Como é o diagnóstico do câncer colorretal?

Como é o diagnóstico do câncer colorretal?

Por: ATUALIZADO EM: 04 mar 2024 | PUBLICADO EM: 09 ago 2022

A formação de tumores malignos no cólon e reto é a terceira forma de câncer mais comum (se excluídos os tumores de pele não melanoma). Silencioso e com desenvolvimento lento, conhecer as possibilidades de diagnóstico do câncer colorretal é uma das principais medidas para disseminar o combate à doença e sensibilizar as pessoas para busca de auxílio médico de forma rápida.

Por essa razão, preparamos este artigo que mostra quais exames possibilitam a detecção precoce da doença e ajudam a dar os primeiros passos no tratamento. Para saber mais, acompanhe a leitura!

Qual é a incidência do câncer colorretal?

O câncer colorretal (ou câncer de intestino) é caracterizado pelo desenvolvimento de tumores malignos no intestino grosso (denominado cólon),no reto e no ânus. Trata-se de uma doença heterogênea, cujos sintomas (principalmente sangue nas fezes, dor abdominal e alterações nos hábitos intestinais) demoram a se manifestar.

Atualmente, ele é o segundo tipo de neoplasia mais frequente no Brasil, tanto em homens como em mulheres. Dessa maneira, fica atrás apenas dos casos de câncer de próstata e câncer de mama, respectivamente.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),o número estimado de novos casos de tumores colorretais, para cada ano do triênio entre 2023 e 2025, é de 45.630 casos. Para aumentar as chances de cura, a detecção precoce é fundamental. É aí que entram os exames diagnósticos!

Como é o diagnóstico do câncer colorretal?

O diagnóstico do câncer colorretal é feito, sobretudo, a partir de uma suspeita clínica ou do rastreamento em pessoas com casos na família (entenda no decorrer do artigo). Além disso, exige exames complementares, requisitados conforme o nível de aprofundamento necessário. Segundo a American Cancer Society, os principais exames envolvidos estão listados a seguir.

Pesquisa de sangue oculto nas fezes

pesquisa de sangue oculto nas fezes é também chamada de teste de imunoquímica fecal ou teste imunoquímico de sangue oculto nas fezes. Quando o resultado é positivo, solicita-se uma colonoscopia.

A continuidade da investigação é necessária porque, embora o sangue nas fezes possa ser decorrente de tumores ou pólipos intestinais (lesões benignas, mas com tendência à se tornarem malignas),pode haver outras causas. É o caso, por exemplo, de úlceras, hemorroidas e outras condições clínicas.

DNA das fezes

O exame de DNA das fezes analisa seções anômalas do DNA das células da região afetada. Isso pode ajudar no diagnóstico do câncer colorretal, pois as células cancerosas, frequentemente, contêm mutações no DNA em determinados genes.

Colonoscopia

colonoscopia é considerada o exame padrão ouro para o diagnóstico do câncer colorretal, pois permite observar toda a extensão do cólon e do reto. O colonoscópio é um instrumento fino e flexível, equipado com uma câmera de vídeo na extremidade.

Dessa forma, possibilita a visualização do interior dos órgãos em tempo real, em um monitor. Durante a execução do exame, caso haja áreas com aspecto suspeito, o/a especialista pode recolher amostras de tecido para avaliação histopatológica (biópsia).

Colonoscopia virtual

colonoscopia virtual é uma espécie de tomografia computadorizada do cólon e do reto, que produz imagens seccionais detalhadas, em 2D e 3D, da região. Assim, permite a localização de pólipos e/ou tumores.

Retossigmoidoscopia flexível

retossigmoidoscopia flexível é semelhante à colonoscopia. No entanto, não examina todo o cólon.

Nesse tipo de exame, o sigmoidoscópio (um tubo flexível, com uma pequena câmera de vídeo na extremidade) é introduzido pelo ânus até a parte inferior do cólon. Deste modo, permite visualizar o interior do reto e parte do cólon e, assim, detectar e/ou remover qualquer anormalidade.

