O estadiamento do câncer é o processo utilizado para determinar a localização e a extensão da doença. Revela, também, o tipo de tumor e sua relação com o/a paciente. Dessa forma, trata-se de um recurso fundamental no planejamento do tratamento, assim como na estimativa da taxa de sobrevida.
Neste artigo, explicamos os principais pontos a respeito. Se você ou um/a ente querido/a é paciente oncológico/a, vale a pena conferir.
O que é estadiamento do câncer?
Estadiar um caso de câncer é avaliá-lo sob diferentes aspectos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA),esse tipo de classificação se baseia em uma ou mais variáveis, tais como:
- tipo de tumor (classificação histopatológica);
- localização;
- tamanho;
- invasão de tecidos adjacentes;
- comprometimento de nervos, vasos e/ou sistema linfático;
- presença de metástases à distância;
- produção de substâncias;
- manifestações sistêmicas;
- sinais e sintomas associados;
- estado de saúde geral;
- idade e sexo do/a paciente.
Como os/as médicos/as o determinam?
O estadiamento do câncer costuma ser clínico e patológico. O primeiro é estabelecido a partir dos dados dos exames físicos e dos exames complementares (laboratoriais e de imagem) pertinentes ao caso. Já o segundo se baseia nos achados obtidos após o procedimento cirúrgico-terapêutico e no resultado do exame anatomopatológico (biópsia).
Qual é o sistema de estadiamento mais empregado?
Existem diversos sistemas de estadiamento do câncer, os quais se valem de regras internacionalmente estabelecidas, em constante aperfeiçoamento. Atualmente, o mais utilizado é o Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos, preconizado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC).
Sistema TNM
O sistema TNM se baseia na extensão anatômica da doença. Para isso, considera:
- as características do tumor primário (T);
- as condições dos linfonodos próximos (N);
- a presença ou ausência de metástases à distância (M).
Cada um desses parâmetros recebe graduações numéricas (T0 a T4, N0 a N3 e M0 a M1). Além disso, as categorias T e N podem receber subclassificações alfabéticas (a, b, c).
Tanto as graduações numéricas como as alfabéticas se referem ao grau de avanço do tumor e ao comprometimento dos linfonodos. Mas, quando a categoria não pode ser devidamente determinada, utiliza-se o símbolo X.
Uma vez agrupadas em combinações pré-estabelecidas, as categorias T, N e M são distribuídas em estágios (I a IV),os quais podem ser subclassificados em A e B. Com isso, obtêm-se o nível de evolução do tumor.
Entenda a categoria T
A categoria T traz informações sobre o tamanho do tumor primário e o quanto ele invadiu os tecidos adjacentes. Dessa forma:
- TX significa que o tumor não pode ser avaliado;
- T0 significa que o tumor primário não foi encontrado;
- Tis significa que o tumor se encontra in situ, ou seja, está restrito à camada superficial do tecido.
Já os números que aparecem após o T fazem referência ao tamanho do tumor e/ou à disseminação nas áreas adjacentes. Sendo assim, quanto mais alto o número, maior o tumor e/ou mais disseminado.
Entenda a categoria N
A categoria N diz respeito aos acometimentos dos linfonodos próximos. Portanto:
- NX significa que não é possível avaliar os linfonodos;
- N0 significa que os linfonodos não foram afetados.
Os números que aparecem na sequência, por sua vez, descrevem o tamanho, a localização e/ou a quantidade de linfonodos acometidos. Dessa maneira, quanto mais alto, maior a disseminação para os linfonodos.
Entenda a categoria M
A categoria M revela se o câncer se disseminou para locais distantes, formando metástases. Assim:
- M0 significa que não foi encontrada nenhuma metástase;
- M1 significa que houve metástases.
Entenda os estágios
Definidas as categorias T, N e M, elas são agrupadas para gerar uma nota global. Na maioria das vezes, utilizam-se números romanos de I a IV, sendo o último o mais avançado. Além disso, em alguns casos, os estágios podem ser subdivididos em A e B.
Assim, o estágio 0 significa que o tumor se encontra localizado, em uma fase muito precoce. No estágio I, ainda há um bom prognóstico — mas, conforme o número aumenta, o prognóstico vai piorando.
Outros sistemas
Alguns tumores possuem sistemas de estadiamento próprios. É o que ocorre, por exemplo, com os que utilizam a classificação A, B, C e D, empregados em tumores de próstata, bexiga e intestino.
Por que entender o estadiamento do câncer é importante?
Para os/as médicos/as, conhecer a extensão da doença possibilita indicar condutas terapêuticas mais efetivas, assim como ajuda na previsão de complicações e na estimativa do prognóstico. Já para os/as pacientes, apesar de ser um conteúdo bastante técnico, compreender o processo de estadiamento do câncer faz parte do entendimento da própria doença.
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