Quem apresenta sintomas como disfagia (dificuldade para engolir),por vezes, pode se perguntar se o câncer de esôfago “aparece” no exame de sangue. Na verdade, quando existe suspeita para esse tipo de neoplasia, a confirmação exige a realização de diversos exames, tanto laboratoriais como de imagem.
Neste artigo, mostramos como se dá o diagnóstico do câncer esofágico e quais são as possibilidades de tratamento. Continue a leitura e saiba mais a respeito!
Como é realizado o diagnóstico de câncer esofágico?
A suspeita de câncer de esôfago costuma surgir a partir dos sinais e/ou sintomas apresentados pelo(a) paciente. É o caso, por exemplo, da referida dificuldade para engolir e/ou do desconforto no peito que não melhoram com o passar dos dias.
Quando existem esses ou outros indícios de problemas, deve-se procurar um(a) médico(a),como um gastroenterologista, para investigar o quadro. Em um primeiro momento, o(a) especialista irá considerar o histórico clínico pessoal e familiar e realizar alguns exames físicos, atentando-se, principalmente, às áreas do pescoço e do tórax.
Se os achados sugerirem a presença da neoplasia, serão solicitados exames complementares, tanto laboratoriais como de imagem. Dessa forma, pode-se descartar ou confirmar a suspeita.
O câncer de esôfago aparece no exame de sangue?
Se você se pergunta se o câncer de esôfago aparece no exame de sangue de rotina, realizado em check-ups médicos periódicos, a resposta é não. Ainda assim, os especialistas costumam solicitá-lo para obter informações importantes.
Dessa forma, é comum o médico pedir um hemograma completo, pois a presença de anemia pode ser decorrente de sangramentos no esôfago. A prova de função hepática também pode ser realizada com o intuito de avaliar as enzimas do fígado e, assim, verificar se houve disseminação.
No entanto, o processo de diagnóstico do câncer de esôfago exige a realização de uma endoscopia digestiva, para analisar o interior do tubo digestivo. Outro exame de imagem possivelmente solicitado é o esofagograma, uma radiografia do esôfago realizada com contraste de bário para avaliar o revestimento interno do órgão. Se necessário, solicita-se, ainda, uma fístula traqueoesofágica, para investigar eventuais complicações.
Caso existam lesões suspeitas, realiza-se uma biópsia do local — o único exame capaz de confirmar a doença. Nesses casos, a retirada de tecido para análise laboratorial é feita durante a endoscopia, pelo(a) cirurgião(a) oncológico(a).
Além disso, costumam ser solicitados exames como tomografia computadorizada e PET scan, para checar se houve disseminação para os linfonodos, órgãos e/ou estruturas próximas. A ressonância magnética é outra opção que pode ajudar a determinar o estadiamento (grau de disseminação) da doença.
Em caso de confirmação da doença, quais são os tratamentos?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),quanto mais precoce for o diagnóstico do câncer de esôfago, maiores as chances de cura. Em geral, o tratamento da doença é multidisciplinar, realizado com cirurgia associada à radioterapia e/ou à quimioterapia.
No entanto, a definição da estratégia terapêutica é feita de modo individualizado, sendo baseada:
- no tipo de tumor;
- no estágio da doença;
- e nas condições clínicas de cada paciente.
Assim, tumores em estágios iniciais costumam ser tratados por meio de ressecção local, incluindo os linfonodos regionais, realizada durante a endoscopia. Muitas vezes, realizam-se algumas sessões de radioterapia ou quimioterapia antes do procedimento (a chamada terapia neoadjuvante),para potencializar as chances de cura.
Já em tumores muito avançados, considerados inoperáveis, ou quando o paciente apresenta um estado clínico muito debilitado, costuma-se recorrer à radioterapia associada, ou não, à quimioterapia. Nesses casos, o tratamento tem objetivo paliativo, visando aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida como um todo.
Existem, ainda, outras abordagens paliativas. É o caso da dilatação endoscópica seriada, da colocação endoscópica de uma endoprótese expansível e da cirurgia de gastrostomia ou de jejunostomia.
Para concluir, pode-se dizer que o câncer de esôfago aparece no exame de sangue, revelando alguns indícios de alterações. Porém, sua confirmação é obtida, apenas, por meio de uma investigação aprofundada, incluindo a realização de biópsia. Já o respectivo tratamento, sempre que possível, costuma se basear na remoção cirúrgica associada à quimioterapia e/ou à radioterapia neoadjuvantes.
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