Quando o assunto é saúde da mulher, o câncer de endométrio é tão importante quanto o câncer de mama e o câncer de colo de útero. Por isso, os/as oncologistas fazem questão de conscientizar as pacientes a respeito — principalmente, aquelas que já entraram na menopausa.
Neste artigo, esclarecemos as principais dúvidas sobre esse tipo de neoplasia. Inclusive, mostramos quando a cirurgia é, ou não, necessária. Para saber mais, continue a leitura!
O que é o câncer de endométrio?
Primeiramente, é importante esclarecer o que configura o câncer de endométrio. Trata-se, em geral, de um carcinoma endometrioide (tipo de tumor mais comum) que se instala no revestimento do útero, desenvolvido a partir de células da glândula.
Saiba mais em: Como é feito o diagnóstico de câncer de endométrio?
Esse tipo de tumor se forma, com maior frequência, na parede posterior e no fundo do útero. Ele costuma se disseminar por continuidade ao longo do corpo uterino, por meio de invasão do miométrio (parede mais espessa do útero) e comprometimento cervical. Justamente por isso, a vagina é um dos locais com metástase mais frequente.
Como é a sua incidência?
O câncer de endométrio é o tipo de câncer do corpo do útero mais comum. Portanto, trata-se de uma das neoplasias mais incidentes em mulheres em todo o mundo.
Em geral, a doença atinge quem já entrou na menopausa, devido ao aumento da exposição ao estrogênio. Dados comprovam que a maioria dos casos diagnosticados ocorrem após os 45 anos, sendo a média de idade de 60 anos.
As estatísticas mostram que o câncer de endométrio é mais comum em países desenvolvidos. Segundo estudos, sua incidência pode estar ligada a uma dieta rica em gordura.
Nos tumores de corpo uterino, estima-se que entre 75% e 80% dos casos de câncer de endométrio são adenocarcinomas
Quais são as possíveis causas?
A maioria das causas do câncer de endométrio são desconhecidas. O que se conhece são os fatores de risco associados à sua ocorrência, tais como:
- idade superior a 50 anos;
- menopausa e quadros clínicos que elevam o nível de estrogênio;
- obesidade;
- diabetes.
Mas, além dessas, outras condições podem estar relacionadas ao seu desenvolvimento. São elas:
- histórico pessoal ou familiar de câncer de mama, ovário ou cólon;
- histórico familiar de câncer de endométrio (em parentes de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha);
- hipertensão arterial;
- primeira menstruação precoce ou menopausa tardia;
- irregularidades na ovulação e menstruação;
- síndrome do ovário policístico (SOP).
Como identificar os sinais e sintomas?
Cerca de 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de endométrio relatam o sangramento vaginal entre as menstruações ou após a menopausa. Além disso, outro sinal de alerta é a presença anormal de corrimentos.
Além disso, conforme a doença avança, muitas pacientes também afirmam sentir dor pélvica e/ou uma massa anormal na região. Outra reação comum é a perda de peso sem razão aparente.
Para mais detalhes, veja: Quais são os sintomas de câncer de endométrio?
Mas, atenção: ainda que essas ocorrências estejam presentes na maior parte dos casos do câncer de endométrio, não é preciso se assustar. Afinal, elas também podem estar relacionadas a outros problemas da saúde feminina.
Mesmo assim, se tiver alguma dessas manifestações, é importante procurar seu/sua ginecologista para verificar a origem. Como explicado, isso vale, especialmente, para mulheres que já entraram na fase da menopausa.

Quando a cirurgia para câncer de endométrio é necessária?
A cirurgia é o tratamento de primeira escolha para a maioria das mulheres com a doença. Até a década de 1960, quando o câncer do endométrio e o câncer de colo de útero eram considerados uma única doença, realizava-se a histerectomia total.
O tratamento para o câncer de endométrio parte de um procedimento cirúrgico
Com o avanço da ciência, passamos ao uso de outras técnicas cirúrgicas. Atualmente, o tratamento do carcinoma endometrial costuma ser realizado com videolaparoscopia combinada a outras possibilidades terapêuticas, como terapia com progestágenos. Mas, a definição do tipo de cirurgia e dos tratamentos adjuvantes depende da idade da paciente e do estadiamento do tumor.
Entenda o procedimento: Como é feita a cirurgia de câncer de endométrio?
Um ponto importante é que, no caso de mulheres que ainda desejam ser mães, dependendo do estágio do tumor, a cirurgia pode ser, temporariamente, adiada. Nesta situação, realiza-se a terapia com progestagenos e a histeroscopia com ressecção do endométrio na área comprometida. No entanto, antes de ter alta para engravidar, é fundamental fazer o acompanhamento regular com um/a especialista, durante e após o tratamento, por meio de biópsias periódicas.
Qual é a melhor forma de combater a doença?
É sempre bom ter em mente que, em todos os tipos de câncer, o diagnóstico precoce é a forma mais eficiente de combater a doença. No caso do câncer de endométrio, não é diferente. Por essa razão, as visitas regulares ao/à seu/sua ginecologista e a realização dos exames preventivos de rotina são práticas indispensáveis. Além disso, vale destacar que contar com um/a médico/a especialista em cirurgia oncológica faz toda a diferença na sua jornada a caminho da cura!
Para ajudar, o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reúne profissionais da área atuantes em todo o Brasil. Faça sua busca e encontre o/a oncologista cirúrgico/a mais perto de você!


