Entenda a relação entre saúde mental e o câncer

Entenda a relação entre saúde mental e o câncer

Por: PUBLICADO EM: 03 out 2024

Enfrentar um processo de adoecimento — que afeta todas as áreas da vida, muda a rotina e gera um turbilhão de sentimentos — não é nada fácil. Por isso mesmo, a reflexão a respeito da relação entre a saúde mental e o câncer é tão relevante.

Neste artigo, mostramos o impacto psicológico da doença e o que ele pode provocar. Veja, também, como o acompanhamento multidisciplinar especializado ajuda o/a paciente a estabelecer um estado mental positivo. Boa leitura!

O que o impacto emocional do diagnóstico de um câncer pode provocar?

Ainda que cada pessoa reaja à sua maneira, o diagnóstico de câncer gera um impacto emocional intenso, pois afeta diferentes áreas da vida. Ao mesmo tempo, podem ocorrer mudanças físicas, perda da autonomia, entre outros fatores complexos.

Tudo isso faz com que, muitas vezes, o paciente oncológico desenvolva um quadro de estresse, ansiedade e até o chamado estado depressivo. Além disso, é comum manifestar sentimentos negativos, tais como negação, raiva, angústia, medo, insegurança, resignação, baixa autoestima, entre outros.

Junto deles, também surgem os pensamentos negativos. Tudo isso pode afetar não apenas a qualidade de vida, mas também a resposta aos tratamentos.

Aproveite para lerA espiritualidade como pilar de apoio no tratamento do câncer

Por que o apoio psicológico é tão importante durante o tratamento oncológico?

O apoio psicológico ao paciente com câncer provê acolhimento e escuta qualificada, favorecendo a construção de um estado mental positivo. Esse, por sua vez, contribui para a aceitação da doença, para a adesão ao tratamento e, consequentemente, para uma melhor recuperação.

Sendo assim, existem diferentes formas de lidar com os impactos da doença. Isso inclui a participação em grupos de apoio, a realização de técnicas de manejo do estresse, entre outras.

Além disso, o acompanhamento de um/a psicólogo/a também é bastante indicado, pois facilita a jornada dos pacientes. Nas sessões de terapia, entre outros aprendizados, entende-se que:

  • é preciso dar um passo de cada vez, sem se preocupar, antecipadamente, com possibilidades futuras;
  • não se deve dar muita importância às estatísticas, pois o prognóstico é sempre individual;
  • é extremamente válido comemorar as pequenas vitórias, obtidas ao longo do tratamento;
  • é preciso manter os hobbies ativos, quando possível, ou encontrar novas formas de relaxar;
  • deve-se passar momentos em companhia de pessoas que lhe fazem se sentir bem, evitando o isolamento;
  • vale a pena ter um discurso pronto, para responder aos questionamentos dos “curiosos de plantão”.

No mais, o suporte psicológico também é recomendado para a família e/ou quem cuida do paciente no dia a dia. Isso porque, muitas vezes, eles também precisam de ajuda para elaborar o sofrimento emocional.

Saúde mental e o câncer: entenda o papel da psicologia no tratamento oncológico integral

Na maioria dos casos, o tratamento do câncer costuma ser, inicialmente, conduzido pelo/a cirurgião/ã oncológico/a. No entanto, como mostrado, o/a profissional não atua sozinho/a, mas junto a uma equipe multidisciplinar.

Entre os demais especialistas envolvidos nos cuidados aos pacientes, o/a psicólogo/a é quem costuma zelar por uma boa relação entre a saúde mental e o câncer. A saúde mental, aliás, pode ser definida como o modo como cada um reage aos eventos (bons, ou não) e a maneira como lida com suas emoções.

E tem mais: muitas vezes, é preciso fazer o acompanhamento com um/uma psiquiatra. Isso porque, boa parte dos pacientes oncológicos (entre 30% a 50%) desenvolvem algum distúrbio psiquiátrico, como um quadro depressivo. Nesses casos, o/a psiquiatra precisa entrar com alguma medicação, a fim de controlar o problema.

Sendo assim, o tratamento oncológico integral possibilita o tão necessário equilíbrio emocional, importante para o paciente ter capacidade de manejar, positivamente, seus efeitos colaterais e/ou outras adversidades. Ao mesmo tempo, permite prevenir ou diagnosticar e tratar, o mais cedo possível, eventuais transtornos ou doenças da mente.

Portanto, compreender a relação entre a saúde mental e o câncer ameniza a trajetória do paciente durante o enfrentamento da doença. Além disso, favorece a adesão às terapêuticas e aumenta as chances de sucesso do tratamento!

Gostou do artigo e deseja continuar se informando sobre os diversos aspectos da oncologia? Então, siga a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) nas redes sociais: estamos no FacebookInstagramLinkedinYoutube e Twitter!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
Buscar Especialista