Os sintomas de câncer de esôfago — tubo que conecta a garganta ao estômago — tendem a aparecer em estágios avançados, sendo determinantes na detecção da doença. Nesses casos, o/a paciente pode apresentar dificuldade para engolir, dor ou desconforto no peito, perda de peso, entre outros problemas.
Neste artigo, explicamos mais sobre a neoplasia e o que fazer em caso de suspeita. Confira!
Qual é a incidência do câncer de esôfago?
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca),o câncer de esôfago é o sexto mais frequente em homens e o 15º em mulheres. Isso, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma.
Trata-se de um tumor maligno que surge na camada interna do órgão e se desenvolve através da mucosa, submucosa e camada muscular. Os principais tipos são:
- carcinoma de células escamosas, o qual surge nas células que revestem o órgão, geralmente, na porção superior ou média, sendo responsável pela maioria dos casos;
- adenocarcinoma, o qual se desenvolve a partir das células glandulares presentes na parte inferior do órgão, próximo à junção com o estômago, sendo bem menos incidente;
- outros tumores malignos iniciados no esôfago, tais como linfomas, melanomas e sarcomas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de esôfago?
Os sinais e sintomas do câncer de esôfago surgem em fases avançadas da doença e são inespecíficos, ou seja, comuns a outras condições clínicas. Conheça os três principais a seguir.
1. Disfagia
Entre os sintomas de câncer de esôfago, a disfagia (dificuldade de deglutição) é o mais comum. O problema surge em decorrência do crescimento do tumor e leva os pacientes a mudarem seus hábitos alimentares.
Assim, costuma-se trocar alimentos duros ou crocantes por opções macias, pastosas ou, por vezes, adotar uma dieta líquida. Além disso, passa-se a ingerir pequenas porções e a mastigar lentamente, com cuidado e por mais tempo.
2. Dor ou desconforto no peito
Outra consequência do tumor de esôfago avançado é o desconforto no peito, como a sensação de pressão ou mesmo queimação. Essa pode se manifestar como uma dor retroesternal, localizada atrás do osso do meio do peito, ou uma dor torácica, no tórax como um todo. Muitas vezes, o/a paciente também sente dor ao engolir.
3. Perda de peso
A perda de peso sem justificativa aparente também está entre os sintomas de câncer de esôfago. O emagrecimento decorre de dificuldade de deglutição, da redução do apetite e do aumento do metabolismo provocado pela doença.
Entre outros sintomas
Outros possíveis sintomas de câncer de esôfago avançado são a tosse persistente e a rouquidão. Além disso, o paciente pode apresentar vômitos, por vezes, com sangue — devido à hemorragia.
Quais são os possíveis fatores de risco associados?
Entre os fatores que aumentam o risco para neoplasia de esôfago, destaca-se o consumo de bebidas muito quentes (com temperatura igual ou superior a 65°C). É o caso, por exemplo, dos danos celulares decorrentes da injúria térmica provocada pela ingestão de chimarrão nas regiões mais frias do País.
A ingestão de álcool também aparece entre as prováveis causas da doença. Isso vale tanto para o consumo frequente, como para o consumo esporádico e excessivo, independentemente do tipo de bebida.
O tabagismo é outro potencializador para sua ocorrência. Segundo o Inca, o cigarro por si só é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago.
Além desses, outros possíveis fatores de risco para a doença são:
- excesso de gordura corporal (sobrepeso ou obesidade);
- doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE);
- infecção pelo HPV (Papilomavírus humano);
- histórico pessoal de câncer de cabeça e pescoço ou pulmão;
- esôfago de Barrett (danos na parte inferior do órgão);
- síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro);
- tilose (espessamento da pele das plantas dos pés e/ou das palmas das mãos);
- lesões cáusticas no esôfago;
- acalasia (perturbação do funcionamento dos esfíncteres do esôfago).
Há, ainda, o risco inerente a certas ocupações na construção civil, metalurgia, agricultura, mineração, indústrias de couro e borracha, lavanderias e lavagens a seco. Entre as exposições laborais que aumentam as chances de desenvolver câncer de esôfago, destacam-se:
- poeiras da construção civil, carvão e metal;
- combustíveis fósseis, óleo mineral e herbicidas;
- radiação X ou gama;
- ácido sulfúrico e negro de fumo (carbon black).
O que fazer em caso de suspeita da doença?
Como mostrado, os sintomas de câncer de esôfago são inespecíficos, sendo, geralmente, provocados por outras doenças. Porém, quando se manifestam de forma contínua e/ou existem fatores de risco associados, deve-se procurar um(a) médico(a) e investigar o problema. Se confirmada a suspeita, o mesmo fará o encaminhamento para um oncologista, seja ele o cirurgião oncológico ou o oncologista clínico, que dará andamento ao diagnóstico e ao respectivo tratamento.
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