Você sabia que 8 de maio é o Dia Mundial do Câncer de Ovário? A ação objetiva aumentar a conscientização sobre a doença — reforçando a importância do rastreamento e do diagnóstico precoce. Isso porque, a maioria dos casos ainda são detectados em estágios avançados, o que desfavorece os prognósticos.
Neste artigo, resolvemos esclarecer os principais aspectos a respeito do carcinoma epitelial de ovário (o tipo mais comum da neoplasia). Além disso, também mostramos como prevenir sua ocorrência ou, ao menos, seu agravamento. Confira a seguir.
Como é a incidência do câncer de ovário?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA),o câncer de ovário responde por 3% das neoplasias primárias mais frequentes, em mulheres, no Brasil. Esse montante corresponde a 7.310 novos casos da doença por ano.
Ainda de acordo com o INCA, o câncer ovariano é considerado a terceira neoplasia ginecológica mais comum. Dessa forma, fica atrás, apenas, dos cânceres do colo de útero e de endométrio.
Saiba mais em: Conheça os principais tipos de tumores ginecológicos
Quais são as suas causas e como preveni-lo?
Quase a totalidade dos casos de câncer de ovário (95%) surge em mutações ocorridas em células epiteliais, as quais cobrem a superfície externa do ovário. O restante provém de mutações em células germinativas (que formam os óvulos) e em células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).
Para prevenir a doença, recomenda-se consultar o/a ginecologista regularmente. Além disso, é importante se atentar aos fatores de risco, que aumentam as chances de desenvolvê-la, tais como:
- sobrepeso ou obesidade;
- avanço da idade;
- infertilidade;
- uso contraceptivos orais;
- primeira menstruação precoce, antes dos 12 anos;
- menopausa tardia, após os 52 anos;
- mutações nos genes BRCA1 e BRCA 2;
- histórico familiar da doença ou de cânceres de mama ou colorretal.
Infelizmente, a falta de rastreamento faz com que o câncer de ovário seja mais grave do que poderia ser. Isso porque, apenas 20% das mulheres recebem o diagnóstico da doença precocemente, antes da respectiva progressão.
Quais são os sintomas e sinais de alerta?
Em estágio inicial, o câncer de ovário não provoca sintomas. No entanto, à medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor e/ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas. Além disso, pode provocar cansaço constante, perda de apetite, emagrecimento, náuseas, gases, indigestão, necessidade frequente de urinar e/ou alterações nos hábitos intestinais (constipação ou diarreia).
Mas, é importante reforçar que, na maioria das vezes, esses problemas não são causados pelo câncer. Ainda assim, recomenda-se investigá-los — principalmente, quando não melhoram com o passar dos dias.
Como é o diagnóstico da doença?
A única forma de detectar o câncer de ovário precocemente é por meio de exames específicos. Esses são indicados pelo/a ginecologista ou oncologista, para pessoas que apresentam fatores de risco e/ou sintomas suspeitos.
Para investigar a hipótese da doença, o(a) médico(a) realiza exames clínicos e solicita exames laboratoriais e/ou de imagem. Dessa forma, o diagnóstico do câncer ovariano envolve a realização de:
- exame ginecológico;
- exame de sangue (marcador tumoral CA-125);
- ultrassonografia transvaginal, para avaliar a aparência e o tamanho dos ovários;
- tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para analisar a presença de cistos ou massas;
- biópsia, para sua confirmação e determinação do tipo e estadiamento (o quanto cresceu e/ou se disseminou).
Quais são as opções de tratamento?
A estratégia de tratamento do câncer de ovário varia conforme o quadro clínico individual, assim como o tipo e o estágio do tumor. Em geral, opta-se pela cirurgia (via laparoscopia ou cirurgia aberta),para remoção do tumor e das margens adjacentes.
Aprofunde-se sobre o assunto em: Tire suas dúvidas sobre a especialidade cirurgia oncológica
Pode-se, também, realizar algumas sessões de quimioterapia. Nesse caso, a terapêutica pode tanto ser neoadjuvante (antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor),como adjuvante (pós-cirurgia, para diminuir o risco de recidiva).
Vale destacar que o diagnóstico em estágio inicial, muitas vezes, possibilita o tratamento da doença sem a remoção dos órgãos reprodutivos. Afinal, como grau da intervenção está diretamente relacionado à extensão do tumor, quanto mais precoce, menos invasiva.
Para concluir, esperamos ter esclarecido a importância de realizar os check-ups ginecológicos com a periodicidade adequada. Como mostrado, essas são as principais estratégias para prevenir ou detectar, precocemente, o câncer de ovário, aumentando a chance de cura e minimizando o impacto da doença!
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Entretanto, caso ainda restem dúvidas, procure um/a especialista em cirurgia oncológica. Se precisar, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e encontre um/a profissional perto de você!