Verão e melanoma: por que o risco aumenta nessa estação?

Verão e melanoma: por que o risco aumenta nessa estação?

Por: PUBLICADO EM: 15 dez 2025

O risco de melanoma aumenta no verão, por conta da maior exposição aos raios UV. Afinal, nesta época do ano as pessoas tendem a ficar mais tempo sob o sol. Acontece que, com a empolgação para aproveitar os dias mais longos e quentes, muitos acabam descuidando da proteção da pele.

Neste artigo, mostramos como esse tipo de câncer de pele ocorre e o que fazer para preveni-lo. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que é o câncer de pele tipo melanoma?

O melanoma é o tumor menos comum e mais agressivo entre os cânceres de pele, responsável por 4% dos casos da doença. Destaca-se pelo seu elevado potencial de disseminação e metástase.

Ele se desenvolve a partir de alterações nos melanócitos (células especializadas que produzem melanina, o pigmento que dá coloração da pele). Pode surgir na pele ou nas mucosas, sendo mais frequente em pessoas de pele clara. Geralmente, ocorre nas regiões do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço, braços, pernas e tronco (no caso dos homens).

Veja também: Campanha nacional de prevenção ao câncer de pele: entenda a importância do mês para a sensibilização da população

Quais são as características deste tipo de tumor?

O melanoma pode se desenvolver na pele normal ou em uma pinta pigmentada pré-existente. No último caso, costuma ser detectado na dermatoscopia, um tipo de exame clínico realizado com lente de aumento.

Quando presente na pele normal, o tumor se apresenta como uma pinta escura, com bordas irregulares. Muitas vezes, causa coceira e pode apresentar descamação.

Já quando se desenvolve a partir de outra pinta, tende a alterá-la. Isso inclui mudanças como aumento de tamanho, escurecimento e mudanças nas bordas, que passam a ser irregulares.

Por que a exposição solar eleva as chances de desenvolvê-lo?

O principal fator de risco para o melanoma é a radiação ultravioleta (raios UV) proveniente do sol, que provocam mutações no DNA dos melanócitos. Considerando que os danos decorrentes dos raios UV são cumulativos, quanto maior o tempo e a frequência de exposição solar, maiores as chances de desenvolver a doença.

Aqui cabe uma ressalva importante. Apesar de proibidas, muita gente ainda recorre às câmaras de bronzeamento artificial. No entanto, a radiação ultravioleta não natural emitida por essas máquinas também é um fator de risco para o melanoma.

Como se proteger adequadamente, seja no verão ou no inverno?

Como explicado, o efeito dos raios UV é cumulativo e estes estão presentes sempre que nos expomos a lugares abertos, independentemente da estação do ano. Claro que no verão a tendência é que essa exposição aumente, por conta das práticas ao ar livre. Mas isso não torna as demais épocas isentas de risco.

Outra questão fundamental é que não é preciso ter um dia ensolarado para que a radiação ultravioleta esteja presente. Em dias nublados, ela também está presente e operante.

Sendo assim, para se proteger adequadamente, tanto do melanoma quanto dos demais tipos de câncer de pele, deve-se:

  • evitar praticar atividades ao ar livre entre 10h e 16h;
  • usar filtro solar com FPS 30 (no mínimo) todos os dias;
  • aplicar protetor labial diariamente;
  • na praia ou na piscina, ficar à sombra sempre que possível;
  • reaplicar o filtro solar após se molhar (ao sair do mar ou da piscina);
  • usar acessórios como boné (ou chapéu) e óculos de sol com proteção UV;
  • vestir roupas com tecido com proteção UV; entre outras medidas preventivas.

O que fazer caso note uma pinta, mancha ou lesão suspeita?

Ao notar uma pinta, mancha ou lesão suspeita, a regra é clara: procure um/a dermatologista de confiança o quanto antes. O especialista irá avaliar o achado por meio da dermatoscopia e, se necessário, removerá o melanoma e o enviará para a análise anatomopatológica (biópsia).

Saiba mais em: Como é feito o diagnóstico do melanoma?

Após o resultado da biópsia, pode-se confirmar se o tumor era, de fato, um melanoma. O laudo também revela o estadiamento (estágio de desenvolvimento da neoplasia no organismo),podendo ser:

  • 0 (melanoma in situ),confinado à camada mais superficial da pele e sem indício de disseminação;
  • 1 a 4, estágios que vão de inicial e sem disseminação a avançado e metastático.

Confira: Cirurgia para melanoma maligno: saiba mais!

Em caso de melanoma 1 a 4, o tratamento deve ser conduzido pelo/a cirurgião/ã oncológico/a. Ele consiste na remoção do tumor e, se necessário, terapêuticas complementares, como imunoterapia e, eventualmente, radioterapia ou quimioterapia. Lembrando que, quanto mais precoce a detecção, mais simples o tratamento e maiores as chances de cura!

Se ainda restarem dúvidas a respeito, consulte um/a cirurgião/ã oncológico/a. Para facilitar, utilize a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e encontre os especialistas mais próximos de você!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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