O melanoma maligno, como é popularmente chamado o tipo de câncer de pele mais grave, costuma ser tratado por meio de cirurgia. As especificidades em relação à abordagem, entretanto, variam conforme o estágio, a localização e as características do tumor, bem como o estado de saúde geral.
Neste artigo, falamos mais sobre esse tipo de câncer e como ele costuma ser identificado e tratado. Confira!
Incidência do câncer de pele
O câncer de pele é considerado a neoplasia mais frequente no Brasil. Em parte, isso se deve às nossas condições climáticas, com incidência de radiação solar intensa durante quase todo o ano.
As estatísticas mostram que ele representa 27% dos tumores registrados no país. Já quando falamos sobre o melanoma maligno, a incidência diminui para 3% dos casos.
Desafios do melanoma maligno
O melanoma é considerado o tipo de câncer de pele mais grave e que pode ter consequências mais sérias para a saúde em geral. Por isso, é muito importante estar atento aos sintomas evidentes da doença. Mesmo porque, o diagnóstico precoce é uma ferramenta poderosa para um tratamento bem-sucedido.
O câncer de pele chamado, popularmente, de “melanoma maligno” é, na realidade, a forma maligna dos tumores de pele. Ele tem origem nas células produtoras de melanina e é mais frequente em adultos de pele clara. Pode aparecer em qualquer parte do corpo (na pele ou mucosas),na forma de manchas, pintas ou sinais.
Identificando os primeiros sintomas
O melanoma maligno tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina). A doença pode aparecer na pele ou em mucosas, em qualquer região do corpo. Entre os principais sinais, destacam-se:
- lesão pigmentada, tal como uma mancha com bordas irregulares, que apresenta mudanças na coloração, tamanho e forma;
- pinta escura, também com bordas irregulares, que surge em uma região com pele aparentemente normal e pode provocar descamação e/ou coceira.
Vale destacar que existe um critério para autoexame que pode ser muito útil para identificar os primeiros sinais do melanoma. Trata-se da regra ABCDE, na qual a letra:
- A (de assimetria) consiste em observar se a pinta ou lesão, ao ser dividida em duas metades, apresenta partes assimétricas, pois o formato irregular é considerado suspeito;
- B (de bordas) consiste em observar as bordas, pois margens irregulares são tidas como um sinal de alerta;
- C (de cores) consiste em avaliar as cores, sendo a presença de tons vermelhos, brancos, pretos e/ou cinza-azulados considerada suspeita;
- D (de diâmetro) consiste em ter atenção a pintas ou lesões com mais de 0,6 cm;
- E (de evolução) consiste em observar se houve, progressivamente, algum crescimento ou modificação da pinta ou lesão.
Neste vídeo, o oncologista Dr. João Duprat explicou a respeito:
https://www.facebook.com/share/v/1A4ZrsoD7m/
Muitas vezes, a pinta ou lesão acaba sendo identificada em consultas de rotina. Mas, ao perceber algum sinal suspeito, procure um/a dermatologista para obter um diagnóstico preciso. Uma vez confirmada a doença, dependendo do estágio, o/a médico/a encaminha o/a paciente para um/a especialista em cirurgia oncológica.
Leia também: Quais os fatores de risco do câncer de pele?
Indicação para o tratamento cirúrgico
A indicação do tratamento se dá de acordo com o estágio do melanoma maligno e as condições clínicas individuais, sendo definido pelo/a cirurgião/ã oncológico/a. Esse processo é feito junto a uma equipe multidisciplinar, geralmente, formada pelo/a dermatologista, cirurgião/ã plástico/a, entre outros/as profissionais.
Atualmente, uma das maneiras mais eficazes de tratar o melanoma maligno é por meio da cirurgia. Já a quimioterapia, a imunoterapia e a radioterapia, por sua vez, podem ser adotadas em determinados casos, como tratamentos complementares. A seguir, detalhamos os procedimentos cirúrgicos mais indicados.
Excisão cirúrgica
A excisão cirúrgica é uma das opções terapêuticas mais utilizadas para tratar o melanoma maligno, sendo fundamental para a cura. O procedimento consiste na remoção da pinta ou lesão e das margens de tecido saudável, objetivando a retirada de todas as células cancerosas. Mas, dependendo das características do tumor (como espessura maior que 0,8 mm e presença de ulceração),é preciso remover, também, os gânglios linfáticos mais próximos.
Dissecção dos linfonodos
Quando o melanoma maligno apresenta disseminação para os linfonodos, pode-se indicar a remoção cirúrgica dos gânglios linfáticos. Nesse caso, a cirurgia é feita de acordo com as particularidades da disseminação da doença. Assim, a abordagem depende tanto da área do corpo afetada como da possibilidade de encontrar gânglios adicionais que também contenham células cancerosas.
Em alguns casos, dependendo da espessura tumoral e de características patológicas da lesão primária, indica-se uma biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo do sistema linfático, responsável por drenar o tumor). Esse procedimento permite identificar a disseminação para outros linfonodos.
Seja qual for a abordagem trata-se de um procedimento que exige bastante cuidado. Por isso, deve ser realizado por um/a cirurgião/ã oncológico/a de extrema competência, confiança e especialização.
Cirurgia de reconstrução
Depois de remover o tumor, pode haver a necessidade de reconstruir o local afetado, por meio de enxertos e retalhos, sempre levando em conta o aspecto estético. Na maioria das vezes, o/a próprio/a cirurgião/ã oncológico/a é quem faz a cirurgia de reconstrução.
Cirurgia paliativa
A cirurgia paliativa é indicada em estágios mais graves da doença, quando não há possibilidade de cura. De maneira geral, a intervenção ajuda no controle da disseminação e na atenuação dos sintomas do melanoma maligno. Na prática, trata-se de um procedimento adotado para remover lesões muito sintomáticas, para controle dos sintomas e promoção de uma melhor qualidade de vida.
Veja também: Saiba mais sobre o melanoma metastático e a indicação cirúrgica
Entenda a importância de um/a cirurgião/ã oncológico/a qualificado/a
O/a cirurgião/ã oncológico/a é quem melhor pode conduzir o tratamento, exercendo exerce um papel fundamental na cura e no combate à remissão da doença. Isso porque, trata-se de um/a especialista acostumado com procedimentos bastante específicos e com experiência e conhecimento comprovados nos padrões de evolução esperados.
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Mas, atenção: a cirurgia oncológica é um procedimento muito delicado, que deve ser pautado por inúmeros cuidados. Isso diz respeito não apenas ao momento da operação, mas também às análises clínicas e à assistência humanizada no pré e pós-operatório.
Para concluir, esperamos que suas dúvidas sobre o melanoma maligno tenham sido esclarecidas. Como mostrado, mesmo quando o tumor se encontra muito avançado, sendo mais difícil curá-lo, a cirurgia permite aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida!
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