A cirurgia para câncer de boca é a primeira opção terapêutica para a grande maioria dos casos da doença. Isso vale tanto para tumores menores, cujas abordagens são mais simples, como para os maiores, os quais exigem o emprego de técnicas mais complexas.
Neste artigo, mostramos quais são os possíveis tratamentos para este tipo de neoplasia, dando ênfase à estratégia cirúrgica. Explicamos, também, como encontrar especialistas devidamente capacitados para realizar o procedimento. Confira!
Quais são os índices da doença no Brasil?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde, para cada ano do triênio 2023/2025 surgirão 15.100 novos casos de câncer de boca no Brasil. Dentre esses, a incidência mais alta é observada entre os homens (10.900/ano),ainda que o número de mulheres acometidas (4.200/ano) seja bastante expressivo.
Como ainda não existe um consenso médico sobre quais estruturas estão inclusas no chamado câncer de boca, para traçar a referida estimativa, o Inca considerou todos os tumores malignos de:
- lábios;
- cavidade oral;
- glândulas salivares;
- orofaringe (a qual inclui a base da língua, o palato mole, as amígdalas e as porções laterais e posterior da garganta).
Quais são os tratamentos para esse tipo de neoplasia?
O tratamento para câncer de boca depende do tipo de tumor, do estágio da doença, da idade e das condições clínicas gerais do paciente. Baseando-se nesses fatores, o(a) cirurgião(ã) de cabeça e pescoço define a melhor abordagem para cada caso.
Na maioria das vezes, a estratégia terapêutica consiste na ressecção do tumor, das margens de segurança e dos linfonodos do pescoço. Se necessário, realiza-se também a reconstrução das áreas abordadas.
Já em lesões mais simples, detectadas precocemente, pode-se limitar o procedimento à retirada do tumor. Nas avançadas, por outro lado, além da cirurgia mais agressiva, pode ser necessário complementar o tratamento com sessões de radioterapia e/ou outras terapêuticas.
Além disso, há quadros em que a cirurgia para câncer de boca não é viável. Nesses casos, costuma-se indicar a realização de radioterapia e/ou quimioterapia.
Além disso, independentemente da estratégia terapêutica adotada, em todas as etapas do tratamento há a participação de um corpo clínico multidisciplinar. Esse pode ser composto, por exemplo, por dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros profissionais da saúde. O objetivo é prevenir complicações e minimizar sequelas, buscando sempre otimizar a funcionalidade da boca.
Quando a cirurgia para câncer de boca é indicada?
A cirurgia para câncer de boca é indicada tanto para a remoção de tumores pequenos, como grandes. O principal critério para a realização, ou não, do procedimento é a sua expectativa de repercussão funcional (especialmente, sobre a fala, a mastigação e a deglutição).
Assim, quando o risco de deixar sequelas importantes for muito alto, o(a) cirurgião(ã) oncológico(a) pode optar por outras abordagens terapêuticas. Nesses casos, as principais alternativas são a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e a terapia alvo, isoladas ou em associação.
De que maneira o procedimento é realizado?
Como explicado, a cirurgia para câncer de boca consiste na remoção de uma ou mais partes acometidas por tumores, dos tecidos adjacentes e dos linfonodos do pescoço. Para tanto há diferentes técnicas, cuja indicação varia conforme a localização e estadiamento do tumor. São elas:
- cirurgia micrográfica de Mohs, geralmente, empregada na ressecção de tumores cutâneos;
- glossectomia, para remover parte ou toda a língua;
- mandibulectomia, para retirar parte ou toda a mandíbula (osso do queixo);
- maxilectomia, para remover parte ou todo o osso maxilar;
- laringectomia, para remover a laringe junto do tumor primário;
- cirurgia robótica transoral, para fazer a ressecção de tumores na garganta;
- esvaziamento cervical, para remover tumores disseminados para os linfonodos do pescoço e tecidos adjacentes.
Além disso, muitas vezes é preciso fazer procedimentos para a reconstrução do local operado, de modo a restaurar sua função e aparência. É o caso da traqueostomia (necessária após a laringectomia total),dos implantes dentários, entre outros.
Felizmente, graças aos avanços na área de cirurgia microvascular, as reconstruções realizadas na região da boca e orofaringe são cada vez melhores!
Que especialista pode conduzir o tratamento cirúrgico?
A indicação da cirurgia para câncer de boca, bem como a definição da técnica, é feita pelo(a) cirurgião(ã) oncológico(a). Vale reforçar que, para aumentar as chances de sucesso, além de contar com um(a) especialista na neoplasia, deve-se considerar sua experiência na realização do procedimento.
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