Câncer de ovário — prevenção, diagnóstico e tratamento

Câncer de ovário — prevenção, diagnóstico e tratamento

Por: PUBLICADO EM: 08 maio 2025

Você sabia que 8 de maio é o Dia Mundial do Câncer de Ovário? A ação objetiva aumentar a conscientização sobre a doença — reforçando a importância do rastreamento e do diagnóstico precoce. Isso porque, a maioria dos casos ainda são detectados em estágios avançados, o que desfavorece os prognósticos.

Neste artigo, resolvemos esclarecer os principais aspectos a respeito do carcinoma epitelial de ovário (o tipo mais comum da neoplasia). Além disso, também mostramos como prevenir sua ocorrência ou, ao menos, seu agravamento. Confira a seguir.

Como é a incidência do câncer de ovário?

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA),o câncer de ovário responde por 3% das neoplasias primárias mais frequentes, em mulheres, no Brasil. Esse montante corresponde a 7.310 novos casos da doença por ano.

Ainda de acordo com o INCA, o câncer ovariano é considerado a terceira neoplasia ginecológica mais comum. Dessa forma, fica atrás, apenas, dos cânceres do colo de útero e de endométrio.

Saiba mais emConheça os principais tipos de tumores ginecológicos

Quais são as suas causas e como preveni-lo?

Quase a totalidade dos casos de câncer de ovário (95%) surge em mutações ocorridas em células epiteliais, as quais cobrem a superfície externa do ovário. O restante provém de mutações em células germinativas (que formam os óvulos) e em células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).

Para prevenir a doença, recomenda-se consultar o/a ginecologista regularmente. Além disso, é importante se atentar aos fatores de risco, que aumentam as chances de desenvolvê-la, tais como:

  • sobrepeso ou obesidade;
  • avanço da idade;
  • infertilidade;
  • uso contraceptivos orais;
  • primeira menstruação precoce, antes dos 12 anos;
  • menopausa tardia, após os 52 anos;
  • mutações nos genes BRCA1 e BRCA 2;
  • histórico familiar da doença ou de cânceres de mama ou colorretal.

Infelizmente, a falta de rastreamento faz com que o câncer de ovário seja mais grave do que poderia ser. Isso porque, apenas 20% das mulheres recebem o diagnóstico da doença precocemente, antes da respectiva progressão.

Quais são os sintomas e sinais de alerta?

Em estágio inicial, o câncer de ovário não provoca sintomas. No entanto, à medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor e/ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas. Além disso, pode provocar cansaço constante, perda de apetite, emagrecimento, náuseas, gases, indigestão, necessidade frequente de urinar e/ou alterações nos hábitos intestinais (constipação ou diarreia).

Mas, é importante reforçar que, na maioria das vezes, esses problemas não são causados pelo câncer. Ainda assim, recomenda-se investigá-los — principalmente, quando não melhoram com o passar dos dias.

Como é o diagnóstico da doença?

A única forma de detectar o câncer de ovário precocemente é por meio de exames específicos. Esses são indicados pelo/a ginecologista ou oncologista, para pessoas que apresentam fatores de risco e/ou sintomas suspeitos.

Para investigar a hipótese da doença, o(a) médico(a) realiza exames clínicos e solicita exames laboratoriais e/ou de imagem. Dessa forma, o diagnóstico do câncer ovariano envolve a realização de:

  • exame ginecológico;
  • exame de sangue (marcador tumoral CA-125);
  • ultrassonografia transvaginal, para avaliar a aparência e o tamanho dos ovários;
  • tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para analisar a presença de cistos ou massas;
  • biópsia, para sua confirmação e determinação do tipo e estadiamento (o quanto cresceu e/ou se disseminou).

Quais são as opções de tratamento?

A estratégia de tratamento do câncer de ovário varia conforme o quadro clínico individual, assim como o tipo e o estágio do tumor. Em geral, opta-se pela cirurgia (via laparoscopia ou cirurgia aberta),para remoção do tumor e das margens adjacentes.

Aprofunde-se sobre o assunto em: Tire suas dúvidas sobre a especialidade cirurgia oncológica

Pode-se, também, realizar algumas sessões de quimioterapia. Nesse caso, a terapêutica pode tanto ser neoadjuvante (antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor),como adjuvante (pós-cirurgia, para diminuir o risco de recidiva).

Vale destacar que o diagnóstico em estágio inicial, muitas vezes, possibilita o tratamento da doença sem a remoção dos órgãos reprodutivos. Afinal, como grau da intervenção está diretamente relacionado à extensão do tumor, quanto mais precoce, menos invasiva.

Para concluir, esperamos ter esclarecido a importância de realizar os check-ups ginecológicos com a periodicidade adequada. Como mostrado, essas são as principais estratégias para prevenir ou detectar, precocemente, o câncer de ovário, aumentando a chance de cura e minimizando o impacto da doença!

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Entretanto, caso ainda restem dúvidas, procure um/a especialista em cirurgia oncológica. Se precisar, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e encontre um/a profissional perto de você!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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