A oncoplástica é o conjunto de técnicas cirúrgicas reparadoras, utilizada para reconstrução das mamas, após sua remoção (total ou parcial) para o tratamento do câncer. O procedimento visa deixá-las o mais harmonicamente próximas do desejado pela paciente, podendo ser realizado imediata ou posteriormente ao tratamento cirúrgico (cirurgia conservadora ou mastectomia).
Neste artigo, abordamos as principais questões a respeito, destacando sua importância e a necessidade de conversar, antecipadamente, com o cirurgião/ã oncológico/a responsável pelo seu caso. Continue a leitura e confira!
Por que realizar a cirurgia oncoplástica?
A cirurgia oncoplástica colabora com a recuperação psicológica do tratamento cirúrgico do câncer de mama. Entre outros benefícios, ela ajuda as pacientes a se sentirem mais à vontade com seus corpos, permite continuarem usando suas roupas e dispensa as próteses externas. Tudo isso favorece a autoestima e a renovação da autoconfiança nesta nova etapa da vida, assim como a adesão ao tratamento.
Veja: Cirurgia oncológica e tratamento multidisciplinar: entenda a importância
Quando é indicado realizá-la?
O momento ideal para a realização da oncoplástica mamária é o mais precocemente possível, quando tecnicamente plausível. Ou seja, deve-se executá-la imediatamente após o tratamento cirúrgico (remoção total ou parcial das mamas) — a chamada reconstrução imediata.
A indicação para o procedimento deve ser baseada em uma decisão compartilhada entre o/a médico/a responsável e a paciente. Para isso, considera-se o estadiamento do tumor, as estratégias de tratamentos adjuvantes (quimioterapia ou radioterapia) necessárias, as eventuais comorbidades e, claro, o desejo da paciente. Tudo isso, levando em conta o consenso entre o/a cirurgião/ã e a equipe multidisciplinar.
Como é a técnica utilizada?
Na oncoplástica, as mamas são reconstruídas com:
- implantes mamários, sejam como próteses ou expansores (próteses desinfladas, para posterior preenchimento com soro);
- e, se necessário, retalhos cutâneos (tecidos extraídos de outras áreas, como abdômen, nádegas ou costas).
Na prática, a escolha técnica depende da forma como foi realizada a cirurgia prévia (conservadora ou mastectomia). Frequentemente, realiza-se a abordagem da mama contralateral (mama saudável),para possibilitar um resultado mais simétrico.
É importante considerar que todas as regiões envolvidas ficarão um pouco diferentes do que era originalmente, bem como com algumas cicatrizes. Entender esse processo ajuda a prevenir frustrações decorrentes de um resultado diferente do imaginado — baseado em falsas expectativas.
Como são os cuidados pré e pós-operatórios?
Os cuidados pré-operatórios incluem manter uma dieta saudável e, caso seja fumante, parar, pelo menos, dois meses antes da oncoplástica, para permitir uma melhor cicatrização.
Os cuidados pós-operatórios exigem o respeito às orientações médicas, indicadas individualmente, conforme às condições de cada paciente. Vale destacar que a realização da oncoplástica aumenta o prazo para o retorno às atividades habituais, por vezes, levando alguns meses.
Por que é importante conversar sobre a opção?
A chamada cirurgia oncoplástica para simetrização da mama contralateral e de reconstrução do complexo aréolo-mamilar é um direito da paciente com câncer de mama. Sendo assim, ela é oferecida tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS),quanto pelos convênios médicos.
Saiba mais em: Conheça os direitos do paciente com câncer
Mas, se você ou uma pessoa próxima está pensando em realizá-la, converse com seu/sua cirurgião/ã oncológico/a a respeito antes da realização do tratamento cirúrgico (conservador ou mastectomia). Dessa forma, mesmo que você decida fazê-la posteriormente, a equipe médica poderá definir as melhores estratégias terapêuticas.
Leia também: Tire suas dúvidas sobre a especialidade cirurgia oncológica
Também é importante ter em mente que a oncoplástica restaura a estética das mamas, mas não recupera a sensibilidade apresentada anteriormente à retirada do tumor. A boa notícia é que, com o passar do tempo, as mamas reconstruídas se tornam mais sensíveis.
Em relação aos hematomas e inchaços, são necessárias cerca de oito semanas para sumirem completamente. Já as cicatrizes se tornam bem menos visíveis após um a dois anos, embora não desapareçam.
Para concluir, independentemente da idade da paciente, a cirurgia oncoplástica para reconstrução das mamas é muito benéfica. O importante é saber que se trata de uma nova fase e contar com o respaldo de bons/as especialistas e de uma rede de apoio empática!
Caso precise de ajuda para encontrar seu/sua cirurgião/ã oncológico/a, saiba que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) conta com membros por todo o Brasil. Utilize nossa ferramenta online e busque um/a profissional perto de você!