Leia também: Mitos e verdades sobre o Câncer Colorretal

Exames de imagem ajudam a diagnosticar câncer colorretal?

Sim, como mostramos, a dos principais exames diagnósticos são baseados na observação da região para identificar áreas ou lesões suspeitas. Com eles, é possível descartar a suspeita ou confirmar a presença da doença.

Mas, além da colonoscopia e da retossigmoidoscopia, ainda podem ser usados, como recurso complementar para o diagnóstico do câncer colorretal, outros exames de imagem. São eles:

  • ultrassonografia (abdominal ou endorretal),a qual reproduz imagens dos órgãos em tempo real, ajudando na determinação do estadiamento;
  • ressonância magnética (abdominal ou endorretal),a qual ajuda a determinar o estadiamento, pois também permite determinar o tamanho e a localização de tumores, bem como a presença de lesões metastáticas;
  • tomografia PET scan (sigla em inglês para tomografia com emissão de pósitrons),o qual permite a visualização das células tumorais a partir da reação celular à fármacos específicos.

Quando o rastreamento precoce é indicado?

A metodologia de rastreamento consiste na aplicação de exames em uma população alvo assintomática, ou seja, aparentemente saudável. Seu objetivo é diagnosticar, precocemente, lesões pré-cancerígenas (como pólipos) ou tumores malignos em estágios iniciais. Em caso de resultados suspeitos, a investigação continua, possibilitando abordagens em tempo oportuno e, consequentemente, redução das taxas de incidência e morbimortalidade associadas à doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),o rastreamento regular do câncer colorretal, especificamente, é indicado para todas as pessoas a partir de 50 anos — faixa etária de prevalência da doença. Quanto à frequência, para pacientes de baixo risco, recomenda-se repetir a colonoscopia a cada cinco anos.

Já o rastreamento precoce (mais cedo e com mais frequência) pode ser indicado em casos de fatores de risco aumentados, tais como:

  • história pessoal ou familiar de câncer de intestino;
  • presença de doenças inflamatórias do intestino ou determinadas síndromes genéticas;
  • e/ou eventuais sinais e sintomas sugestivos, como presença de sangue nas fezes, dor e/ou desconforto abdominal contínuo, massa abdominal palpável, constipação alternada com diarreia, anemia e/ou perda de peso aparentemente inexplicável.

Como já mencionamos, a detecção precoce de lesões suspeitas no cólon e no reto é feita por meio de endoscopias. Para tanto, é necessário realizar a colonoscopia ou a retossigmoidoscopia.

O que fazer após identificar uma lesão suspeita?

Após identificar uma lesão suspeita, realiza-se a sua remoção e a subsequente análise histopatológica (biópsia). Dessa forma, pode-se não apenas confirmar a malignidade, mas determinar o tipo e o estágio da doença, possibilitando a definição de estratégias terapêuticas mais precisas.

Quando se trata de tumores colorretais, o tipo mais frequente é o adenocarcinoma, o qual responde por 90% dos casos. Além dele, outros tipos histológicos possíveis são sarcomas, tumores neuroendócrinos e melanomas.

Quando procurar um especialista?

Uma vez que se trata de uma doença silenciosa, o diagnóstico do câncer colorretal está diretamente ligado a uma rotina preventiva. Sendo assim, muitas vezes a suspeita surge em uma consulta regular com o/a médico/a de confiança do paciente ou durante a realização de check-ups periódicos, de acordo com a faixa etária.

No entanto, você deve acelerar a busca por um especialista caso acumule fatores de risco e/ou perceba sinais ou sintomas da doença. Portanto, se tiver qualquer dúvida a respeito, não hesite em conversar com um/a cirurgião/ã oncológico/a. Afinal, quanto antes o diagnóstico do câncer colorretal for confirmado, maiores as chances de cura!

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) conta com membros por todo o Brasil. Utilize nossa ferramenta de busca para encontrar um/a especialista perto de você!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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