O câncer hepático metastático, muitas vezes, é descoberto antes do tumor primário. Isso porque, diversos tipos de neoplasias tendem a se disseminar para o fígado, um órgão extremamente vascularizado. Para identificá-lo é preciso fazer uma investigação aprofundada, por meio de exames de imagem e análises laboratoriais.
Neste artigo, explicamos como a metástase hepática pode se desenvolver, como é o seu diagnóstico e quais são os principais tratamentos. Confira!
O que provoca o câncer hepático metastático?
O fígado é um órgão vital responsável por mais de 500 funções. Ele recebe grandes quantidades de sangue — o que, em um cenário de malignidade, pode levá-lo a receber metástases de tumores abdominais e extra-abdominais.
Assim, diversos tipos de câncer podem se espalhar para a região, considerada um local comum para metástases. De acordo com a American Cancer Society, os tumores primários geralmente responsáveis pela ocorrência do câncer hepático metastático são:
- câncer colorretal (principalmente, adenocarcinomas);
- câncer de pulmão;
- câncer de mama;
- câncer de pele (melanoma);
- câncer de esôfago;
- câncer de estômago;
- câncer de pâncreas;
- câncer de rim.
Como a metástase no fígado é diagnosticada?
A investigação de lesões hepáticas metastáticas é feita por exames de imagem de alta qualidade, os quais também ajudam na identificação da doença primária. Entre eles, destaca-se a tomografia computadorizada, essencial para avaliar o potencial de ressecabilidade do tumor. Outro exame de imagem bastante utilizado é a ressonância nuclear magnética com contraste gadolínio.
Além disso, costuma-se empregar testes de função hepática, hemograma completo, colonoscopia e/ou esofagogastroduodenoscopia. A biópsia hepática, por sua vez, costuma ser feita apenas quando os resultados dos estudos de imagem são inconclusivos.
Quais são os tratamentos para metástases hepáticas?
Em casos de doenças metastáticas, o tratamento é definido considerando a neoplasia de origem. Dessa forma, a definição da estratégia terapêutica varia conforme:
- o tipo e a localização do câncer primário;
- a quantidade, o tamanho e a localização dos tumores hepáticos metastáticos;
- os sintomas apresentados pelo paciente;
- a idade, a presença de comorbidades e as condições de saúde como um todo;
- os tratamentos médicos já realizados pelo paciente, sejam oncológicos ou não.
Assim, uma vez determinado o diagnóstico e o estadiamento da doença, o câncer hepático metastático pode ser tratado por terapias locais (como a cirurgia) e/ou sistêmicas (como a quimioterapia). Vale destacar que, na maioria das vezes, duas ou mais terapêuticas são associadas. Saiba mais a seguir.
Tratamentos para pacientes com poucas metástases no fígado
Quando há poucas metástases, sem comprometimento severo da função hepática, a cirurgia para remoção dos tumores é a abordagem padrão-ouro. Nesses casos, as chances de cura são altas. O procedimento pode ser realizado por via abdominal aberta ou por laparoscopia (minimamente invasiva).
Pode-se, também, realizar a técnica denominada ablação. Nesse caso, utiliza-se uma agulha fina para a aplicação de corrente de alta energia nas células cancerígenas.
Existe, ainda, a radiocirurgia estereotáxica (ou radioterapia corporal estereotática). A abordagem consiste na administração de altas doses de radiação na região acometida pelos tumores, sendo realizada em poucas sessões.
Tratamentos para pacientes com várias metástases no fígado
Quando existem diversos focos de metástase no fígado, pode ser necessário recorrer à:
- radioterapia, a qual atinge todo o órgão e os tecidos adjacentes;
- quimioterapia, cuja medicação é administrada na veia;
- embolização, um método para bloquear o suprimento de sangue para o tumor, feito com o uso de medicamentos quimioterápicos ou de isótopos radioativos;
- terapia alvo, a qual ataca as células tumorais, poupando os hepatócitos saudáveis; entre outros tratamentos.
Além disso, vale destacar que até 80% do fígado pode ser removido, desde que o suprimento vascular do órgão e da vesícula biliar sejam preservados. Dessa maneira, é possível realizar cirurgias para ressecções hepáticas mais agressivas também quando há diversas metástases.
O que se pode esperar do tratamento cirúrgico?
O tratamento cirúrgico associado à quimioterapia está relacionado a melhores resultados. Isso vale, principalmente, para casos em que o tumor primário é um adenocarcinoma colorretal, o mais frequentemente relacionado às metástases hepáticas.
Mas, dada a complexidade da doença, o tratamento de câncer hepático metastático exige uma abordagem individualizada e multidisciplinar. Assim, ele é planejado e conduzido por cirurgiões ou cirurgiãs oncológicos(as) junto a oncologistas clínicos, gastroenterologistas, radiologistas, entre outros especialistas.
Acho que aqui tem que incluir os radio-oncologistas também, certo?
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