O diagnóstico de melanoma — o tipo mais agressivo de câncer de pele, cujo potencial de disseminação é bastante alto — deve ser o mais precoce possível. Por isso, ao identificar uma lesão suspeita, como uma pinta escura, assimétrica e com bordas irregulares, recomenda-se consultar um dermatologista sem demora.
Após o exame clínico, se julgar necessário, o especialista poderá removê-la e, em seguida, encaminhar o material para análise laboratorial. Se confirmada a doença, quanto mais cedo for tratada, mais favorável é o prognóstico!
Como é a incidência da doença?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), embora o câncer de pele seja a neoplasia mais frequente no Brasil, o melanoma representa apenas 4% dos casos da doença. Isso corresponde a 8.980 novos registros, por ano, no Brasil, conforme apontam a estimativa mais recente da instituição, realizada em parceria com o Ministério da Saúde.
Vale destacar que a região Sul é onde está a maioria dos casos de melanoma no país, devido ao predomínio de peles claras. Isso, tanto para os homens quanto para as mulheres.
No mundo, o câncer de pele não melanoma também é o tipo de câncer mais comum. Mas, conforme mostra a American Cancer Society, o melanoma é responsável por apenas 1% dos casos da neoplasia.
Para os homens estrangeiros, as maiores incidências de melanoma ocorrem na Austrália, Nova Zelândia, oeste europeu e América do Norte. Já para as mulheres, a doença é mais recorrente na Austrália, Nova Zelândia e países do norte e oeste europeu.
Como é o diagnóstico de melanoma?
A avaliação de pintas ou lesões suspeitas é o primeiro passo para chegar ao diagnóstico de melanoma. Para determinar o que precisa, ou não, ser investigado, os dermatologistas se baseiam na regra do ABCDE, sendo:
- A, referente à assimetria (um lado diferente do outro);
- B, referente à borda sem definição (irregular);
- C, referente à coloração (presença de várias cores preta, marrom, vermelha, azul e/ou branca);
- D, referente a diâmetro (a partir de 6 mm);
- E, referente à evolução (mudanças nas características anteriores).
Ao identificar um ou mais desses critérios, é preciso prosseguir com a investigação. Muitas vezes, os dermatologistas associam o exame clínico à dermatoscopia, para observar camadas da pele impossíveis de ver a olho nu. Outra possibilidade é a realização da microscopia confocal in vivo, exame que permite examinar as lesões com altíssima resolução.
Se a suspeita permanecer, o passo seguinte é a remoção do tecido afetado, enviado para análise anatomopatológica. A biópsia é, portanto, o exame que confirma o diagnóstico de melanoma, bem como permite determinar seu estadiamento (estádio em que o tumor se encontra).
Quais são os estádios deste tipo de tumor?
Conhecer o estádio do câncer é fundamental para predizer a gravidade da doença e definir a estratégia de tratamento mais efetiva. No caso do melanoma, o estadiamento se baseia na:
- espessura do tumor primário;
- presença de ulceração (ruptura sobre a pele);
- disseminação para os gânglios linfáticos próximos;
- metástase para regiões distantes do corpo.
Assim, os melanomas em estádio 0 (chamados de melanoma in situ) são considerados tumores em estádio inicial. Nesse caso, eles se encontram confinados à camada mais superficial da pele (epiderme),sem indícios de disseminação.
Mas, conforme avançam, os melanomas podem ir do estádio 1 ao 4 (o mais avançado). São eles:
- 1, quando o tumor tem até 2 mm (0,8mm) de espessura, com ou sem ulceração e não há 0suspeita de disseminação;
- 2, quando o tumor tem de 1 a 4 mm 1 a 2mm de espessura, com ou sem ulceração, mas ainda não há sinais de disseminação;
- 3, quando o tumor, independentemente do tamanho ou ulceração, espalhou-se para os gânglios linfáticos próximos ou para a pele ao seu redor, sem indícios de disseminação à distância – retirar;
- 4, quando o tumor, de qualquer espessura, com ou sem ulceração, disseminou-se para a pele em torno da lesão ou mesmo para a pele à distância regiões distantes do organismo.
Quais são os possíveis tratamentos?
Ainda que o diagnóstico de melanoma possa ser obtido pelo dermatologista, outros especialistas são responsáveis pelo seu tratamento. É o caso dos oncologistas (cirúrgicos e clínicos),bem como de outros profissionais envolvidos no cuidado integral do paciente.
Assim, a cirurgia para remoção do tumor é a principal estratégia terapêutica. É por isso que, após a confirmação, o paciente é prontamente encaminhado a um/a oncologista cirúrgico/a. No entanto, dependendo do estadiamento, podem ser indicados tratamentos complementares, como imunoterapia e eventualmente radioterapia ou quimioterapia.
O importante é saber que, quanto mais precoce for o diagnóstico de melanoma, mais simples o tratamento e maiores as chances de cura. Porém, mesmo em quadros avançados, pode-se recorrer a tratamentos que retardam a evolução da doença, considerados com altas taxas de sucesso!
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