Saber como lidar com a metástase é fundamental para pacientes e cuidadores que estão passando por esse desafio. O problema se caracteriza pela disseminação do tumor para um local distante do tumor primário — ou seja, significa que o câncer se espalhou pelo organismo.
Neste artigo, explicamos o que pode levar ao quadro, como tratá-lo e como lidar com a metástase da melhor forma possível. Continue a leitura e confira!
O que pode provocar a disseminação do câncer?
A ocorrência de metástases se dá quando as células cancerígenas se desprendem do sítio primário e entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático. A partir de então, podem circular pelo organismo e se estabelecer em outros locais, onde crescem e se multiplicam descontroladamente, dando origem a tumores metastáticos.
Ainda que as metástases possam ocorrer em qualquer parte do organismo, alguns órgãos e tecidos têm maior risco de desenvolvê-las. É o caso dos pulmões, do cérebro, do fígado, entre outras regiões do corpo. Há, também, as frequentes metástases ósseas, cujos locais mais incidentes são a coluna vertebral, pelve, fêmur, úmero, costelas e crânio.
Onde as metástases costumam ocorrer?
A ocorrência de metástases varia conforme o tipo de câncer primário. Por exemplo:
- no câncer de mama, os locais de maior disseminação são os linfonodos, o fígado, os ossos, o pulmão e o cérebro;
- no câncer de próstata, são os gânglios linfáticos e os ossos;
- nos cânceres de estômago e de intestino, são os linfonodos, o fígado e o peritônio (membrana que recobre a parede do abdome e dos órgãos digestivos);
- no câncer de tireoide, são o pulmão e os ossos;
- no câncer de pele, principalmente, melanoma, são o fígado, os pulmões e áreas vizinhas.
Como é o diagnóstico desta fase da doença?
O diagnóstico de metástases nem sempre é simples. Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo: ao identificar um tumor no pulmão de uma paciente com câncer de mama, é preciso analisá-lo histologicamente. Após o resultado da biópsia, conduzida por um cirurgião oncológico, verifica-se se o mesmo tem células compatíveis com o tumor mamário. Em caso positivo, trata-se de um câncer metastático; em caso negativo, trata-se de um câncer originado no pulmão.
Uma vez que se sabe para quais locais cada tipo de câncer tem mais chance de se espalhar, existem rotinas de rastreamento específicas, indicadas individualmente. Isso inclui avaliação dos sintomas e realização de exames laboratoriais e de imagem. Os oncologistas recomendam que seus/suas pacientes realizem as referidas rotinas com o intuito de detectar eventuais disseminações precocemente, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
E como é o tratamento?
Vale destacar que a abordagem oportuna e assertiva é parte essencial do combate às metástases. Isso pode envolver diferentes tipos de tratamentos, incluindo cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ou terapia alvo, cuja recomendação depende:
- do tipo de tumor primário;
- dos marcadores moleculares;
- de fatores anatômicos e funcionais dos órgãos acometidos.
Portanto, o plano terapêutico proposto para doença metastática é sempre individualizado, assim como na doença primária. O objetivo, por sua vez, varia caso a caso, podendo ser:
- de controle, visando o alívio dos sintomas, a preservação da funcionalidade e o aumento da sobrevida;
- ou de cura.
Como lidar com a metástase da melhor forma possível?
Além dos tratamentos oncológicos específicos, o acompanhamento multidisciplinar também ajuda a combater e a lidar melhor com as metástases. Esse pode incluir diversos/as especialistas, tais como psicólogos/as, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros/as profissionais, de preferência, especializados/as em oncologia.
Outra modalidade bastante requisitada é o/a especialista em cuidados paliativos. Cabe a ele/a, novamente, junto à uma equipe multidisciplinar, promover o alívio e/ou a gestão da dor, do sofrimento, do estresse e de outros sintomas comuns em doenças graves.
Para saber mais, leia: Quais são os cuidados paliativos no câncer?
Por último, há o imprescindível suporte da rede de apoio, que pode ser composta por familiares, amigos e/ou cuidadores profissionais. Trata-se de pessoas que tornam a jornada do paciente com câncer mais leve e segura, colaborando com a sua melhora.
Para concluir, agora que você sabe como lidar com a metástase, não se desespere. Como mostrado, com a abordagem correta, é possível controlar ou, muitas vezes, reduzir ou retardar seu avanço, assim como os sintomas decorrentes. Dessa forma, o/a paciente pode se sentir melhor e preservar, dentro do possível, sua qualidade de vida!
Esperamos ter esclarecido o assunto. Entretanto, em caso de dúvidas, os profissionais ligados à Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) podem ajudar! Se precisar de ajuda para encontrar um oncologista cirúrgico perto de você, utilize nossa ferramenta de busca!