A confusão entre biópsia e punção mamária é comum entre pessoas que estão enfrentando, pela primeira vez, uma investigação de suspeita de câncer de mama. Os procedimentos servem para obter amostras de tecidos ou líquidos, para a subsequente avaliação anatomopatológica (análise microscópica),a fim de verificar se existem células cancerígenas.
Neste artigo, mostramos as diferenças entre biópsia e punção mamária, bem como as indicações para cada uma e como ajudam no diagnóstico precoce da doença. Confira!
Qual é a diferença entre biópsia e punção mamária?
Biópsia e punção mamária são procedimentos, geralmente, realizados pelo/a médico/a radiologista ou mastologista, que podem ser guiados por ultrassonografia, mamografia ou ressonância magnética. Já quem analisa a amostra coletada no microscópio é o/a patologista, médico/a responsável por fornecer os respectivos laudos. É ele/a que confirma, ou não, o diagnóstico de câncer e determina o tipo e o estágio do tumor.
De acordo com a técnica empregada, existem dois tipos de biópsias de mama:
- por punção (agulha);
- ou cirúrgica.
A escolha varia conforme:
- o tipo, tamanho e localização do tumor;
- se existe uma ou mais áreas suspeitas;
- o quadro clínico geral (estado de saúde como um todo);
- e as preferências pessoais da paciente.
Para esclarecer a diferença entre elas, vamos mostrar como cada uma é feita e o que avaliam. Veja a seguir.
Punção mamária
A punção mamária (também chamada de biópsia por punção) é um procedimento minimamente invasivo, realizado no centro de diagnósticos. Ela consiste na retirada de uma amostra de tecido de uma área suspeita, para análise laboratorial.
Os principais tipos são:
- punção aspirativa com agulha fina (PAAF), que consiste na aspiração de células do tecido mamário, com uma agulha fina acoplada a uma seringa, sendo pouco invasiva;
- biópsia por agulha grossa (core biopsy), que faz a coleta de pequenos fragmentos de tecido mamário, com uma agulha mais grossa, sendo mais invasiva e, portanto, realizada sob anestesia local.
A indicação (da PAAF ou da core biopsy) varia conforme o tipo, tamanho e localização da lesão, assim como outras características relacionadas. Em ambas as técnicas, geralmente, retiram-se várias amostras.
A biópsia por agulha grossa é a opção preferida, por permitir a avaliação do tecido mamário, incluindo a análise imunohistoquímica. Aliás, é importante esclarecer que o procedimento não espalha o câncer ou interfere no prognóstico da doença.
Biópsia cirúrgica
A biópsia cirúrgica (também chamada de biópsia aberta) consiste na remoção (parcial ou total) de um achado suspeito, sendo feita sob anestesia geral, em ambiente hospitalar. Ela pode ser:
- incisional, na qual se remove apenas parte da área anormal;
- excisional, na qual há a remoção completa da área anormal e da margem saudável adjacente.
Ao término do procedimento, a área cortada é fechada com pontos. Em seguida, realiza-se sua cobertura com um curativo estéril.
Quando os procedimentos são indicados?
A biópsia e punção mamária são indicadas em casos com alguma alteração suspeita, como um nódulo, cisto ou outro tipo de lesão. Esses achados são detectados por meio de mamografias ou ultrassonografias das mamas.
Leia também: A importância da mamografia no diagnóstico precoce do câncer de mama
As lesões detectadas nos exames de imagem são estimadas segundo a classificação padrão BI-RADS. Dessa forma, podem ser:
- BI-RADS 1, considerado como exame normal (ou negativo);
- BI-RADS 2, considerado como exame normal, mas com achados benignos;
- BI-RADS 3, considerado como exame, com achados provavelmente benignos;
- BI-RADS 4, considerado como exame com achados suspeitos;
- BI-RADS 5, considerado como exame com elevado risco de câncer.
Dessa forma, recomenda-se fazer a biópsia e punção mamária quando os achados apresentarem BI-RADS 4 ou 5. Para os demais, os médicos recomendam apenas a vigilância, por meio de exames de imagem realizados periodicamente.
Na maioria dos casos com suspeita de câncer, realiza-se a punção mamária. A biópsia cirúrgica é indicada, apenas, quando os resultados da biópsia por agulha não foram suficientemente claros.
Vale destacar, ainda, que a maioria das biópsias mamárias não resulta em um diagnóstico de câncer. Estima-se que cerca de 80% dos laudos sejam negativos para a doença.
Como ajudam no diagnóstico precoce do câncer de mama?
Investigar a suspeita de câncer o mais breve possível favorece o diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura da doença. Por isso, agora que você entendeu a diferença entre biópsia e punção mamária, caso seu/sua médico/a recomende algum desses procedimentos, vale a pena seguir sua orientação!
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