A incidência de tumores na próstata é muito alta no Brasil, respondendo por cerca de 30% dos casos de câncer em homens. Por isso, é um dos tipos da doença que mais preocupa médicos e pacientes. Mas quando diagnosticado precocemente, há grandes chances de sucesso no tratamento, que costuma passar pela cirurgia de câncer de próstata, mas pode ser apoiado por outras terapias.
Assim, somente após o diagnóstico do câncer de próstata é que o(a) cirurgião(a) poderá definir, com clareza, a melhor forma de tratar a doença. Aqui, o ajudamos a compreender quando a cirurgia oncológica é necessária e como se dá essa decisão. Acompanhe conosco.
Como é a identificação do câncer de próstata?
O câncer de próstata é o segundo tipo da doença mais incidente entre os homens: todos os anos são identificados mais de 65 mil novos casos, segundo o (INCA) Instituto Nacional de Câncer. Esse número é, em partes, fruto de uma iniciativa mais intensiva de rastreamento e acompanhamento dos casos de risco para a doença.
Para detectar a doença, o(a) médico(a) analisa desde o histórico clínico e familiar do paciente, bem como seu estilo de vida. Em casos suspeitos, prescreve e realiza exames como o toque retal e a dosagem de PSA, sobre os quais falaremos em detalhes mais adiante.
O que é a próstata? E o câncer de próstata?
Nada melhor do que tirar as dúvidas sobre essa doença e o órgão em que ela se desenvolve antes de nos aprofundarmos sobre o tratamento. De forma resumida, a próstata é uma glândula presente apenas no organismo masculino e se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno, posicionado à frente do reto, na parte final do intestino grosso.
Eventualmente, o tumor na próstata pode se desenvolver de forma rápida e ser seguido por metástases. No entanto, a maioria dos casos evolui de maneira extremamente lenta, crescendo cerca de 1 cm³, por 15 anos decorridos.
Ou seja, esse é um tipo de câncer silencioso e, em seu estágio inicial, costuma ser totalmente assintomático. Por isso, é fundamental manter uma rotina de exames regulares para diagnóstico, estadiamento e definição do tratamento: que também pode determinar a necessidade de cirurgia para o câncer de próstata.
Recomendamos a leitura: Tudo o que você precisa saber sobre o câncer de próstata
Quais exames detectam câncer de próstata?
Como citamos há pouco, existem dois exames principais para apoiar o diagnóstico do câncer de próstata. Recentemente, publicamos um artigo com detalhes sobre os meios de identificar a doença, e você pode ler clicando aqui. Mas vamos mostrar, em suma, os dois mais importantes nesse cenário:
Dosagem de PSA: Exame que avalia a quantidade do antígeno prostático específico.
Exame de toque retal: Permite ao médico palpar a próstata e verificar se há nódulos ou tecidos endurecidos na região.
Esses exames nem sempre fornecem resultados precisos. Por isso, frequentemente indica-se a realização de outros exames para um diagnóstico assertivo. Entre eles, estão a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e a cintilografia óssea.
Porém, isso não significa que é possível descartar um ou outro exame. Cada um deles têm a sua importância no diagnóstico, portanto, cabe ao (à) especialista conduzir esse processo. Dependendo do resultado, a biópsia será o único meio de confirmar a doença e assim, a necessidade de cirurgia para a retirada do tumor.
Quais os sintomas do câncer de próstata?
Embora seja quase sempre assintomático em sua fase inicial, quando o câncer de próstata apresenta sintomas, estes podem se manifestar por:
Urinar com maior ou menor frequência;
Dificuldade, dor ou ardência ao urinar;
Diminuição da força do jato urinário;
Sensação de bexiga cheia, mesmo após urinar;
Presença de sangue na urina.
Além disso, outros sintomas podem acompanhar a doença, se ela se manifestar de forma metastática. Os principais deles são:
Fraqueza;
Anemia;
Emagrecimento;
Dores ósseas intensas e frequentes, decorrentes de traumas.
No entanto, a presença de algum desses sintomas nem sempre é sinal do câncer de próstata. Apenas a avaliação de um(a) médico(a) especializado poderá confirmar a suspeita.
Como é o tratamento do câncer de próstata?
Em geral, a cirurgia de câncer de próstata é a melhor alternativa de tratamento. Porém, essa definição depende de uma série de fatores, desde o estágio da doença até as condições de saúde do paciente. Neste sentido, o tratamento pode passar, ainda, pela combinação com radioterapia e medicamentos, ou adoção de cada uma delas, separadamente.
Cirurgia de câncer de próstata
Quando há indicação para a cirurgia do tumor prostático, o procedimento consiste em retirar a próstata. Já o tipo de cirurgia oncológica escolhida pelo(a) cirurgião(ã) oncológico(a) pode ser: a forma convencional, a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica.
As opções por via robótica e videolaparoscópica são as mais indicadas atualmente — por sua precisão e menor impacto ao organismo do paciente. Vamos mostrá-las em detalhes logo mais.
Antes, queremos lembrar que a evolução das técnicas cirúrgicas vem permitindo uma recuperação mais rápida e um pós-operatório mais confortável. E isso independe da cirurgia para o câncer de próstata adotada.
Radioterapia
A radioterapia também é uma opção para o tratamento inicial da doença. Ela é indicada principalmente no caso de pacientes impossibilitados de fazer a cirurgia oncológica, seja por problemas clínicos ou por outras questões de saúde.
Medicamentos
Normalmente, para casos leves e de pouca agressividade, é possível apenas adotar uma rotina de acompanhamento da doença com maior frequência e o uso de medicamentos específicos.
De toda maneira, essa é uma decisão que só pode ser definida a partir da avaliação de uma equipe multidisciplinar, composta por urologista, oncologista e cirurgião(a) oncológico(a). Juntos, todos trabalham para os melhores resultados no tratamento.
Como é a cirurgia de câncer de próstata?
É importante ter em mente que, independentemente da opção pela cirurgia no tratamento do câncer de próstata, o procedimento consiste em retirar a próstata e as vesículas seminais. Dependendo do caso, também serão removidos os gânglios linfáticos localizados na pelve.
Aqui não poderia ter uma imagem explicando o que cada coisa?
O processo de remoção do tumor varia conforme o tipo de cirurgia, como explicaremos na sequência:
Videolaparoscopia
Quando a cirurgia é feita por videolaparoscopia, realiza-se micro incisões de 2 a 4 centímetros no abdômen (na região próxima ao umbigo). Por meio delas, inserem-se pequenas pinças responsáveis pela remoção da glândula prostática.
Cirurgia robótica para câncer de próstata
No caso da via robótica, a principal mudança em relação a videolaparoscopia está na maior estabilidade e precisão das pinças. Por serem robóticas, movidas por braços mecânicos, tendem a preservar as estruturas próximas à próstata.
Com isso, o procedimento traz melhora mais rápida da dor, da incontinência urinária e da função erétil. Além disso, é uma técnica minimamente invasiva, com cicatrizes quase imperceptíveis, de cerca de 1 a 2 centímetros.
Em todos os tipos de cirurgia para o câncer de próstata, a indicação de sedação é para a anestesia geral, na maioria dos casos. Durante todo esse processo, é importante manter a tranquilidade e confiar nos(nas) profissionais que conduzem o tratamento. Em geral, essa é uma cirurgia relativamente simples, mas não hesite em procurar ajuda da equipe se sentir insegurança ou tiver perguntas a fazer.
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