Como é feita a cirurgia do câncer de mama?

Como é feita a cirurgia do câncer de mama?

Por: ATUALIZADO EM: 25 out 2022 | PUBLICADO EM: 25 out 2021

O diagnóstico de câncer não é uma notícia fácil de se receber. Quando a doença se manifesta na mama, essa passa a ser a realidade de mais de 66 mil mulheres a cada ano, no Brasil. Mesmo com todas as dúvidas que possam surgir neste momento, é importante ter em mente que os avanços da medicina permitem grandes chances de sucesso na cirurgia do câncer de mama.

Por essa razão, preparamos este artigo. Neste material, vamos falar sobre as indicações de cirurgia, os tipos de procedimento e quais os cuidados necessários antes e depois dessa intervenção para o tratamento do câncer de mama. Acompanhe conosco para saber mais sobre este assunto.

Em que situações a cirurgia do câncer de mama é indicada?

Para falar sobre a indicação de cirurgia do câncer de mama, precisamos destacar que ela depende do estágio em que a doença foi detectada. De maneira geral, a maioria das 66 mil mulheres diagnosticadas a cada ano têm, na cirurgia oncológica, uma das formas de tratamento. Ainda que possa ter objetivos distintos, o procedimento cirúrgico é um dos pilares para tratamento  do câncer de mama.

Essa definição com relação ao procedimento mais indicado — e o tipo de cirurgia que será realizada — fica a cargo do(a) cirurgião(ã) oncológico(a) e de sua equipe. Juntos, eles avaliam cuidadosamente a extensão da doença, o local e possíveis disseminações e quais as medidas de tratamento a serem adotadas em cada situação.

Por esse motivo, é importante contar com o acompanhamento de profissionais qualificados(as),em centros oncológicos de referência para o tratamento do câncer de mama.

Conheça os tipos de câncer de mama e quando é necessário cirurgia

Quais os tipos de cirurgia do câncer de mama?

Como mostramos acima, a depender das condições de saúde de cada paciente, bem como do estadiamento do tumor —haverá uma cirurgia adequada. Entre os procedimentos possíveis, podemos destacar dois tipos principais da cirurgia do câncer de mama. A seguir, explicamos, de maneira resumida, cada um deles.

Cirurgia conservadora da mama

Esse procedimento é conhecido como mastectomia parcial ou segmentar. Tecnicamente, o nome da intervenção é lumpectomia ou quadrantectomia. Nessa cirurgia, a quantidade de tecido mamário removido varia conforme o tamanho e localização do tumor. Além de outros fatores individuais, a probabilidade de disseminação  de células tumorais também interfere no alcance da cirurgia.

Na prática, esse tipo de intervenção cirúrgica se dá pela retirada do segmento ou o setor da mama onde está localizado o tumor. Neste caso, o(a) cirurgião(a) oncológico(a) precisa ressecar  o tumor e mais uma porção de tecido saudável adjacente, como margem de segurança. Esse cuidado é fundamental para conter o risco de metástase — ou recidivas do câncer.

Mastectomia

Nesse procedimento, a equipe cirúrgica faz a retirada completa da mama, incluindo todo o tecido mamário. Além disso, no caso da chamada mastectomia radical, podem ser removidos outros tecidos próximos. Em geral, são removidos os gânglios axilares. Vale ressaltar que, geralmente, esse procedimento é indicado para grandes tumores, em que já haja ínguas comprometidas ou em que o risco de disseminação seja elevado.

Há, ainda, a chamada mastectomia total com utilização da pesquisa de linfonodo sentinela. Em resumo, trata-se de rastrear a íngua que inicialmente drena estes tumores. Este procedimento é indicado, muitas vezes, para poupar a paciente de tratamentos complementares como a radioterapia. O objetivo deste tipo de cirurgia para o câncer de mama é minimizar os efeitos colaterais do tratamento oncológico.

