Você certamente conhece alguém que recebeu o diagnóstico de câncer de próstata. Acredite: isso não é uma coincidência. Ocorre que, depois do câncer de pele não melanoma, esse é o tipo de neoplasia mais comum entre os homens no Brasil. Anualmente, estimam-se cerca de 65 mil novos casos da doença.
Ainda assim, muitas pessoas não têm informações claras a respeito. Por conta disso, campanhas como Novembro Azul se empenham em conscientizar a população masculina sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Neste artigo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) faz a sua parte na divulgação da neoplasia. Continue a leitura e veja tudo o que você precisa saber a respeito!
Quais são as causas do câncer de próstata?
O câncer de próstata surge devido ao crescimento desordenado e acelerado de células tumorais da glândula prostática. Essa — cujo formato se assemelha a uma maçã — localiza-se na parte inferior do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela é responsável por produzir parte do sêmen, metabolizar a testosterona e regular o fluxo urinário.
Quais são os fatores de risco para a doença?
É comum a afirmação de que o câncer de próstata é uma doença de homens mais velhos. Isso porque, normalmente, ela é identificada a partir da meia-idade. Inclusive, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca),a idade superior a 50 anos é um importante fator de risco para a doença.
Além disso, há outros pontos de atenção, que podem levar à maior probabilidade de desenvolver o câncer de próstata. Os principais são:
- genética, uma vez que homens com histórico familiar de câncer de próstata (quando o parentesco é direto) podem estar mais suscetíveis à doença;
- obesidade, pois o excesso de gordura corporal aumenta o risco de ter câncer de próstata avançado;
- etnia, considerando que os homens negros são a maioria entre os diagnosticados com esse tipo de neoplasia.
Além disso, ainda que sejam incertas, existem indicações de que outros fatores podem aumentar o risco de desenvolver a doença. São eles:
- alimentação rica em gorduras e carnes vermelhas;
- tabagismo;
- inflamações na próstata;
- infecções sexualmente transmissíveis (IST).
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Quais são os sintomas da neoplasia?
Em estágio inicial, o câncer de próstata costuma ser assintomático. Conforme avança, a doença pode provocar sintomas genéricos, tais como:
- aumento do fluxo urinário (micção frequente);
- jato urinário fraco ou interrompido;
- vontade de urinar durante a noite (noctúria);
- presença de sangue na urina ou no sêmen.
Já em estágio avançado, a neoplasia pode desencadear outras complicações. Por exemplo:
- perda de peso sem causa aparente;
- cansaço inexplicável;
- disfunção erétil;
- sensação de fraqueza ou dormência nas pernas e/ou pés;
- dor nos ossos do quadril, coxas, lombar ou outros para onde a doença possa ter se disseminado.
Mas, atenção: geralmente, esses sintomas se relacionam a doenças não cancerosas, como hiperplasia prostática benigna (BPB) e prostatite. Além disso, a maioria dos tumores malignos da próstata cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais. Por esse motivo, os cuidados preventivos, adotados ao longo da vida, são fundamentais.
É possível prevenir a sua ocorrência?
Sim! Como nos demais tipos da doença, que têm causas multifatoriais, com o câncer de próstata não é diferente. Portanto, as formas de prevenir o surgimento do tumor passam pela adoção de um estilo de vida mais saudável e equilibrado, livre dos fatores de risco anteriormente mencionados.
No entanto, como estamos falando de uma neoplasia que se desenvolve lenta e silenciosamente, a melhor maneira de agir preventivamente é manter uma rotina regular de visitas ao urologista.
A seguir, mostramos quais são os famosos exames de rastreamento do câncer de próstata. Confira!
PSA
A dosagem do antígeno prostático específico, mais conhecido pela sigla PSA, é um exame de sangue que mede os níveis dessa proteína no organismo. Isso porque, a chance de ter câncer de próstata aumenta à medida que o nível de PSA aumenta.
No entanto, não existe um ponto de corte definido para afirmar, com certeza, se um homem tem (ou não) a doença, baseando-se apenas no resultado do PSA. Em geral, quando seu valor é igual ou superior a 3 ng/ml, são pedidos exames complementares. No entanto, essa abordagem pode variar de acordo com o profissional e a avaliação clínica do paciente.
Toque retal
O toque retal é um exame físico importante para detectar qualquer inchaço ou área endurecida na próstata, que possam, eventualmente, ser um câncer. Como o tumor, geralmente, começa na parte posterior da glândula, às vezes, pode-se senti-lo durante o toque retal.
Apesar do preconceito e repulsa de muitos homens pelo exame, ele não é doloroso e dura apenas alguns segundos. Além disso, vale destacar que ele pode sugerir a possibilidade de câncer em homens com níveis normais de PSA. Por essa razão, um exame complementa o outro e ambos devem ser incluídos no rastreamento do câncer de próstata.
Outros exames
Se o resultado inicial do PSA for anormal e/ou o exame de toque tiver revelado algum caroço suspeito, o médico costuma solicitar outros exames. Os mais comuns são:
- outros PSAs, como o índice de saúde prostática (PHI),o 4Kscore ou PSA livre;
- algum exame de imagem da próstata, como a ressonância magnética ou a ultrassonografia transretal.
Como é o tratamento do câncer de próstata?
O tratamento do câncer de próstata varia de acordo com a localização e o estágio da doença. Portanto, nem sempre a cirurgia é necessária, sendo que, em alguns casos, pode ser proposta a observação vigilante no tumor.
Em outros casos, quando a doença está localizada (só atingiu a próstata, mas não se espalhou para outros órgãos),costuma-se fazer cirurgia e/ou radioterapia. Já para a doença localmente avançada, o indicado é combinar radioterapia ou cirurgia com tratamento hormonal. Nos casos de metástase (quando o tumor se espalha para outras partes do corpo),o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.
Assim, a escolha do tratamento do câncer de próstata deve ser sempre individualizada. Vale destacar que o/a cirurgião/ã oncológico/a é um/a dos/as profissionais habilitados/as para o planejamento terapêutico e cirúrgico dessa neoplasia. Juntamente à sua equipe multidisciplinar, o/a especialista pode definir qual é a conduta mais segura e eficaz para cada paciente.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) conta com especialistas por todo o Brasil. Caso precise de ajuda para encontrar um oncologista cirúrgico, utilize nossa ferramenta de busca!