que leva à sua ocorrência?
A disseminação do câncer ocorre quando o tumor se espalha do sítio principal para outras regiões, por meio dos vasos linfáticos ou dos vasos sanguíneos. Uma vez que o fígado recebe grandes quantidades de sangue, as chances das células cancerígenas atingirem o órgão ao se desprenderem do tumor primário são consideráveis.
Quer um exemplo? Estudos mostram que, em média, cerca de 25% dos pacientes com câncer colorretal desenvolvem metástases no fígado.
Geralmente, o tumor hepático metastático se origina em um câncer de pulmão, estômago, intestino grosso, mama ou pâncreas. Além disso, a leucemia (câncer do sangue, que se desenvolve nas células dos glóbulos brancos),o linfoma (câncer do sistema linfático) e o melanoma (câncer de pele) também tendem a se propagar para o órgão.
Quais são os sinais e sintomas da metástase hepática?
As manifestações variam conforme o tipo de tumor e grau de acometimento do fígado. Inicialmente, a metástase hepática não provoca sinais ou sintomas específicos. Dessa forma, em estágios iniciais, o paciente pode apresentar:
- perda de peso sem razão aparente;
- falta de apetite;
- sensação de estufamento;
- episódios frequentes de febre;
- cansaço, aparentemente, inexplicável;
- dor abdominal na parte superior direita, devido ao aumento e endurecimento do fígado.
Nas fases avançadas da doença, por outro lado, podem surgir manifestações mais específicas. É o caso da:
- icterícia (amarelamento da pele e das partes brancas dos olhos);
- ascite (distensão abdominal, devido à retenção de líquido);
- urina escurecida;
- náuseas frequentes;
- sudorese;
- coceira na pele;
- inchaço nas pernas;
- inflamação do baço, principalmente, quando o tumor primário está no pâncreas;
- dor refletida no ombro direito.
Já em quadros nos quais há diversas metástases no fígado, comprometendo gravemente o funcionamento do órgão, o paciente pode desenvolver encefalopatia hepática. Essa condição, por conta do acúmulo de toxinas no cérebro decorrente da perda de função renal, pode provocar:
- sonolência;
- confusão mental.
O que fazer em caso de suspeita?
Caso identifique um ou mais sinais ou sintomas da doença, mantenha a calma, mas procure um(a) médico(a) o mais breve possível. O profissional irá avaliar suas queixas, realizar alguns exames físicos e questioná-lo(a) sobre seus hábitos de vida e histórico clínico (pessoal e familiar). Além disso, irá solicitar alguns exames complementares básicos, para avaliar sua saúde de maneira geral.
Depois, a partir das conclusões obtidas, poderá encaminhá-lo(a) para um especialista, geralmente, em gastroenterologia. Caberá a ele dar andamento à investigação, solicitando a realização de exames laboratoriais e de imagem mais específicos.
Acho que aqui nessa parte tem outros profissionais, poderia ser hepatologista e os próprios oncologistas, nao?
Se os achados sugerirem a presença de um tumor maligno, realiza-se o encaminhamento para um oncologista. O especialista solicitará uma biópsia, de modo a especificar o tipo e o estadiamento (grau de agressividade) da neoplasia. Dessa maneira, pode chegar ao diagnóstico preciso e, consequentemente, definir o tratamento mais adequado.
Por fim, é importante reforçar que, quanto mais cedo a metástase no fígado for adequadamente abordada, maiores as chances de cura. Quando os tumores são ressecáveis e não estão comprometendo a função renal, o prognóstico pode ser bastante favorável.
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