O diagnóstico de câncer de endométrio, geralmente, ocorre em função dos sintomas apresentados pela paciente (principalmente, o sangramento vaginal anormal) associado a fatores de risco. No entanto, muitas vezes esse tipo de neoplasia não provoca alterações perceptíveis, fazendo com que sua descoberta ocorra somente em estágios já avançados.
Neste artigo, mostramos como é o processo de identificação do câncer endometrial, bem como o respectivo tratamento. Para saber mais a respeito, continue a leitura!
Como é o diagnóstico de câncer de endométrio?
Infelizmente, não existem exames de rastreamento específicos para o diagnóstico precoce do câncer de endométrio. Assim, quando há a suspeita da doença, o especialista realiza exames físicos, com o objetivo de verificar a presença de outros sinais sugestivos, como dor e/ou massa pélvica palpável.
Além disso, o/a médico(a) faz uma anamnese detalhada, com perguntas sobre o histórico pessoal e familiar, para investigar a presença de fatores de risco. É o caso, por exemplo, da relação da paciente com a síndrome de Lynch ou com mutações genéticas que aumentem a chance de desenvolvê-lo.
Em relação aos exames de sangue, costuma-se solicitar um hemograma completo, pois mulheres com sangramentos uterinos têm uma redução na contagem dos glóbulos vermelhos. Avalia-se, também, os níveis de CA-125, uma substância liberada na corrente sanguínea por diversos tipos de tumores de ovário e de endométrio.
Outro exame bastante realizado é a ultrassonografia. Nesse caso, objetiva-se visualizar se o endométrio está mais grosso do que o normal, se há pólipos endometriais, entre outras alterações.
Já para determinar o diagnóstico, o médico solicita uma biópsia. As amostras de tecidos podem ser obtidas por meio de biópsia endometrial (empregada, principalmente, em mulheres na menopausa),histeroscopia ou dilatação e curetagem.
Uma vez extraídas, as amostras seguem para a análise laboratorial. A partir de então, é preciso aguardar o laudo que indicará o tipo de tumor e seu estadiamento (estágio da doença).
Quais exames permitem investigar a disseminação da doença?
Diversos exames podem ser solicitados para investigar a disseminação do câncer endometrial. É o caso, por exemplo:
- da tomografia computadorizada, para avaliar se o tumor se espalhou para outros órgãos ou linfonodos;
- da ressonância magnética, para precisar a extensão do tumor e ajudar a encontrar gânglios aumentados;
- da tomografia por emissão de pósitrons (PET scan), para casos de doença avançada;
- da cistoscopia e proctoscopia, para avaliar se o tumor se espalhou para a bexiga ou para o reto, respectivamente.
Como e por que determinar o estadiamento do tumor?
O estadiamento serve para precisar a localização, o tamanho e a extensão do tumor no organismo. Trata-se de um dado fundamental para planejar o tratamento, inclusive, estimando o curso da doença, bem como para prever o prognóstico (taxa de sobrevida) do paciente.
Assim, o avanço da doença varia de 1 a 4, sendo 4 o estágio mais avançado. A classificação considera a dimensão do tumor primário e se ele se espalhou para áreas próximas, bem como se houve disseminação para os linfonodos e se existem metástases.
Definido o estadiamento, pode-se prever a taxa de sobrevida. Esse percentual diz respeito aos pacientes que viverão, pelo menos, cinco anos após o diagnóstico do câncer de endométrio.
Dessa maneira, para aqueles com a doença localizada, a sobrevida é de 95%; para aqueles com disseminação regional, de 69%; e para os metastáticos, de 17%. A boa notícia é que, graças aos avanços nas técnicas de tratamento, os prognósticos estão cada vez mais favoráveis.
Em caso de confirmação, como é o tratamento?
A definição da estratégia terapêutica se baseia no estadiamento, bem como em condições individuais (idade, estado de saúde geral, se planeja ter filhos, entre outros). Dessa forma, o tratamento pode ter objetivo curativo, de controle ou de alívio dos sintomas.
Uma vez confirmado o diagnóstico de câncer de endométrio, a cirurgia é a principal abordagem — e, muitas vezes, o único tratamento necessário. Mas, em certos casos, pode ser necessário combinar uma ou mais terapêuticas, como a radioterapia, a quimioterapia, a hormonioterapia, a imunoterapia e/ou a terapia-alvo.
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Para se manter atualizado, siga a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) nas redes sociais: estamos no Facebook, Instagram, Linkedin, Youtube e Twitter!