Com a chegada do verão, começa a campanha Dezembro Laranja — de prevenção ao câncer de pele. Nessa hora, muita gente se pergunta o que é melanoma. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca),para cada ano do triênio 2023, 2024 e 2025 ocorrerão 8.980 novos casos da doença, o que corresponde a um risco de 4,13 por 100 mil habitantes.
Neste artigo, explicamos o que é melanoma, suas causas, como se prevenir, quais são os possíveis sinais e sintomas e como avaliar uma marca suspeita. Se você também tem dúvidas a respeito e deseja saber mais, continue a leitura!
O que é melanoma?
O melanoma é um tumor maligno que se desenvolve a partir dos melanócitos, as células produtoras de melanina (substância que dá cor à pele). De acordo com o Inca, ele corresponde a 4% dos cânceres de pele.
Trata-se do tipo mais agressivo de câncer de pele, com elevado potencial de disseminação para outros locais (metástases). Ele pode surgir em todo o corpo, tanto na pele, como nas mucosas, sendo mais propenso a aparecer:
- no tronco (nos homens);
- nas pernas (nas mulheres);
- no pescoço e
- no rosto.
Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, a neoplasia é mais comum entre os adultos de pele clara. A região Sul do país é a que registra a maior incidência de casos da doença. Isso ocorre em virtude da colonização europeia, o que levou a um tom de pele, em geral, mais claro — por isso, moradores dessa região devem ter ainda mais atenção e cuidado!
Quais são as causas da doença?
O principal fator de risco para o melanoma é a radiação ultravioleta, a qual provoca mutações no DNA. Uma vez que o dano provocado pelos raios UV é cumulativo, quanto maior a frequência e o tempo de exposição à luz solar, maiores as chances de desenvolver a doença.
Em contrapartida, pode-se preveni-la evitando se expor ao sol entre 10 e 16 horas. Já nos demais horários, recomenda-se ficar à sombra e usar proteção adequada, aplicando filtro solar com fator de proteção (FPS) alto na pele (incluindo o couro cabeludo),bem como nos lábios. Acessórios de proteção, como bonés, chapéus e roupas com FPS, também podem e devem ser empregados, para uma maior proteção, sempre que possível.
Há outros fatores de risco associados?
Sim. Além do sol, outro fator de risco importante para a ocorrência do melanoma são as radiações ultravioletas não naturais. É o caso, por exemplo, da luz emitida por lâmpadas de câmaras de bronzeamento artificial.
Fora isso, esse tipo de câncer é mais incidente entre pessoas que têm histórico familiar da doença ou foram expostas aos vírus HIV-1 e Epstein-Barr. Existe, ainda, o risco laboral associado a trabalhadores que lidam com agrotóxicos e solventes, como tricloroetileno.
Quais são os principais sinais e sintomas?
O melanoma pode se desenvolver tanto na pele normal, como em uma pinta pigmentada pré-existente. No primeiro caso, o tumor surge como uma pinta escura, com bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação. No segundo, há o aumento do tamanho, escurecimento e alterações nas bordas, que se tornam irregulares.
A detecção precoce, vale lembrar, aumenta as chances de sucesso no tratamento. Essa pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais e/ou de imagem (endoscópicos ou radiológicos) em pessoas que:
- apresentam sinais ou sintomas suspeitos;
- e/ou pertençam a grupos de risco.
Como identificar uma lesão de pele suspeita?
Para identificar uma lesão de pele suspeita, utiliza-se a regra do ABCDE. Essa aponta a existência de indícios importantes da doença, tais como:
- assimetria (uma metade da pinta é diferente da outra metade);
- bordas irregulares (contorno mal definido);
- cores variadas (em tons de preto, castanho, vermelho, azul e/ou branco);
- diâmetro maior do que 6 mm;
- evolução (quaisquer mudanças nas características),seja de tamanho, formato e/ou coloração.
A investigação inicial é feita pelo(a) dermatologista, por meio do exame físico do paciente. Algumas vezes, o(a) especialista pode recorrer à dermatoscopia, ou seja, utilizar um equipamento (lente de aumento com luz própria) para visualizar camadas de pele não vistas a olho nu. Se necessário, pode, ainda, recorrer a exames complementares, como a biópsia.
Agora que você entendeu o que é melanoma, lembre-se que o prognóstico da doença é bem mais favorável quando detectada e tratada em estágios iniciais. Por isso, ainda que na maioria das vezes a lesão na pele não seja maligna, em caso de suspeita é importante procurar um(a) médico(a) para avaliar o quadro quanto antes!
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Para saber mais a respeito desta e de outras neoplasias, siga a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) nas redes sociais: estamos no Facebook, Instagram, Linkedin, Youtube e Twitter!