Mastectomia preventiva

Esse procedimento, também chamado de mastectomia profilática, ganhou mais visibilidade na última década, após adotada por algumas celebridades. No entanto, para além da moda, este procedimento cirúrgico tem sido indicado com cautela por profissionais da especialidade. A considerar as diferenças individuais, ele é indicado basicamente em duas situações:

  • Alto risco de câncer de mama: mulheres com predisposição hereditária ao câncer de mama (alterações nos genes BRCA1 e BRCA2) podem fazer a remoção profilática para evitar ou minimizar os riscos de desenvolvimento de tumores, e
  • Pacientes já diagnosticadas: mulheres com diagnóstico de câncer  — com tumores específicos que apresentem risco de bilateralidade, como o carcinoma lobular —  podem optar, caso haja concordância médica, pela remoção dupla para reduzir as chances de ser acometida pela doença.

É importante ter em mente que, sem histórico familiar de câncer nem mutação genética detectada por rastreamento, ainda não existem estudos conclusivos sobre o benefício da mastectomia preventiva. Assim, antes de passar pelo procedimento, é fundamental ser avaliada por um(a) especialista em cirurgia oncológica e, ainda, estar ciente dos efeitos colaterais dessa intervenção.

Leia também: Mitos e verdades sobre o câncer de mama

Como são os cuidados antes e depois da cirurgia?

tratamento do câncer de mama não se restringe à cirurgia. Em geral, trata-se de um processo apoiado em três pilares: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Essa jornada contra a doença envolve aspectos emocionais muito fortes, com abalo significativo da autoestima. Por esse motivo, há uma série de cuidados e atenção necessários em todos os momentos do processo de cura. Neste momento, a participação de uma equipe multidisciplinar é crucial para um atendimento integrado à paciente, em sua individualidade. No entanto, há preparações e acompanhamentos que se estendem a todas as mulheres que passam pela cirurgia oncológica para o câncer de mama.

Antes da cirurgia

Na fase pré-operatória, a paciente deve realizar todos os exames solicitados pelo(a) médico(a) que a acompanha. Além disso, é hora de conversar com os profissionais envolvidos no tratamento (de enfermeiros a psicólogos) sobre suas apreensões e dúvidas. Em resumo, essa fase de esclarecimentos é essencial para passar pelo procedimento com mais tranquilidade.

Também é nesse momento que a mulher recebe orientações de preparação física para os dias ou horas que antecedem a cirurgia.

Pós cirúrgico

Após realizada a cirurgia de câncer de mama, dependendo do tipo de procedimento escolhido, a recuperação segue o padrão de boa parte dos pós-operatórios. De modo geral, quando o procedimento transcorre normalmente, é comum que a paciente já possa retomar suas atividades normais no prazo de duas semanas.

As orientações sobre a retomada da vida normal, que varia de acordo com cada situação, serão esclarecidas antes da alta hospitalar. Neste momento, a rotina é que um profissional de enfermagem deixe algumas instruções para a paciente e familiares a respeito de:

  • cuidados com o local da cirurgia e curativos;
  • manutenção e monitoramento do dreno, caso a paciente use;
  • atenção a sinais de infecção;
  • cuidados no banho;
  • quando poderá voltar a usar o braço do lado operado e exercícios para evitar rigidez;
  • uso dos medicamentos, agenda de novas consultas e
  • acesso a programas de apoio.

Dependendo de cada caso, o paciente será encaminhado para dar início às terapias complementares, como radioterapia e/ou quimioterapia.

Nos primeiros dias em casa, além das recomendações médicas, é preciso estar atenta a sinais de infecção, como febre, alteração nos pontos ou manifestações inespecíficas. Ao perceber qualquer mudança, dor ou sensação não prevista, o(a) médico(a) deve ser contactado para orientar sobre os passos a seguir.

Na jornada contra o câncer de mama, é importante que a paciente se sinta segura e tenha acesso ao máximo de informação possível. Por essa razão, a convidamos para conhecer mais conteúdos como este aqui em nosso site, na seção Orientações ao Paciente. Se precisa encontrar um(a) profissional em Cirurgia Oncológica, aproveita a nossa ferramenta de Busca por Especialistas, aqui no site. Haverá sempre algum(a) médico(a) qualificado(a) por perto!

Autor:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica – SBCO é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, fundada em 31 de maio de 1988, cuja finalidade é congregar cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado à pessoa com câncer.
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