A cirurgia é considerada o tratamento padrão-ouro para metástases hepáticas. Tais lesões se relacionam à disseminação de diferentes tipos de neoplasias primárias, sendo prevalente entre os portadores de câncer colorretal. Felizmente, graças aos avanços nas técnicas cirúrgicas, entre outros fatores, os índices de cura são cada vez melhores.
Neste artigo, explicamos quando o procedimento é indicado e de que forma é realizado. Mostramos, também, como encontrar um especialista em cirurgia oncológica. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
Qual é a incidência de metástases hepáticas?
A maioria dos casos de metástases hepáticas está relacionada a adenocarcinomas colorretais (desenvolvidos no intestino grosso ou no reto),os quais estão entre os mais recorrentes no Brasil. Estudos mostram que cerca de 50% dos acometidos por câncer colorretal desenvolvem esse tipo de complicação, a qual afeta, diretamente, o prognóstico dos pacientes.
A incidência de metástases no fígado é tão frequente que é relativamente comum identificá-las antes do diagnóstico da doença primária. Em outros casos, ambas as neoplasias acabam sendo detectas ao mesmo tempo, sendo denominadas sincrônicas.
Por outro lado, há casos em que a disseminação para o órgão ocorre nos primeiros anos após a ressecção do tumor originário. Essas metástases hepáticas são classificadas como doenças metacrônicas.
Quando o tratamento cirúrgico é indicado?
A cirurgia é a primeira opção de tratamento indicado para pacientes clinicamente operáveis, com tumores primários e metástases hepáticas anatomicamente ressecáveis (passíveis de serem completamente removidas). Isso é determinado por meio de avaliação radiológica, realizada com a ajuda de exames de imagem de alta qualidade, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
É importante destacar que, se associada à quimioterapia adjuvante (pós-operatória),os resultados de sobrevida global se mostram ainda melhores. Já em quadros mais avançados, para aumentar a precisão na ressecção, pode-se indicar a quimioterapia neoadjuvante (pré-operatória) e/ou outras estratégias terapêuticas.
Dessa forma, o atraso na ressecção tumoral não tende a afetar a expectativa de sobrevida, pois os quimioterápicos diminuem a quantidade e o tamanho das metástases, bem como reduzem as chances de recorrência pós-cirúrgica. Mas, atenção: isso vale, especificamente, para quadros de metástases hepáticas relacionadas a tumores colorretais primários. Em outros cenários clínicos, a abordagem terapêutica pode variar.
Como é realizada a cirurgia para metástases hepáticas?
O tratamento considerado ideal das metástases hepáticas é multimodal (combina diversas terapêuticas),multidisciplinar (envolve vários especialistas) e individualizado, planejado conforme às necessidades de cada paciente. O objetivo da cirurgia, especificamente, é remover todas as lesões hepáticas, bem como as respectivas margens de segurança, deixando-as livres de células cancerígenas.
Para tanto, ela pode ser feita por via abdominal aberta ou de forma minimamente invasiva, por laparoscopia. Apesar de ambos os métodos apresentarem resultados semelhantes a longo prazo, a técnica laparoscópica possibilita um pós-operatório mais tranquilo.
O procedimento começa com a inspeção minuciosa da cavidade abdominal, incluindo não apenas o exame do fígado, mas procurando focos de doença extra-hepática. Nesse sentido, a ultrassonografia intraoperatória é um recurso indispensável, tanto no estadiamento da doença, como no planejamento cirúrgico.
Em relação ao potencial de ressecabilidade, a remoção dos tumores deve preservar o parênquima funcional (as regiões de vascularização venosa e arterial do órgão, assim como de drenagem biliar). Entre as técnicas empregadas, o(a) cirurgião(ã) pode optar por segmentectomias, bissegmentectomias, hepatectomias centrais, lobectomias, trissegmentectomias, enucleações ou combinações entre elas.
Além disso, se ainda não tiver sido realizada, a ressecção do tumor primário no mesmo procedimento é considerada factível e segura. Nesses casos, deve-se avaliar a possibilidade e, se viável, aproveitar para removê-lo.
Como é o seguimento do paciente após a cirurgia?
O acompanhamento dos pacientes operados por cânceres metastáticos é definido individualmente. Na maioria dos casos, as primeiras consultas com o oncologista devem ser feitas a cada três ou quatro meses, exigindo a realização de exames de imagem. Com o passar do tempo, a periodicidade se torna menor.
Para concluir, considera-se a cirurgia fundamental no tratamento das metástases no fígado. Graças ao aperfeiçoamento do procedimento, geralmente, associado a outras terapêuticas, é possível oferecer ao paciente a possibilidade de cura ou de sobrevida a longo prazo!
O(a) cirurgião(ã) oncológico, junto de uma equipe multidisciplinar, tem um papel fundamental no manejo terapêutico de pacientes com metástases hepáticas. Caso precise de ajuda para encontrar um especialista na área, conte com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)!
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