Saiba mais sobre o câncer de vesícula biliar e das vias biliares

Saiba mais sobre o câncer de vesícula biliar e das vias biliares

Por: PUBLICADO EM: 08 fev 2024

câncer de vesícula biliar e o câncer das vias biliares são tumores gastrointestinais que tendem a se desenvolver, mais frequentemente, em pessoas mais idosas. Muitas vezes, se diagnosticados e tratados precocemente, pode-se curá-los. Para tanto, a cirurgia oncológica tem um papel imprescindível!

Neste artigo, reunimos as principais informações a respeito dessas neoplasias. Continue a leitura e conheça quais são seus fatores de risco, bem como sinais e sintomas. Veja, também, como é o diagnóstico e o tratamento.

Qual é o papel da vesícula biliar e das vias biliares?

As vias biliares são canais por meio dos quais ocorre o transporte da bile (produzida pelo fígado) para a vesícula. Elas compreendem ductos intra-hepáticos e extra-hepáticos, os quais ficam dentro e fora do fígado, respectivamente.

A vesícula biliar, por sua vez, é um pequeno órgão que armazena e controla a secreção da bile. Ela se localiza abaixo do lobo direito do fígado, conectando-se a ele e à via biliar, através do ducto cístico.

O que é o câncer de vesícula biliar? E o câncer das vias biliares?

A maior parte das neoplasias de vesícula biliar é formada por adenocarcinomas. Entre eles, destaca-se o adenocarcinoma papilar, o qual apresenta um prognóstico mais favorável do que os demais.

Além desses, existem outros tipos menos incidentes. Tratam-se dos carcinomas adenoescamosos, dos carcinomas de células pequenas, dos carcinomas de células escamosas e dos sarcomas.

Em relação ao câncer das vias biliares, considerado uma neoplasia rara, o colangiocarcinoma é o tumor mais frequente. Trata-se de um tipo de adenocarcinoma que se desenvolve nas células glandulares. Dependendo da sua localização, ele pode ser intra-hepático, hilar ou extra-hepático (distal), próximo  ao duodeno.

Quais são os fatores de risco associados às doenças?

Sabe-se que alguns fatores de risco aumentam, em maior ou menor grau, as chances de desenvolver neoplasias da vesícula e das vias biliares. É o caso de distúrbios como:

  • cálculos biliares, os quais provocam inflamação crônica;
  • cistos de colédoco;
  • pólipos na parede da vesícula biliar;
  • refluxo biliar;
  • colangite esclerosante primária;
  • consumo abusivo de álcool;
  • cirrose hepática;
  • infecção pelo vírus da hepatite B ou C;
  • doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • certas infecções parasitárias nas vias biliares, mais comuns no sudeste da Ásia;
  • obesidade; entre outros

Quais são os sinais e sintomas mais recorrentes?

Os indícios do câncer de vesícula biliar e do câncer das vias biliares costumam surgir em estágios mais avançados da doença. Os mais frequentes são:

  • dor na parte superior direita do abdome;
  • náuseas e vômitos recorrentes;
  • pele, mucosas e olhos amarelados (icterícia);
  • nódulos do lado direito do abdome, palpáveis ou revelados em exames de imagem.

Além dessas, há outras possíveis manifestações, ainda que sejam menos comuns. É o caso da perda do apetite, febre, inchaço abdominal, desconforto estomacal, coceira intensa (prurido),fezes esbranquiçadas e urina escurecida.

Como é o diagnóstico dessas neoplasias?

Infelizmente, a minoria dos casos é diagnosticada em fases iniciais, quando a neoplasia ainda não se disseminou. Geralmente, trata-se de tumores descobertos “ao acaso”, após a retirada da vesícula em função de outras patologias, como para tratar cálculos biliares.

Assim, tanto os tumores de vesícula como das vias biliares costumam ser diagnosticados em estágios avançados. Para isso, é preciso realizar diversos exames, incluindo a biópsia (análise anatomopatológica).

Para definir o estadiamento, considera-se o tipo de tumor e sua localização. Avalia-se, também, se houve disseminação para os linfonodos próximos e metástases à distância.

Como é o tratamento?

Uma vez confirmado o diagnóstico e o estadiamento, o/a oncologista responsável irá apresentar as opções de tratamentos. Essas são definidas considerando o quadro individual e, conforme o possível, as preferências dos pacientes.

Em geral, costuma-se combinar cirurgia e terapêuticas complementares, como radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e/ou imunoterapia. Ao mesmo tempo, é comum haver a participação de nutricionistas, psicólogos e outros especialistas, para a promoção do cuidado integral ao paciente, por meio do tratamento multidisciplinar.

Abordagem do câncer de vesícula biliar

ressecção cirúrgica para tumores de vesícula biliar é considerada potencialmente curativa, principalmente, quando há chances de removê-los por completo. Para tanto, costuma-se realizar uma colecistectomia radical, procedimento para retirada da vesícula biliar, de parte do fígado e dos linfonodos próximos. Além disso, se necessário, outros órgãos e estruturas próximas também podem ser ressecados.

Vale destacar que, apesar de ajudar no processo digestivo, a vesícula biliar não é vital. Portanto, é possível removê-la e ter uma vida normal.

Já quando o tumor está muito disseminado, realiza-se a chamada cirurgia paliativa. Essa objetiva aliviar os sintomas e prevenir complicações, como a obstrução das vias biliares.

Abordagem do câncer das vias biliares

Para tumores de vias biliares intra-hepáticos ressecáveis, pode-se recomendar a hepatectomia parcial, ou seja, a retirada de parte do fígado. A abordagem, muitas vezes combinada à linfadectomia (remoção dos linfonodos próximos),tem potencial curativo.

Para os tumores dos canais biliares extra-hepáticos, geralmente, indica-se a gastroduodeno-pancreatectomia, ou seja, a remoção de parte do pâncreas, das vias biliares e dos gânglios. A cirurgia paliativa (derivação biliar) ou drenagem externa da via biliar, por sua vez, são indicadas para aliviar os sintomas e prevenir ou, até mesmo, tratar, complicações.

Quais são as chances de cura?

As chances de cura do câncer de vesícula biliar e do câncer das vias biliares estão diretamente associadas ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. Esse, como mostrado, costuma exigir a realização de cirurgia e, muitas vezes, terapêuticas complementares.

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Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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