A cirurgia de câncer de fígado consiste na remoção do tumor ou no transplante do órgão e objetiva a cura da doença. Para isso, há duas técnicas possíveis: a hepatectomia parcial e o transplante de fígado — ambas consideradas bastante promissoras.
Neste artigo, mostramos as indicações para o tratamento cirúrgico, explicamos como cada procedimento é realizado e quais são as respectivas taxas de sucesso. Confira!
Qual é a incidência do câncer de fígado?
O câncer de fígado é constituído por um grupo de tumores distintos. Entre eles, o carcinoma hepatocelular (ou hepatocarcinoma) é o mais comum, sendo responsável por mais de 80% dos casos de câncer de fígado primário. Trata-se de um tumor que, apesar de agressivo, quando diagnosticado em estágios iniciais tem potencial curativo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam uma estimativa de 10.700 novos casos da doença para cada ano do triênio 2023 a 2025. Isso representa 4,95 casos por 100 mil habitantes, sendo 6.390 diagnosticados em homens e 4.310 em mulheres.
Assim, desconsiderando os casos de câncer de pele não melanoma, o câncer hepático ocupa a 15ª posição entre os tumores malignos mais frequentes no Brasil. As taxas de incidência mais altas são observadas na região Sul, tanto entre homens quanto nas mulheres.
Como é a cirurgia de câncer de fígado?
O tratamento cirúrgico para o câncer de fígado é indicado, pelo(a) cirurgião oncológico, para tumores em estágios iniciais, ou seja, cuja disseminação ainda não ocorreu. Esses tumores, por sua vez, são classificados como potencialmente ressecáveis ou transplantáveis. Saiba mais a seguir.
Cirurgia para câncer de fígado potencialmente ressecável
A hepatectomia parcial é uma técnica cirúrgica que remove parte do órgão. Ela é indicada para fígados saudáveis (com a função preservada) e tumores pequenos e localizados. Além disso, é preciso que o estado de saúde geral do paciente esteja bom.
Como exige o diagnóstico precoce da doença, apenas uma pequena porcentagem dos pacientes com neoplasia hepática pode realizar a cirurgia. Isso porque, é imprescindível que a lesão não tenha invadido os vasos sanguíneos próximos — nesse caso, o risco de recidiva ou de disseminação pós-cirúrgica é alto.
Por vezes, a hepatectomia parcial pode ser associada a outras terapêuticas, com o objetivo de potencializar os resultados do tratamento. É o caso, por exemplo, da quimioembolização (injeção local de medicamentos quimioterápicos).
Cirurgia para câncer de fígado potencialmente transplantável
O transplante de fígado (proveniente de doação) é indicado para pacientes com tumores pequenos e localizados, mas com grave comprometimento da função hepática. Outra indicação são quadros em que o tumor não pode ser removido, devido à localização.
Muitas vezes, a cirurgia de transplante é associada a outras terapêuticas. É o caso, por exemplo, da ablação, um tratamento que destrói o tumor (com ondas de radiofrequência, calor, congelamento ou injeção percutânea de etanol) sem removê-lo.
Outra combinação possível é com a embolização. Essa terapêutica consiste na injeção de substâncias que bloqueiam ou, pelo menos, diminuem o fluxo de sangue para o tumor, bloqueando seu aporte de oxigênio.
Quais são as chances de cura da doença?
Quando o diagnóstico da doença ocorre em estágios iniciais e é possível realizar a cirurgia de câncer de fígado, há um considerável potencial curativo. Estudos mostram que a taxa de sobrevida em cinco anos para pacientes com tumores ressecáveis, em fígados saudáveis (sem cirrose ou outros problemas),é de 35%. Já para pacientes submetidos ao transplante hepático, a taxa de sobrevida em cinco anos fica entre 60% e 70%.
Neste vídeo, veja a importância do diagnóstico precoce no aumento das chances de cura.
Para concluir, vale ressaltar que, graças aos recentes avanços nas técnicas empregadas na cirurgia de câncer de fígado, o prognóstico tende a ser cada vez melhor. Mas, o primeiro passo para ter acesso aos procedimentos mais eficientes é, obviamente, contar com o apoio de um(a) especialista em cirurgia oncológica.
Caso precise de ajuda para encontrar esse tipo de profissional, use a ferramenta de busca da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Basta acessar o site e procurar pelos cirurgiões credenciados na sua região!