Como é a cirurgia para câncer de pâncreas?

Como é a cirurgia para câncer de pâncreas?

Por: PUBLICADO EM: 12 abr 2023

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),o câncer de pâncreas corresponde a 1% de todos os diagnósticos de neoplasias confirmadas no Brasil. Apesar de raro, ele é responsável por 5% das mortes decorrentes da doença, o que pode ser explicado pela sua difícil detecção e comportamento agressivo.

Neste artigo, focamos na indicação e execução dos tratamentos cirúrgicos — tanto em relação à cirurgia potencialmente curativa, como à cirurgia paliativa. Continue a leitura e tire suas dúvidas a respeito!

Quando há a indicação cirúrgica para tratar o câncer de pâncreas?

O tumor maligno de pâncreas mais frequente, presente em 90% dos casos, é do tipo adenocarcinoma, o qual se origina no tecido glandular. Na maioria das vezes, ele se desenvolve na “cabeça” do órgão (lado direito),sendo menos comum no corpo (centro) e na cauda (lado esquerdo).

A definição da terapêutica mais adequada depende do tipo e estadiamento do tumor, bem como do estado de saúde geral do paciente. Além disso, a idade também é um fator levado em conta, uma vez que o câncer de pâncreas se torna mais incidente com o avanço dos anos.

Dada a agressividade dos tumores de pâncreas, especialmente o adenocarcinoma, quando os exames de imagem realizados no estadiamento, seja a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, mostrarem uma lesão suspeita, sem sinais de invasões locais, a cirurgia está indicada, mesmo sem uma biópsia prévia. Já para tumores maiores, com invasão de estruturas próximas, em que a ressecção completa pode não ser possível, este paciente deve ser submetido a uma biópsia, para que possa ser realizado tratamentos pré-operatórios (neoadjuvância). O objetivo desse procedimento é diminuir o volume do tumor, bem como a invasão de estruturas próximas, para que a cirurgia possa ser realizada.

Como pode ser feita a cirurgia para tratar o câncer de pâncreas?

As cirurgias oncológicas do aparelho digestivo estão, cada vez mais, seguras e eficientes. Em relação ao câncer de pâncreas, especificamente, existem dois tipos de abordagens possíveis:

  • a cirurgia potencialmente curativa, realizada em estágios iniciais, indicada em cerca de 20% dos casos;
  • a cirurgia paliativa, realizada quando a doença está disseminada, com o objetivo de aliviar os sintomas e prevenir complicações.

A seguir, explicamos mais detalhes sobre ambos os procedimentos. Confira!

Cirurgia potencialmente curativa

Trata-se de um procedimento complexo, no qual se realiza a ressecção total do tumor. Assim, a chamada duodenopancreatectomia (ou cirurgia de Whipple) é indicada quando as células tumorais se encontram restritas à cabeça do pâncreas.

Na maioria dos casos, retira-se não apenas o referido órgão, mas também os linfonodos próximos, assim como parte do ducto biliar, do intestino delgado e, por vezes, até do estômago. Para isso, pode-se fazer uma grande incisão no meio do abdômen (cirurgia aberta) ou realizá-la laparoscopicamente.

Já quando o tumor se encontra restrito à cauda do pâncreas, é possível realizar uma pancreatectomia distal. Nesse caso, remove-se apenas a cauda ou a cauda e uma porção do corpo do órgão, bem como o baço.

Outra possibilidade, quando o tumor se disseminou pelo pâncreas, é a pancreatectomia total. Nela, remove-se todo o órgão, a vesícula biliar e o baço, assim como parte do intestino delgado e do estômago.

Cirurgia paliativa

Devido à capacidade do câncer de pâncreas se disseminar rapidamente, a maioria dos especialistas não indica a realização de cirurgia para o tratamento paliativo. A exceção se dá quando o tumor está bloqueando o ducto biliar e provocando icterícia (peles e olhos amarelados),problemas digestivos e/ou dores.

Nesses casos, para aliviar a obstrução, pode-se realizar:

  • a colocação de stent, geralmente, por meio de um procedimento endoscópico, para manter o ducto biliar aberto;
  • a cirurgia de bypass, a qual redireciona o fluxo de bile diretamente para o intestino delgado.

Quais são as chances de cura após o procedimento?

Dada a dificuldade de detecção, o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento, bem como o comportamento agressivo, o câncer de pâncreas tem baixo percentual de cura e apresenta altas taxas de mortalidade. No entanto, quando o tumor está localizado, a taxa de sobrevivência em cinco anos é de 44%.

Assim, o câncer de pâncreas pode ser curado se descoberto e tratado em fase inicial. Para tanto, a cirurgia de ressecção total do tumor é imprescindível. Como explicado, trata-se de um procedimento de grande porte e complexo, que deve ser realizado por cirurgiões oncológicos experientes, em centros de referência.

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Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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