O sarcoma de partes moles é uma forma rara de câncer, que responde por cerca de 1% das neoplasias diagnosticadas em adultos. A maioria dos casos tem origem genética e passa bastante tempo assintomática. O diagnóstico é complexo, exigindo um alto nível de especialização, e o tratamento, idealmente, é multidisciplinar.
Neste artigo, explicamos os principais aspectos a respeito da doença. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas.
O que é sarcoma de partes moles?
O sarcoma de partes moles é um grupo bastante diversificado de tumores malignos, que se desenvolvem em células anormais do tecido conjuntivo. Dessa maneira, podem surgir em músculos, nervos, vasos sanguíneos, gorduras e em órgãos e estruturas mais profundas, com potencial para se disseminar por meio da corrente sanguínea ou do sistema linfático.
Existem quantos subtipos?
Existem mais de 50 subtipos de sarcomas de partes moles. Em crianças, os mais comuns são o rabdomiossarcoma e o tumor de Ewing. Em adultos, o primeiro em frequência é o lipossarcoma, seguido do leiomiossarcoma e do sarcoma pleomórfico indiferenciado.
Apesar de grave, a boa notícia é que, se o tumor for totalmente removido, pode-se curar a doença! Para tanto, exige-se um alto nível de especialização, habilidade e experiência por parte do/a cirurgião/ã e o suporte tecnológico de centros de referência em sarcomas.
Onde surgem?
Na maioria das vezes, os sarcomas de partes moles ocorrem nas pernas ou nos braços. No entanto, podem surgir em qualquer parte do corpo, como tronco, cabeça, pescoço, retroperitônio (região mais atrás da cavidade abdominal),órgãos e outras estruturas internas.
Há sinais e/ou sintomas?
Em estágio inicial, geralmente, não. Os sinais e sintomas dos sarcomas de partes moles costumam surgir em quadros avançados, mas podem ser bastante genéricos (comuns a diversas outras patologistas). Algumas das manifestações são:
- caroço ou massa palpável, possivelmente, indolor;
- dor abdominal;
- constipação intestinal;
- sangramento nas fezes ou nos vômitos; entre outras.
Como é o diagnóstico?
Quando existe suspeita de sarcoma de partes moles, o/a médico(a) pode solicitar alguns exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética ou outros). A confirmação diagnóstica, entretanto, exige a realização de biópsia (biópsia de aspiração por agulha fina ou biópsia por agulha grossa).
O procedimento consiste na análise laboratorial de amostra de tecido removido da área afetada, visando verificar a presença (ou não) de câncer. A avaliação é feita por médico patologista e, caso existam células cancerígenas, o especialista determina o tipo e o estágio do tumor.
Como é o tratamento?
A abordagem do sarcoma de partes moles varia conforme o estadiamento do tumor (tamanho, localização e se está localizado ou disseminado) e as condições de saúde gerais do paciente. Os principais tratamentos são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e a terapia alvo.
Em geral, funciona assim: a cirurgia, sempre que possível, busca remover todo o tumor e a chamada margem de segurança (tecido normal adjacente). Se restarem células cancerígenas remanescentes, o paciente é submetido a uma nova cirurgia e/ou a um, ou mais tratamentos complementares.
Já se a neoplasia for diagnosticada em estágio avançado, com metástases à distância, o ideal é que todos os tumores sólidos sejam removidos cirurgicamente. No entanto, caso a remoção não seja possível, a cirurgia pode não ser indicada.
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Muitas vezes, a radioterapia e/ou a quimioterapia são indicadas antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante). Nesses casos, objetiva-se reduzir o tamanho do tumor, facilitando a ressecção cirúrgica, e diminuir o risco de metástases. Em outros casos, uma ou ambas as terapêuticas podem ser indicadas após o procedimento cirúrgico (tratamento adjuvante),para destruir células cancerígenas remanescentes e reduzir o risco de recidiva.
A indicação do plano de tratamento é feita pelo/a cirurgião/ã oncológico em conjunto com uma equipe multidisciplinar. Ao mesmo tempo, mais profissionais podem estar envolvidos na recuperação do paciente, como nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, dentistas, enfermeiros, assistente social, entre outros.
Importância do tratamento multidisciplinar
O tratamento multidisciplinar e individualizado é essencial para melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes com sarcoma de partes moles. Isso é possível graças ao cuidado conjunto de diversos especialistas, dispostos a acolher e sanar as necessidades de cada um!
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