O tratamento para câncer de apêndice, uma neoplasia considerada rara e complexa, se baseia na remoção cirúrgica do órgão e, por vezes, de estruturas próximas. Geralmente, o procedimento é associado a abordagens complementares, como tratamentos sistêmicos e terapias direcionadas. Além disso, os cuidados multidisciplinares também são imprescindíveis.
Neste artigo, mostramos as principais opções de tratamento para a doença e a importância de ter uma estratégia personalizada para as necessidades de cada paciente. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas a respeito!
Como é o tratamento para câncer de apêndice?
O tratamento para câncer de apêndice pode ter objetivo curativo ou paliativo (de alívio). A cirurgia é a principal abordagem, sendo que a escolha da técnica varia de acordo com o tipo, a localização e, principalmente, o tamanho do tumor. As principais são:
- apendicectomia (cirurgia de remoção do apêndice), indicada para tratar tumores pequenos.
- hemicolectomia (cirurgia para remoção do apêndice, do cólon direito e dos linfonodos próximos),indicada para tumores maiores e mais agressivos;
- Citorredução peritonial ou peritonectomia (cirurgia para remoção de outras partes do abdômen),indicada para tumores que se espalham para além do cólon (um segmento do intestino grosso).
Como terapêutica complementar, a quimioterapia pode ser indicada, inclusive, para prevenir recidivas. Além da versão convencional, alguns tipos de câncer de apêndice avançados podem ser tratados com a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC). Essa terapia consiste no aquecimento dos medicamentos quimioterápicos e na administração direta na cavidade abdominal.
A HIPEC é feita durante a cirurgia de citorredução, visando eliminar as células tumorais intra-abdominais com mais eficácia e menos toxicidade. Vale destacar que, em 2022, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) conseguiu a inclusão da referida terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para saber mais, leia: Mapeamento da realidade da cirurgia oncológica no Brasil
Como são os tratamentos para as neoplasias apendiculares mais frequentes?
Os tipos de tumores de apêndice mais comuns são os tumores neuroendócrinos (TNE), também chamados tumores carcinoides, e os adenocarcinomas. A seguir, mostramos como eles podem ser tratados.
Tratamento para TNE de apêndice
O principal tratamento para TNE do apêndice, tipo mais frequente da doença, é a hemicolectomia direita. Se o tumor estiver localizado, a cirurgia é suficiente para tratar a doença. Se estiver disseminado, podem ser necessárias terapêuticas complementares.
Tratamento para adenocarcinoma de apêndice
O tratamento para adenocarcinoma de apêndice, tipo menos comum da doença, costuma incluir a apendicectomia, por vezes, combinada à cirurgia de citorredução e HIPEC. Se as células tumorais tiverem se disseminado pelo abdômen, as partes afetadas também podem ser removidas (como porções do intestino, da vesícula biliar, da cavidade abdominal etc).
Como funciona a personalização do tratamento?
O plano de tratamento para câncer de apêndice é personalizado de acordo com as peculiaridades de cada caso. Dessa maneira, ele é elaborado pelo/a cirurgião/ã oncológico/a com base nos seguintes critérios:
- tipo, estágio, tamanho e localização do tumor;
- condições gerais de saúde;
- preferências e decisões individuais do paciente e da equipe.
Leia também: O que faz um cirurgião oncológico?
A individualização do tratamento permite indicar as técnicas cirúrgicas, bem como as dosagens de medicações, mais adequadas para cada paciente. Com isso, aumenta-se a eficácia e, ao mesmo tempo, diminui-se a toxicidade das terapêuticas complementares.
Qual é a importância da abordagem multidisciplinar?
O câncer é uma doença complexa. Por isso, a equipe de cirurgia oncológica, responsável por diagnosticá-lo e tratá-lo, trabalha junto a uma equipe multidisciplinar altamente especializada. Cabe a essa, entre outras atribuições, corrigir maus hábitos para potencializar o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A escolha dos profissionais que acompanharão cada paciente é individualizada, com base nas necessidades apresentadas. Considera-se os seguintes especialistas como absolutamente importantes:
- oncologistas clínicos;
- radio-oncologistas;
- radiologistas;
- especialistas em cuidados paliativos;
- enfermeiros;
- nutrólogos;
- nutricionistas;
- psicólogos;
- fisioterapeutas;
- educadores físicos; entre muitos outros profissionais.
A abordagem multidisciplinar inclui, ainda, o acompanhamento profissional para a família do paciente oncológico. Na maioria das vezes, o especialista encarregado de prover esse tipo de suporte é o psicólogo.
Esperamos que suas dúvidas sobre o tratamento para câncer de apêndice tenham sido esclarecidas. Se você ou um familiar recebeu o diagnóstico dessa doença, procure manter a calma e siga as orientações da equipe médica e dos demais profissionais relacionados.
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